Are there priority competencies for preparation of accountants? a study about Brazilian accountants/Existem competencias a serem priorizadas no desenvolvimento do Contador? Um estudo sobre os contadores Brasileiros/Existen competencias que deben ser prioridad en el desarrollo del contador? un estudio sobre los contadores Brasilenos.
Cardoso, Ricardo Lopes ; Riccio, Edson Luiz
1. INTRODUCAO
A profissao de contador tem passado por mudancas significativas nos
ultimos tempos, devidas as alteracoes no ambiente de negocios. Essas
modificacoes exigem dos contadores determinadas competencias que vem se
alterando ao longo dos tempos.
A valorizacao dos individuos em face das necessidades atuais das
organizacoes e algo consolidado e tem contribuido, sem duvida, para o
aprimoramento das pessoas e das organizacoes. No contexto da profissao
contabil, essa realidade de mudancas nao e diferente.
Para Schein (1982), as expectativas das organizacoes tornam-se mais
explicitas pela busca de competitividade e voltam-se para objetivos
importantes como a capacidade de comunicacao, a visao do negocio, a
capacidade de forte uso da tecnologia da informacao, entre outros
aspectos. Com base nesse contexto, a seguinte questao sera discutida
neste estudo: Existem competencias que devem ser priorizadas no
desenvolvimento do contador?
Este estudo procura diferenciar-se dos demais relatados na area de
Contabilidade pelo recorte metodologico, mediante o qual a enfase e dada
a busca da identificacao das competencias a serem priorizadas no
desenvolvimento profissional dos contadores.
A necessidade de estudos sobre as competencias dos contadores, que
se baseiem em fundamentos teoricos mais solidos e em metodologia
apropriada, e relatada nos estudos de Abdolmohammadi, Searson e Shanteau
(2004), da IFAC (2003) e no inventario sobre estudos ligados a
contabilidade comportamental de Meyer e Rigsby (2001).
E importante relatar que os estudos recentes das entidades
reguladoras internacionais comecam a demonstrar uma maior preocupacao
com a estruturacao conceitual de competencias.
Esta questao de pesquisa, portanto, torna-se relevante uma vez que
utiliza uma abordagem conceitual mais ampla do que a visao normativa das
competencias dos contadores, buscando evidencias empiricas e tratamento
estatistico adequado para estruturar as competencias do contador.
2. FUNDAMENTACAO TEORICA: COMPETENCIA, UM CONSTRUCTO EM
DESENVOLVIMENTO
As chamadas competencias de um profissional sao estudadas,
inicialmente, na area da Psicologia, por McClelland (1973), mais tarde
por Boyatzis (1982) e depois por Spencer e Spencer (1993). Estes ultimos
elaboraram um dicionario de competencias de diversas profissoes, baseado
em estudos empiricos.
O termo competencia tem como origem a palavra competentia, do
latim, que significa a qualidade de quem e capaz de apreciar e resolver
certo assunto, de fazer determinada coisa com capacidade, habilidade,
aptidao e idoneidade.
O conceito de competencia e um constructo em formacao, razao pela
qual apresenta uma grande diversidade de conceitos, os quais, na visao
de Dutra (2004), podem ser divididos em duas grandes linhas: (a)
competencia entendida como o conjunto de conhecimentos, habilidades e
atitudes necessarias para a pessoa exercer o seu trabalho; (b)
competencia entendida como entrega da pessoa a organizacao. Para alguns
autores, como Dutra (2004), essas duas linhas nao sao separadas, mas sim
complementares.
Outro aspecto importante a ser analisado no que concerne a
competencia e a associacao de toda competencia ao ideal de agregacao de
valor e entrega em determinado contexto, de forma independente do cargo
em questao, o que foi mais tarde discutido por autores como Zarifian
(2001), Le Boterf (1994, 2001), Dutra (2004) e Fleury e Fleury (2001).
Apesar das discussoes e da falta de consenso na literatura sobre o
que seja competencia, operacionalmente definiu-se neste trabalho
competencia como: habilidades, capacidades, conhecimentos, atitudes,
tracos e motivos dentro do contexto de entrega, conceito muito proximo da triade denominada CHA: conhecimento, habilidades e atitudes.
