Low frequency signals and the strategy of customer retention/ Sinais de baixa frequencia e a estrategia de retencao de clientes/Las senales de baja frecuencia y la estrategia de retencion de clientes.
Amancio, Jesse Alves ; Goncalves, Carlos Alberto ; Goncalves, Marcio Augusto 等
1. INTRODUCAO
O cenario de atuacao das empresas tem se tornado menos ordenado e
previsivel, em virtude, entre outros motivos, do processo de
globalizacao dos negocios e das turbulencias nos sistemas economicos e
politicos. Novos modelos competitivos, mudancas conjunturais bruscas e
demandas sofisticadas de clientes tem sido desafios constantes as
estrategias empresariais tradicionais, algumas das quais ja nao sao mais
capazes de oferecer respostas eficazes neste novo cenario (ANSOFF, 1993;
HAMEL; PRAHALAD, 1995).
Ansoff (1993) expressa essa percepcao ao dizer que, em razao de uma
maior presenca de mudancas e de um aumento da taxa de difusao dessas
mudancas, os sistemas de gerenciamento, apesar de terem evoluido,
respondem cada vez menos a busca por antecipacoes do futuro. O autor
defende a necessidade de identificar--alem das ameacas e
oportunidades--as "descontinuidades singulares que possam alterar
as tendencias historicas" (ANSOFF, 1993:38), descontinuidades que
tem sido mais intensas e comuns a cada dia.
De forma semelhante, Wood Jr. e Caldas (2002) dizem que as empresas
tem feito consideraveis esforcos para responder a um ambiente mais
volatil, atualizando suas praticas gerenciais e implementando
sucessivamente programas e projetos baseados, por exemplo, em ISO 9000,
reengenharia e ERP (Enterprise Resource planning
--Planejamento dos Recursos da Empresa), entre outros. Todavia, os
autores advertem que essas atualizacoes podem ate aumentar a
vulnerabilidade das empresas, uma vez que a busca--pura e simples --de
novas praticas gerenciais nao garante necessariamente a solucao de
problemas complexos e pode expor as empresas a outras ameacas. E o que
demonstra Abrahamson (1991). O autor, explorando o tema da busca, pura e
simples, de novas tecnologias, afirma que tais praticas podem ocorrer
apenas por motivacoes simbolicas--com o objetivo de tornar visivel a
certos agentes do ambiente que a empresa possui uma suposta capacidade
gerencial--, de pouco efeito em seu desempenho economico e financeiro,
entretanto. Como razoes para esse comportamento, o autor propoe--entre
outras--o alto grau de incerteza sobre a eficiencia tecnica da
tecnologia administrativa utilizada para responder as demandas do
ambiente, que abriria espaco para acoes apenas de emulacao.
Em razao desse grau de incerteza enfrentado pelas empresas, Hammer
e Champy (1993) dizem que estas precisam olhar em varias direcoes ao
mesmo tempo para perceber importantes oportunidades e ameacas. Para os
autores, muitos executivos pensam que suas empresas estao equipadas com
eficientes "radares" sensiveis a mudancas, mas a maioria nao
esta. Na maior parte delas, o que se detectam sao mudancas esperadas e
programadas, ou seja, apenas uma categoria restrita de sinais que tem
pequeno impacto no desempenho das empresas. Hammer e Champy (1993)
afirmam ainda que as empresas, em geral, realizam pesquisas e
monitoramentos que produzem resultados apenas para reforcar as acoes em
curso, pois os resultados sao, em grande parte, os esperados. Assim,
entendem que as empresas precisam realizar mudancas que estao fora de
seu alcance, que estao alem de suas expectativas--e nessa necessidade
que reside a maior parte de seu desafio.
De forma semelhante, Hamel e Prahalad (1995:14) ilustram esse fato,
em relacao a industria automobilistica, dizendo:
Quando a Toyota iniciou sua busca da producao
enxuta? Resposta: Ha mais de quarenta anos. E surge
outra pergunta: Por que a industria automobilistica
norte-americana levou quarenta anos para decodificar
os principios da producao enxuta? Resposta: Porque
esses principios desafiavam todas as premissas e
inclinacoes dos executivos da industria
automobilistica norte-americana.
Conforme Hammer e Champy (1993), Abrahamson (1991) e Hamel e
Prahalad (1995) disseram, os sinais mais relevantes para as empresas sao
os mais dificeis de serem detectados, por estarem fora das expectativas
dos gestores. Os sinais mais esperados e evidentes--mesmo sendo importantes--nao tem o potencial para por em destaque as mudancas
estrategicas necessarias em ambientes com alto grau de incerteza. Esses
dois tipos de sinais--os menos relevantes e os mais relevantes, ou seja,
os sinais mais esperados e os menos esperados--sao identificados por
Ansoff (1993) como sinais de alta e baixa frequencia. Os sinais de alta
frequencia indicam de forma mais explicita as situacoes nas quais os
gestores devem atuar; os de baixa frequencia nao sao tao explicitos.
Esclarecendo-se um pouco mais a distincao entre esses sinais,
pode-se dizer, em analogia ao conceito fisico, que os sinais de alta
frequencia sao aqueles de alta energia e, como tal, facilmente
detectaveis. Eles sao, pode-se dizer, mais "explicitos". Os
sinais de baixa frequencia, por sua vez, sendo de menor energia, exigem
um aparato mais sensivel e especializado. Em termos empresariais, um
sinal de alta frequencia poderia ser uma reclamacao de um cliente,
enquanto um sinal de baixa frequencia seria uma diminuicao no numero de
clientes novos atendidos por indicacao dos clientes mais antigos. O
primeiro exemplo estaria no grupo dos sinais de alta frequencia, pois
carrega muita "energia", nao requerendo um esquema muito
sofisticado para sua deteccao. O segundo, por sua vez, precisa de
mecanismos muito sensiveis para sua deteccao.
Em relacao aos sinais de baixa frequencia, Ansoff (1993) afirma
ainda que sao os mais relevantes em ambientes de maior incerteza, mesmo
contendo somente indicios tenues e imprecisos. Contudo, eles podem
evoluir com o tempo e se transformar em sinais de alta frequencia. Em um
ambiente de mudancas mais lentas e possivel esperar ate que esses sinais
se tornem fortes e claramente detectaveis, pois ha tempo suficiente para
que a empresa os avalie e prepare um plano de reacao. Entretanto, em
ambientes de negocio turbulentos esse tempo pode nao ser suficiente.
Essa percepcao da necessidade de localizar situacoes distintas do
esperado em seus estagios iniciais pode ser identificada em diversas
estrategias empresariais modernas. Pode-se reconhece-la em estrategias
como o Servico de Controle de Qualidade (SCQ), o Servico de Atendimento
ao Cliente (SAC), os sistemas de informacoes ERP, o Marketing de
Relacionamento e seus sistemas CRM (Customer Relationship Management).
Com essas estrategias busca-se, por meio de mecanismos proprios,
disponibilizar ao gestor informacoes muito amplas, que vao alem das
fronteiras da organizacao, com o intuito de fornecer condicoes para que
sejam detectadas as situacoes que sao ou podem vir a ser relevantes para
o negocio.
No caso especifico do Marketing de Relacionamento, essa
estrategia--segundo Morgan e Hunt (1994)--permite diminuir as ameacas
impostas pelo ambiente ao estabelecer com os clientes relacionamentos
mais intensos e prolongados. Esses relacionamentos mais intensos e
prolongados sao o resultado de acoes que visam garantir o atendimento
constante das necessidades dos clientes, para o que requerem um
monitoramento preciso de suas demandas, como tambem dos recursos e
capacidades da propria empresa, alem da evolucao do ambiente. Essas
acoes, por sua vez, demandam a identificacao e tratamento de sinais de
baixa frequencia, aqueles menos explicitos, pois para serem acoes
eficientes e preciso uma atuacao antecipada e, em muitos casos,
previdente.
Utilizando-se desse conceito de sinais de alta e baixa frequencia,
analisou-se uma estrategia de Marketing de Relacionamento de uma empresa
de servicos de transporte de cargas, buscando-se avaliar a capacidade de
seus sinais de alta frequencia, os mais facilmente detectaveis, para
identificar situacoes de perda eminente de clientes. Como resultado,
constatou-se, em conformidade com a literatura, que esses sinais foram
insuficientes para a deteccao precoce da intencao de abandono da empresa
pelos clientes que assim fizeram. Isso porque esses sinais, os de alta
frequencia, em geral nao sao detectados com tempo habil para as acoes
corretivas correspondentes. Concluiu-se que, conforme preconizado por
Ansoff (1993), em ambientes turbulentos os sinais de baixa frequencia
sao essenciais para a implementacao de estrategicas eficazes, no caso, a
estrategia de retencao de clientes.
Para atender ao objetivo do artigo, o texto esta organizado em
cinco topicos. No primeiro e feita esta introducao. No segundo sao
apresentadas as referencias teoricas da pesquisa. No terceiro,
descreve-se a metodologia utilizada. No quarto topico sao apresentadas
as analises de dados, bem como suas interpretacoes e os resultados.
Finalmente, no quinto e ultimo topico sao apresentadas as conclusoes.
2. REFERENCIAS TEORICAS
Como fundamento teorico para esta pesquisa, foram utilizados
conceitos da Teoria da Contingencia (WOODWARD, 1977; PERROW, 1972;
MINTZBERG, 1994; QUINN, 1980; PETERS; WATERMAN, 1986), de Marketing de
Relacionamento (BLOIS, 1996; MORGAN; HUNT, 1994; PERRIEN; RICHARD, 1995;
WILCOX; GURAU, 2003) e o conceito de sinais de alta e baixa frequencia
de Ansoff (1993). Este ultimo sera um pouco mais desenvolvido, por ser
mais diretamente relacionado ao tema deste trabalho.
2.1. Teoria da Contingencia
Ao crescerem as organizacoes--tanto em tamanho quanto em
complexidade--, a dificuldade de administra-las tambem aumenta.
Reconhecendo essa dificuldade e na busca de compreensao desse fenomeno,
algumas teorias organizacionais expressaram um receituario universal,
buscando encontrar a melhor maneira de realizar tarefas desse ambito.
Nelas nao e possivel perceber circunstancias particulares, e a regra
geral parece sobrepor-se a adaptacao situacional. Entretanto, teorias
mais recentes ja reconheceram e evidenciaram a importancia das
particularidades e das contingencias, ou seja, relacionam as acoes que
devem ser implementadas com as caracteristicas especificas da
organizacao e do ambiente no qual esta esta inserida (WOODWARD, 1977).
Para entender o comportamento das organizacoes e necessario
considerar que estas sao parte fundamental do ambiente em que se
encontram, sao influenciadas pelo ambiente no qual atuam e o influenciam
(PERROW, 1972; ANSOFF, 1993; PORTER, 1992). Assim, o sucesso delas
depende dessa dinamica entre adaptabilidade e ajustamento as
contingencias ambientais. Caminhando nesse sentido, a Teoria
Contingencial centra-se no conceito de ausencia de um modo universal a
ser aplicado a todas organizacoes e em todas as circunstancias. A
analise e o conhecimento do contexto tornam-se essenciais para a
identificacao das acoes a serem aplicadas, visando-se o sucesso e a
sobrevivencia da organizacao.