Escolheu-se essa definicao operacional para competencia em razao tanto de seu alinhamento com definicoes usadas em estudos similares, como os
de Giunipero e Pearcy (2000) e Moramed e Lashine (2003), quanto de sua
praticidade, por ser transformada em variavel observavel em uma pesquisa
de campo para identificacao de competencias de determinadas profissoes.
2.1. Competencias da Profissao
Alem dos estudos que buscam a formacao de um consenso sobre o
significado do constructo chamado competencia e sua aplicacao no ambito
de cargos em organizacoes empresariais, e possivel encontrar alguns
pesquisadores de campos especificos do conhecimento que comecaram a se
utilizar dessa base teorica para desenvolver pesquisas aplicadas sobre a
competencia em determinadas profissoes, com destaque para os medicos,
com Epstein e Hundert (2002), gerentes de negocios, com Erondu e
Sharland (2002), e compradores, com Giunipero e Pearcy (2000).
Esses estudos podem ser considerados uma minoria na area da
competencia, uma vez que na literatura existente sao pouco citados. Essa
e uma das grandes motivacoes deste estudo, vale dizer, procurar entender
se existem competencias da profissao de contador que devem, na visao dos
proprios contadores, ser priorizadas.
No caso da area de Contabilidade, os estudos sobre competencias
confundem-se um pouco com os das funcoes e atividades do profissional.
Um dos estudos iniciais, que da uma visao geral sobre a posicao do
contador, e o de Kester (1928); mais tarde, o artigo de Bower (1957)
sobre a profissao contabil e, em 1963, Heckert e Wilson (1963), que
descrevem os principios que devem nortear o profissional contador.
Henning e Moseley (1970) procuraram investigar as funcoes e algumas
habilidades requeridas ao profissional da epoca. Mais recentemente, os
estudos sobre competencias na area contabil vem enfocando a relacao
entre as mudancas nos negocios e seus impactos na profissao, com
destaque para o estudo de Hardern (1995), que apontou as dificuldades na
definicao de competencia para a profissao contabil da Inglaterra.
Com uma abordagem mais ampla, o estudo da International Federation
of Accountants (IFAC), realizado por Needles et al. (2001), lista as
habilidades profissionais requeridas ao profissional da area, separando
as competencias em 04 (quatro) grandes grupos: conhecimentos,
habilidades, valores profissionais e flexibilidade.
A mudanca ocorrida com o passar do tempo nas competencias do
contador pode ser notada claramente no estudo da IFAC e tambem em outras
pesquisas, como a feita por Sakagami, Yoshimi e Okano (1999), que relata
o estagio atual de desenvolvimento do contador japones. Outras
discussoes semiestruturadas sobre competencias podem ser vistas em
Laurie (1995) e nas referencias de Esselstein (2001).
Percebe-se, pelo estudo da literatura, que existe uma carencia e
certa confusao conceitual, pois nos estudos sobre competencias do
profissional contador discutem-se tarefas e funcoes, quando, na verdade,
o foco deveria ser a competencia. Esse fato pode ser explicado pela
falta de estudos estruturados metodologicamente e que levem em
consideracao dados empiricos.
Considerando esse estagio da pesquisa sobre competencias do
contador, este estudo pressupoe serem as demandas postas ao contador as
passiveis de registro na literatura sobre a profissao. Na composicao das
competencias tambem foi elaborado um dicionario de competencia, que foi
submetido ao painel de especialistas consultados. E importante, de igual
modo, referir os estudos que procuram o mesmo objetivo, so que
utilizando metodologias diferentes, como os de Epstein e Hundert (2002)
para medicos e os de Giunipero e Pearcy (2000) para compradores.
Este trabalho, um olhar sobre a profissao de contador sob a
perspectiva comportamental, tenta entender melhor os impactos das
tensoes que envolvem atualmente este profissional, com destaque para a
questao da harmonizacao das normas contabeis, o curriculo global e as
questoes vinculadas a area de tecnologia da informacao.
Acredita-se que, valendo-se de um maior esforco para o entendimento
das competencias do contador, seja possivel potencializar estudos sobre
questoes de ensino em Contabilidade, treinamento de profissionais, bem
como sobre aspectos comportamentais dessa profissao. E nesse contexto
que este trabalho se insere.