Abordagens dessa natureza ganharam importancia por considerarem a
analise que foca a situacao, o que parece levar nao apenas ao
desenvolvimento de melhores tecnicas, mas tambem a uma compreensao maior
das qualidades e habilidades da organizacao, alem das oportunidades
disponiveis no mercado (WOODWARD, 1977). Perrow (1972:129) reforca a
importancia do ambiente ressaltando a necessidade de adotar posturas que
sejam aceitas por esse mesmo ambiente:
A sobrevivencia, que aparentemente e uma preocupacao constante de
quase todas as organizacoes, depende nao so de assuntos materiais como
eficiencia e lucros, mas tambem da aceitacao do produto e dos metodos de
operacao por um numero significativo dos componentes do ambiente da
organizacao.
Esse traco caracteristico do pensamento sobre a estrategia pode ser
identificado a partir da decada de 1950, quando o problema estrategico,
que era tido como uma questao tecnico-economica, foi definido como a
falta de sintonia entre a oferta de produtos e o mercado. Esse mesmo
entendimento tem sido manifestado por autores mais recentes, os quais
tem enfatizado a relevancia de insights, criatividade, aprendizagem,
inovacao e habilidades relacionadas as pessoas (MINTZBERG, 1994; QUINN,
1980; PETERS; WATERMAN, 1986).
Entretanto, Woodward (1977) lembra que o cuidado na analise das
particularidades precisa ser mantido nas conclusoes, pois e preciso ter
cautela com o argumento de que um arranjo, porque funciona, deve ser
considerado correto--e tambem o contrario--, uma vez que esse argumento
circular e, as vezes, dificil de evitar.
Alem de demonstrar que nao ha comprovacao de ligacao entre a
utilizacao de algumas praticas administrativas e sucesso, Woodward
(1977) lembra que nao existe consenso sobre o que seria sucesso e a sua
escala de medida. Dessa forma, para a autora nao ha relacao direta entre
o planejamento e os melhores resultados. Poderiamos acrescentar que,
nesse ambiente, os conceitos de Marketing de Relacionamento--buscando um
profundo conhecimento das necessidades e caracteristicas dos clientes
(PERRIEN; RICHARD, 1995)--surgem como nocoes que podem ajudar a alcancar
o sucesso empresarial, mesmo admitindo-se a dificuldade de reconhecer o
que venha a ser "sucesso".
2.2. Marketing de Relacionamento
Segundo alguns autores (BLOIS, 1996; GRONROOS, 1994b; TZOKAS;
SAREN; KYZIRIDIS, 2001), a aceitacao recente e ampla do Marketing de
Relacionamento esta mudando a estrategia do marketing de acoes de curto
prazo para acoes de longo prazo, menos focadas nas transacoes e mais
focadas em relacionamentos. Para Gronroos (1994a), a tendencia de
reconhecimento da importancia das acoes de longo prazo, e
consequentemente da retencao de clientes, entre outras, tem sido a causa
do amadurecimento dos conceitos do Marketing de Relacionamento.
Diversos autores, entretanto, reconhecem que o termo
"Marketing de Relacionamento" ainda carece de uma definicao
precisa (BLOIS, 1996; MORGAN; HUNT, 1994; PERRIEN; RICHARD, 1995). O
termo faz referencias gerais a resultados, mas nao explicita as entradas
necessarias que poderiam auxiliar os pesquisadores a verificar se uma
empresa esta praticando marketing de relacionamento ou nao. Todavia, nao
ha duvidas de que essa nova dimensao do marketing proclama uma
aproximacao entre a empresa e os clientes.
Para Wilcox e Gurau (2003), a importancia do relacionamento de
longo prazo entre empresa e cliente e resultado do reconhecimento de que
a lealdade deste esta correlacionada positivamente com a lucratividade
empresarial. Entendem os autores que a lealdade e influenciada tanto pela satisfacao com o produto adquirido quanto pelo relacionamento
estabelecido com a empresa, conforme mostrado na Figura 1.
[FIGURE 1 OMITTED]
Na Figura 1 observa-se, segundo a terminologia de Wilcox e Gurau
(2003), que os clientes podem ser classificados em quatro grupos: os
vulneraveis, os leais, os sabotadores e os esperancosos. Os clientes
vulneraveis estao satisfeitos com o produto e insatisfeitos com o
relacionamento, pois o relacionamento afeta profundamente seja a maneira
pela qual os clientes veem os produtos, seja o seu comportamento futuro.
Os clientes leais sao os que estao satisfeitos tanto com o produto
quanto com o relacionamento. Esses sao o alvo das empresas, pois exibem
o maior potencial de negocios e provavelmente sao as melhores
referencias para os novos clientes. Os clientes sabotadores sao os
clientes insatisfeitos tanto com o produto quanto com o relacionamento.
Eles nao somente nao compram mais da empresa como tambem desencorajam
outros a negociar com ela. Clientes esperancosos sao os clientes
insatisfeitos com o produto, mas satisfeitos com o relacionamento. Eles
esperam que nas compras futuras os produtos venham a atender
satisfatoriamente as suas expectativas. Essa classificacao proposta por
Wilcox e Gurau (2003) ressalta a importancia de um bom relacionamento
para criar uma reserva de boa vontade, a qual possibilita a empresa uma
nova chance.
Esse entendimento sobre a satisfacao dos clientes e tambem
compartilhado por Berson (1999), para quem o relacionamento e o
principal fator influenciador das percepcoes positivas e da lealdade dos
clientes. Todavia, um relacionamento capaz de influenciar positivamente
a percepcao dos clientes exige informacoes, as quais, segundo Ansoff
(1993), passam pela compreensao dos sinais de alta e baixa frequencia.
2.3. Sinais de Alta e Baixa Frequencia
Considerando o ambiente no que diz respeito as informacoes, Ansoff
(1993), como antecipado na introducao deste trabalho, utiliza-se de
uma analogia fisica para identificar o que chama de sinais de alta e
baixa frequencia. O sinal de alta frequencia e o sinal facilmente
percebido. Em geral, todas as empresas tem planos de reacao a ele. O
sinal de baixa frequencia, ao contrario, e aquele de dificil percepcao.
Quanto ao sinal de alta frequencia, ele esta relacionado as variacoes
significativas identificadas--por meio do monitoramento do ambiente--em
indicadores quantitativos. Essas variacoes sao suficientemente intensas
e concretas para permitir a empresa avaliar seu impacto e elaborar
planos especificos de reacao (ANSOFF, 1993). De forma inversa, os sinais
chamados de baixa frequencia contem indicios imprecisos de eventos
importantes. Entao, a facilidade de deteccao e o potencial de gestao
desses sinais sao inversamente proporcionais. Eles, de acordo com Ansoff
(1993:42), apresentam a seguinte dinamica:
Assim, ha um paradoxo claro: se a empresa esperar ate
que a informacao seja adequada para uma resposta
decisiva, ela sera cada vez mais surpreendida por
crises; se aceitar informacoes vagas, o conteudo nao
sera suficientemente especifico para uma analise
completa e uma resposta bem refletida para a questao.
O autor defende que, em vez de esperar ate que haja informacao
suficiente, as empresas devem determinar medidas progressivas de
planejamento e acoes factiveis a medida que informacoes estrategicas vao
se tornando disponiveis, a partir da evolucao de uma ameaca ou
oportunidade.
Diz o autor que em um ambiente de mudancas mais lento e possivel
esperar ate que os sinais de baixa frequencia se tornem fortes e
claramente detectaveis, pois ha tempo suficiente para que a empresa os
avalie e prepare um plano de reacao. Entretanto, quando a velocidade de
mudanca e alta, um sinal fraco pode se tornar um sinal forte
rapidamente, impossibilitando uma reacao apropriada a tempo. Portanto,
em ambientes dinamicos e necessario iniciar a reacao quando ainda ha
apenas sinais de baixa frequencia, mesmo que a empresa enfrente
dificuldade para identificalos.
Ansoff (1993) entende que a dinamica que envolve os sinais comporta
tres consideracoes. A primeira e que a presenca de um sinal confirma que
o ambiente nao e estatico, logo, ha uma sensacao de ameaca ou de
oportunidade. A segunda e que a organizacao precisa mudar conforme
previa sua estrategia, e, assim, apresenta pouca informacao nova. A
terceira consideracao e que ha mudanca que a estrategia pode nao ter
antecipado. Essa dinamica aponta para a necessidade de a empresa
monitorar o ambiente e estabelecer novos planos de acao e reacao.
Essa concepcao pode ser util por tornar a gestao empresarial
suficientemente sensivel para responder a mudancas ainda tenues, os
sinais de baixa frequencia, as quais podem propiciar vantagens
consideraveis caso sejam implementadas em tempo habil. Para isso, e
necessario um conjunto composto de um processo de monitoramento
ambiental sensivel a novas questoes, gestores com atitudes favoraveis a
mudancas, uma atitude decisoria que aceite riscos e um enfoque de
solucao de problemas que equilibre experiencia e novos conhecimentos
(ANSOFF, 1993).
Entende-se que os sinais de baixa frequencia, por conterem, em
termos teleologicos, um conteudo de informacoes valioso, justificam a
atencao requerida dos gestores. Isso porque sao capazes de produzir
resultados significativos, se detectados em sua fase inicial.
Ressalte-se que detectar--no sentido empregado neste artigo--corresponde
a distinguir e separar, entre todos os sinais, aqueles com potencial de
impacto nos negocios. Utilizando-se, como ilustracao, os componentes do
modelo das cinco forcas de Porter (1992)--entrantes potenciais, produtos
substitutos, poder de negociacao dos compradores, poder de negociacao
dos fornecedores e comportamento dos concorrentes na industria--, e
possivel dizer que as interfaces e relacoes da organizacao em cada um
desses componentes poderia ser um locus estrategico para o monitoramento
dos sinais de baixa frequencia.
Procurando-se verificar empiricamente a pertinencia desses
conceitos--os sinais de alta e baixa frequencia--e a retencao de
clientes, realizouse uma pesquisa conforme descrito no topico
Metodologia, a seguir.
3. METODOLOGIA
Esta pesquisa foi do tipo descritiva por expor caracteristicas de
determinado fenomeno (VERGARA, 2003)--no caso, a relacao entre o
monitoramento de variaveis internas a empresa, tais como os registros do
Servico de Atendimento ao Cliente (SAC) e do Servico de Controle de
Qualidade (SCQ), e a retencao de clientes. Quanto a estrategia de
pesquisa, Yin (2001) estabelece que os criterios orientadores para sua
definicao sao: (1) o tipo de questao de pesquisa proposta; (2) a
extensao de controle que o pesquisador tem sobre os eventos
comportamentais efetivos; (3) e o enfoque temporal dos acontecimentos.
Assim, considerou-se o estudo de caso como estrategia adequada para esta
pesquisa, uma vez que esta buscou compreender as caracteristicas de um
fenomeno contemporaneo, cujos eventos nao sofrem a intervencao do
pesquisador.
A selecao da empresa foi realizada segundo o atendimento dos
seguintes criterios: (1) atuar em um ambiente de alta competicao e
volatilidade para justificar a proposta de Ansoff (1993); (2) atuar em
um mercado no qual o consumo e continuo ou periodico e (3) onde o
cliente controla a selecao do fornecedor para justificar o
desenvolvimento de relacionamentos (MORGAN; HUNT, 1994).
A partir da estrategia metodologica escolhida--o estudo de caso--e
da empresa selecionada, definiuse a coleta de dados em duas fases. A
primeira fase buscou dados quantitativos relativos a situacao dos
clientes, conforme o Quadro 1.
A partir das acoes destacadas no Quadro 1, os dados necessarios
para identificar se os clientes que abandonaram a empresa geraram sinal
de alta frequencia foram obtidos. Isso porque registros no SAC e no SCQ
sao facilmente detectados pela empresa; logo, conforme apresentado na
fundamentacao teorica, sao sinais de alta frequencia.
Essa fase ocorreu em novembro de 2004 e os dados coletados foram
relativos ao periodo de agosto de 2003 a agosto de 2004. Essa coleta foi
feita por meio de arquivos magneticos disponibilizados pela empresa, com
a restricao de que o sigilo dos mesmos fosse mantido.
Na segunda fase da coleta de dados buscou-se suplementar e
reinterpretar os dados obtidos na primeira fase por meio de entrevistas
semiestruturadas, conforme preconizado por Miles e Huberman (1995), com
dois gestores da empresa: o diretor administrativo e o gerente
comercial. As entrevistas foram em numero de quatro (duas com cada
entrevistado) em dezembro de 2004, e levaram de 30 a 40 minutos cada. Os
dados coletados nessas entrevistas ajudaram a identificar as variaveis
monitoradas pela empresa para garantir a manutencao do relacionamento
com os clientes e, consequentemente, sua retencao.
Apos a coleta dos dados, estes foram analisados conforme descrito
no topico a seguir.
4. ANALISE, INTERPRETACAO DE
DADOS E RESULTADOS
Para a analise dos dados obtidos na primeira fase da coleta de
dados utilizou-se a tecnica de mineracao de dados (Data mining). Esta e
uma tecnica qualitativa de analise de documentos--no caso, em formato
digital--com algoritmos computacionais. Em razao da natureza da propria
tecnica, os limites entre a analise propriamente dita, a interpretacao
dos dados e o resultado nao sao claramente definidos, razao pela qual
estao reunidos neste topico.
Para atingir o objetivo geral da pesquisa, buscouse, por meio das
acoes descritas no Quadro 2, atingir tres objetivos especificos: (1)
identificar os clientes que abandonaram a empresa; (2) selecionar os
clientes que abandonaram a empresa e que possuiam maior potencial
financeiro; (3) identificar os sinais de alta frequencia emitidos por
esses clientes de maior potencial financeiro enquanto transacionavam com
a empresa. Esses objetivos especificos permitiram avaliar se os
conceitos defendidos por Ansoff (1993) se mostraram relevantes no caso
estudado.
A analise registrada no Quadro 2 teve como objetivo identificar os
clientes mais importantes (em termos de faturamento) que abandonaram a
empresa e verificar se eles emitiram sinais de alta frequencia (aqueles
facilmente detectados) de sua insatisfacao. Os resultados da analise de
dados sao apresentados a seguir na mesma ordem descrita no Quadro 2, de
acordo com a metodologia de Data Mining utilizada nesta pesquisa.
A empresa possuia 19.179 clientes cadastrados, dos quais 15.002
eram clientes ativos. Esses clientes ativos foram responsaveis por
327.479 transacoes no periodo analisado. Dos clientes que transacionaram
com a empresa, 75% atuavam em segmentos de mercado (ramo de atividade)
identificados pela empresa, enquanto os outros 25% atuavam em segmentos
nos quais a empresa considerava que nao era necessario monitoramento
especifico. A partir da entrevista com o gerente, constatou-se que a
empresa classificava os clientes em segmentos para focar suas acoes de
marketing e acompanhar a demanda deles. A justificacao dessa
estrategia--informada pelo gerente--baseou-se na constatacao de que os
clientes respondem de maneiras variadas as variaveis macroeconomicas e
as estrategias de marketing, bem como tem demandas distintas durante o
ano conforme o segmento a que pertencem. Os clientes agrupados por
segmentos sao apresentados na Tabela 1.
Observa-se na Tabela 1 uma assimetria acentuada na distribuicao de
clientes em segmentos de mercado, com forte predominancia dos segmentos
de texteis e material de escritorio. Estes responderam por mais da
metade dos clientes.
As transacoes realizadas no periodo foram agrupadas mes a mes e
totalizadas pela quantidade e por seus respectivos valores, conforme a
Tabela 2.
Verifica-se na Tabela 2 que, em termos gerais, a demanda por
servicos de transporte e bem distribuida no ano, com uma pequena queda
em janeiro. As variaveis QUANTIDADES e VALORES possuem indice de
correlacao de 0,86 (significante ao nivel de 1%), indicando um alto grau
de relacionamento entre elas, conforme o Grafico 1 a seguir. Dessa
forma, utilizou-se nas analises subsequentes apenas a variavel de nome VALOR como representativa das transacoes.
[GRAPHIC 1 OMITTED]
Analisando-se os valores totais das transacoes mensais,
representados no Grafico 2, identifica-se uma situacao bem estavel, com
media de R$ 1.140,38, desvio-padrao de R$ 107,34 e coeficiente de
variacao de 9,4% (ANDERSON; SWEENEY; WILLIAMS, 2002). Nesta situacao nao
se detecta nenhum sinal de problema do tipo declinio de demanda, ou
mesmo alguma irregularidade acentuada. Nao se constatam nem mesmo
clientes concentrados em segmentos sazonais ou a entrada de concorrentes
no mercado, uma vez que o numero de transacoes nao sofre nenhuma grande
variacao. Ressalta-se que esse tipo de monitoramento corresponde ao
monitoramento de sinais de alta frequencia, conforme classificacao de
Ansoff (1993).
[GRAPHIC 2 OMITTED]
Ao se analisarem os valores mais detalhadamente, agora nao mais
agrupados por mes, mas por semanas, identifica-se uma variacao relativa
maior que a apresentada anteriormente, apesar de os dados serem os
mesmos. Esse fato e evidenciado pela comparacao do Grafico 2 acima (que
representa as transacoes agrupadas por mes) com o Grafico 3 a seguir
(que representa as transacoes agrupadas por semana).
[GRAPHIC 3 OMITTED]
No Grafico 3, que representa as transacoes agrupadas por semana,
observa-se uma variacao maior, com coeficiente de variacao de 13,7%
(media de 270 e desvio-padrao de 37). Desses dados, foram
desconsideradas tres semanas atipicas, a saber: a semana do Natal, a
semana da virada do ano e a semana do carnaval. Observa-se que o
coeficiente de variacao dos VALORES de transacoes agrupados por semana e
45% maior que o coeficiente de variacao dos VALORES de transacoes
agrupados por mes (13,7 do Grafico 3 em relacao a 9,4% do Grafico 2).
Ao se compararem as transacoes agrupadas por mes (no Grafico 2) com
as transacoes agrupadas por semana (Grafico 3), percebe-se que as
variacoes relativas sao mais expressivas quando o detalhamento e maior.
No agrupamento semanal ja se percebe um padrao menos homogeneo. Apesar
da maior variacao no Grafico 3, ainda nao se identifica nenhuma situacao
de alerta clara, ou seja, nao se detecta um sinal.
Ao se verificar que diferentes detalhamentos na analise dos dados
revelavam percepcoes diferentes, procedeu-se a analise da variacao em
clientes, buscando-se conhecer quais clientes abandonaram a empresa no
periodo analisado, para avaliar a relevancia desta suposta perda. Para
isso, identificaram-se esses clientes e projetaram-se os valores que
esses clientes proporcionariam a empresa caso nao a tivessem abandonado.
Constatou-se que o segmento de mercado em que a empresa perdeu mais
clientes foi o de equipamentos eletronicos (14 clientes abandonaram a
empresa, deixando de proporcionar-lhe um faturamento mensal projetado de
R$ 30.030,00), conforme mostrado na Tabela 3.
Buscou-se conhecer os clientes desse segmento de equipamentos
eletronicos com o intuito de verificar os sinais emitidos por eles que
indicariam sua propensao a deixar a empresa. Foram identificados 14
clientes e seus respectivos valores de faturamento projetado, conforme a
Tabela 4.
Nas entrevistas realizadas tanto com o diretor administrativo
quanto com o gerente comercial, constatou-se que o indicador de
qualidade mais importante de seus servicos era o tempo de atendimento.
Assim, buscou-se verificar no Servico de Controle de Qualidade (SCQ) os
tempos de atendimento aos clientes que deixaram a empresa.
Em relacao a qualidade do servico prestado, o aspecto mais
relevante percebido nas entrevistas com os gestores foi a preocupacao em
ter um desempenho nao inferior a media do mercado (empresas de servicos
de transporte concorrentes) e nao ter um preco superior, ou seja, a
empresa buscava manter-se competitiva no mercado.
Segundo o gerente comercial da empresa, em termos gerais o
atendimento-padrao e realizado dentro de um dia util. Atendimentos em
ate dois dias podem ocorrer, mas alem disso ja se considera o servico
como de baixa qualidade. Se houver atraso--em geral superior a tres
dias--o cliente recebe alguma indenizacao monetaria.
Verificando-se o historico das transacoes no Servico de Controle de
Qualidade (SCQ), foram identificados os prazos de entrega realizados,
conforme a Tabela 5.
A partir das entrevistas realizadas, percebeu-se que a preocupacao
com a prestacao de um servico com qualidade media no setor de atuacao da
empresa e um preco compativel com o mercado sao as diretrizes
perseguidas pela empresa. Acreditam seus gestores que essa politica e a
que produz melhores resultados. A busca de ganhos isolados poderia
comprometer o padrao e produzir um resultado geral inferior.
Questionados sobre a possibilidade de um esforco para superar as medias
do setor e conquistar mais participacao de mercado, os gestores
mostraram-se confiantes, dizendo que "conheciam seu negocio" e
sabiam como "ganhar dinheiro" nele. Assim, os dados da Tabela
5 foram recebidos com naturalidade pelos gestores. Entretanto, ao
verificarem os valores perdidos projetados dos clientes que abandonaram
a empresa, eles se mostraram surpresos, pois esperavam valores menores.
Buscando-se outros sinais no Servico de Atendimento aos Clientes
(SAC), identificou-se que apenas 4 clientes dos 14 que abandonaram a
empresa, ou seja, apenas 28,5%, haviam utilizado esse servico. Os outros
10 clientes que abandonaram a empresa nao haviam feito qualquer contato
com esse servico, conforme mostrado na Tabela 6.
Dos contatos realizados no SAC, 48 dentre 51, ou seja, 94,1%, foram
contatos de rotina. Os contatos de rotina sao realizados pelo pessoal de
telemarketing, conforme um roteiro predeterminado com perguntas ao
cliente sobre sua satisfacao com os servicos prestados. Mesmo nesses
contatos nao consta qualquer registro de problemas apontados pelos
clientes.
Os contatos do cliente "E" foram relativos a
"Negociacao contratual" e realizados durante um periodo de 20
dias; esse cliente utilizou os servicos da empresa por mais sete meses
antes de deixa-la. Esse prazo indica que o abandono nao ocorreu por
insucesso da negociacao, pois no setor em que a empresa atua nao e
dificil a troca de fornecedor, e o cliente, caso estivesse insatisfeito
com a negociacao, poderia ter trocado de fornecedor em um prazo muito
mais reduzido.
A partir desses dados, constata-se que os sinais de alta frequencia
monitorados nao foram suficientes para apontar a disposicao dos clientes
em abandonar a empresa. Esses dados, juntamente com a teoria, sao
discutidos no topico Conclusoes, a seguir.
5. CONCLUSOES
De acordo com o caso estudado, constata-se que a estrategia
implementada pela empresa nao atingiu o seu objetivo de retencao de
clientes: a empresa perdeu os clientes identificados nesta pesquisa sem
perceber sinais da disposicao de abandono da empresa por eles.
Considerando-se o objetivo desta pesquisa, tal fato permite concluir que
os sinais de alta frequencia nao foram suficientes para que a empresa
identificasse a disposicao desses clientes de abandona-la.
O monitoramento dos servicos e dos clientes por meio dos Servicos
de Controle de Qualidade e Atendimento aos Clientes--no caso estudado
ratificou afirmacoes de Hammer e Champy (1993), Abrahamson (1991) e
Hamel e Prahalad (1995) de que as empresas, em geral, realizam pesquisas
e monitoramentos que produzem resultados apenas para reforcar as suas
acoes ja em curso. Os dados apresentados aos gestores durantes as
entrevistas finais foram recebidos com naturalidade (Tabelas 5 e 6).
Eles consideraram que, em termos gerais, eram dados "normais".
Todavia, como afirmado anteriormente, o valor do faturamento perdido
projetado (Tabela 4) os surpreendeu, em razao da ausencia de
monitoramente dos sinais de baixa frequencia, que acarreta perdas a
empresa (ANSOFF, 1993).
Observou-se que mesmo os clientes que foram atendidos de forma
considerada insatisfatoria (prazo maior do que dois dias, de acordo com
os entrevistados) nao demonstraram insatisfacao, segundo o monitoramento
de sinais de alta frequencia, ou a empresa nao a registrou devidamente.
Seja por uma razao ou por outra, detecta-se uma possivel limitacao dos
instrumentos em uso na epoca, caracterizados por um monitoramento
superficial que nao promove o conhecimento das impressoes autenticas do
cliente sobre o servico prestado ou ate mesmo de sua disposicao de
trocar de fornecedor. Esse fato mais uma vez ressalta a relevancia dos
sinais de baixa frequencia (ANSOFF, 1993), do relacionamento (BLOIS,
1996; MORGAN; HUNT, 1994; PERRIEN; RICHARD, 1995) e da contingencia
(WOODWARD, 1977; PERROW, 1972; MINTZBERG, 1994; QUINN 1980; PETERS;
WATERMAN, 1986).
Um aspecto a ser destacado e a preocupacao da empresa em prestar
servicos de qualidade media, no dizer de seus gestores. Entretanto,
observa-se que o perfil dos clientes, conforme mostrado na Tabela 1,
apresenta variacoes bem significativas em termos de segmentos de mercado
e tambem de exigencias (conforme Tabela 3), mostrando que a estrategia
de "qualidade media" pode esconder variacoes e tendencias
importantes. Esse fato levanta a adequacao do posicionamento da empresa,
definida como uma empresa que busca atender bem na "media",
mas trabalha com clientes que nao apresentam um perfil tao homogeneo.
Conclui-se que informacoes importantes para a retencao podem nao
vir de canais convencionais (como, no caso estudado, o SQC e o SAC),
conforme Ansoff (1993), Hammer e Champy (1993) e Hamel e Prahalad
(1995), os quais sustentam que as estrategias de algumas empresas nao
estao preparadas para detectar os sinais de baixa frequencia, os mais
importantes em ambientes incertos.
Para aprofundar o tema estudado, pesquisas futuras poderiam ser
realizadas com o intuito de conhecer, dentre outros: os sinais
monitorados pelos varios stakeholders da empresa; o alinhamento entre os
sinais monitorados pelos stakeholders de uma empresa; a importancia do
monitoramento do ambiente na implementacao de estrategias.
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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rejection of innovation. Academy of Management Review, v. 16, n. 3, p.
586-612, 1991.
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aplicada a administracao e economia. Sao Paulo: Pioneira, 2002.
ANSOFF, H. I. Implantando a administracao estrategica. 2. ed. Sao
Paulo: Atlas, 1993.
BERSON, A.; SMITH, S.; KURT T. Building data mining applications
for CRM. New York: McGraw Hill, 1999.
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it is appropriate? Journal of Marketing Management, v. 12, p. 161-173,
1996.
GRONROOS, C. From marketing mix to relationship marketing: towards
a paradigm shift in marketing. Management Decision, v. 32, n. 2, 1994a.
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Journal of Management, v. 10, p. 347-360, 1994b.
HAMEL, G.; PRAHALAD, C. K. Competindo pelo Futuro. 9. ed. Rio de
Janeiro: Campus, 1995.
HAMMER, M.; CHAMPY, J. Re-engineering the corporation. Nicholas
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MILES, M. B.; HUBERMAN, M. A. Qualitative data analysis: an
exploratory text book. 2. ed. London: SAGE, 1995.
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TZOKAS, N.; SAREN, M.; KYZIRIDIS, P. Aligning sales management and
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VERGARA, S. C. Projetos e relatorios de pesquisa em administracao.
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WOODWARD, J. Organizacao industrial: teoria e pratica. Sao Paulo:
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YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e metodos. 2. ed. Porto
Alegre: Bookman, 2001.
Jesse Alves Amancio
Mestre em Administracao pelo Centro de Estudos de Pesquisa, Ensino
e
Administracao da Universidade Federal de Minas Gerais--CEPEAD-UFMG
Doutorando em Administracao no CEPEAD-UFMG
E-mail: jesseamancio@yahoo.com.br
Carlos Alberto Goncalves
Doutor pela Faculdade de Economia e Administracao da Universidade
de Sao Paulo
FEA-USP
Professor Titular da Fundacao Mineira de Educacao e Cultura (FUMEC)
da UFMG
E-mail: carlos@face.ufmg.br
Marcio Augusto Goncalves
PhD pela Aston University, Inglaterra
Professor Titular no CEPEAD-UFMG
E-mail: marcio@cepead.face.ufmg.br
Christiane Antunes Cury da Silveira
Graduanda do Curso de Ciencias Contabeis da Faculdade de Ciencias
Economicas
(FACE) da UFMG
E-mail: christianea@c-cont.grad.ufmg.br
pedro Coelho siqueira
Graduando do Curso de Administracao da FACE-UFMG
E-mail: pedrocs@adm.grad.ufmg.br
Recebido em: 6/10/2009
Aprovado em: 19/10/2009
Tabela 1: Clientes agrupados por segmentos de mercado
Segmento Numero de clientes Porcentagem
Textil 5.585 37,2
Publicacoes 728 4,8
Pecas veiculos 397 2,6
Material escritorio 2.326 15,5
Variedades 126 0,8
Eletronicos 1.030 6,9
Quimicos 320 2,3
MAq. e equipamentos 470 3,2
Material esportivo 223 1,5
Outros 3.797 25,3
Total 15.002 100,0
Fonte: Autores da pesquisa.
Tabela 2: Transacoes realizadas pelos clientes
Transacoes realizadas Quantidades Valores
08/2003 25.370 1.031
09/2003 27.011 1.079
10/2003 31.740 1.289
11/2003 29.239 1.307
12/2003 23.748 1.124
01/2004 18.353 955
02/2004 20.789 1.036
03/2004 22.662 1.082
04/2004 26.887 1.210
05/2004 27.571 1.235
06/2004 22.870 1.086
07/2004 25.800 1.217
08/2004 25.439 1.174
Totais 327.479 14.825
Fonte: Autores da pesquisa.
Tabela 3: Faturamento "perdido" por segmento de clientes
Segmento de mercado Quantidade Valor por mil Porcentual
sobre Valor
Pecas veiculos 1 1,30 1,0
Quimicos 1 1,46 1,2
MAq. e Equip. 2 2,43 1,8
Variedades 2 4,82 3,6
Material Escritorio 3 5,63 4,2
Material Esportivo 3 10,19 7,7
Textil 11 24,20 18.2
Publicacoes 5 25,89 19.5
Equip. Eletronicos 14 30,23 22.8
Outros 10 26,59 20,0
Total 52 132,77 100,0
Fonte: Autores da pesquisa.
Tabela 4: Clientes do segmento de eletronicos
Cliente Valor
A 1,12
B 1,13
C 1,13
D 1,14
E 1,23
F 1,33
G 1,34
H 1,42
I 2,47
J 2,63
K 2,77
L 2,8
M 2,85
N 6,8
Total 30,23
Fonte: Autores da pesquisa.
Tabela 5: Historico de prazo de entrega
Cliente Quantidade de Transacoes com prazo de Porcentual
Transacoes entrega superior
a dois dias
A 4 2 50,0
B 2 1 50,0
C 146 6 4,1
D 661 8 1,2
E 35 4 11,4
F 84 7 8,8
G 20 5 25,0
H 74 5 1,9
I 149 9 6,0
J 45 5 11,1
K 21 7 33,3
L 7 3 42,8
M 16 2 12,5
N 2.404 13 0,5
Fonte: Autores da pesquisa.
Tabela 6: Contatos dos clientes que abandonaram a empresa
Clientes Contato Quantidade
E Rotina 16
E Negocicao contratual 3
F Rotina 12
H Rotina 10
M Rotina 10
Total 51
Fonte: Autores da pesquisa.
Quadro 1: Dados coletados na primeira fase
Acao Descricao
1 Identificacao de todos os clientes da empresa e segmento de
mercado em que atuavam.
2 Identificacao de todas as transacoes realizadas, ou seja, os
servicos prestados aos clientes (quantidades e valores).
3 Identificacao de todos os registros do SAC (Servico de
Atendimento ao Consumidor) e do SCQ (Servico de Controle
de Qualidade), ou seja, as comunicacoes entre clientes e
empresa (data e tipo do registro).
Fonte: Autores da pesquisa.
Quadro 2: AnAlise de dados
Item Descricao Tipo
1 Os dados sobre as transacoes foram agrupados
por clientes, para identificar os clientes
que pararam de transacionar com a empresa no
periodo.
2 Projetou-se o faturamento para os clientes
que abandonaram a empresa pela variacao media
do segmento de mercado no qual os clientes
atuavam.
3 Os clientes mais importantes que abandonaram
a empresa foram identificados pelo
faturamento projetado.
4 Consultou-se o registro do Servico de
Controle de Qualidade para verificar se houve Sinais de alta
problemas com transacoes dos clientes que
abandonaram a empresa.
5 Consultou-se o registro do Servico de
Atendimento aos Clientes para verificar se frequencia
houve manifestacao de insatisfacao dos
clientes que abandonaram a empresa.
Fonte: Autores da pesquisa.