3. METODOLOGIA
3.1. Problema e Hipoteses do Trabalho
Utilizando como referencial teorico a visao da Psicologia e de
Recursos Humanos sobre competencias, alem dos estudos especificos ja
feitos na area de Contabilidade, este estudo objetivou investigar a
existencia de competencias a serem priorizadas no desenvolvimento do
contador. Com base nesse contexto, tem-se a seguinte questao de
pesquisa: Existem competencias que devem ser priorizadas no
desenvolvimento do contador?
Procura-se, no trabalho, a resposta a essa pergunta, sem considerar
definicoes preconcebidas dos resultados que deveriam ser encontrados.
Para poder operacionalizar a pesquisa, realizou-se um levantamento
na literatura procurando identificar competencias destacadas pelos
autores como prioritarias e que deveriam ser testadas. Foram
apresentadas, para responder a questao de pesquisa, as seguintes
hipoteses geral e especificas:
H1: Ha diferenca significativa na importancia atribuida a uma
determinada competencia em relacao as demais.
H1a: Ha diferenca significativa na importancia atribuida a
competencia comunicacao em relacao as demais.
H1b: Ha diferenca significativa na importancia atribuida a
competencia gestao da informacao em relacao as demais.
H1c: Ha diferenca significativa na importancia atribuida a
competencia estrategica em relacao as demais.
Essas hipoteses foram escolhidas com base nas caracteristicas
especificas destacadas por grupos de autores, as quais podem ser
distintas em alguns casos. No caso da competencia comunicacao, a
prioridade e dada por Morgan (1997) e Moramed e Lashine (2003), que veem
como algo vital para o contador a capacidade de se comunicar seja de
forma verbal, seja escrita.
A competencia gestao da informacao aparece com maior destaque a
partir dos anos 90, especialmente nos estudos feitos pelos orgaos
reguladores da profissao, a IFAC (2003) e o International Management
Accounting (IMA) (SIEGEL; SORENSEN, 1999), para os quais a presenca da
informatica e a necessidade de informacoes cada vez mais sofisticadas e
em tempo real requerem do profissional contador maior conhecimento sobre
o tema.
A competencia visao estrategica e citada ao longo de quase todo o
periodo do levantamento bibliografico, o que, por si so, demonstra a
importancia que tem para o contador. A maior enfase neste quesito e dada
por Bower (1957) e Hardern (1995), que apontam a necessidade de o
contador ter uma visao de negocios e nao somente conhecimentos tecnicos.
Apesar de demonstrar o maior interesse por essas tres competencias,
o estudo realiza o teste com todas as 18 competencias apresentadas na
Tabela 1, procurando avaliar a existencia de prioridades em algumas das
competencias que nao estao relacionadas a essas tres.
Como questao subjacente, o estudo procura entender se o grau de
intensidade das competencias a serem priorizadas, dado pelos
respondentes, e diferente entre homens e mulheres. Retomam-se as
referencias feitas nos estudos de Loft (1992) e Anderson, Johnson e
Reckers (1994) acerca da percepcao da mulher contadora sobre aspectos da
profissao, em que podem ser identificadas visoes diferentes das dos
homens. Esse poderia aparecer como pano de fundo deste trabalho,
potencializando o entendimento das prioridades das competencias.
3.2. Detalhamento Metodologico
O presente estudo tem natureza exploratoria. Busca entender se
existem competencias a serem priorizadas no desenvolvimento do contador,
para o que dispoe de um conjunto de caracteristicas requeridas para o
desenvolvimento desse profissional, atendendo aos preceitos sobre o
estudo das competencias apontados por Spencer e Spencer (1993), Lucia e
Lepsonger (1999) e Boyatzis, Stubbs e Taylor (2002).
Quanto ao tratamento dos dados, o estudo procura separar as
competencias com base no dicionario de competencias citado por Spencer e
Spencer (1993), que depois e transformado em um questionario a ser
respondido por 159 contadores. Apos a aplicacao e tabulacao dos dados, e
testada a confiabilidade do instrumento de coleta com uso do Alfa de
Cronbach; ja para as hipoteses 1, 2 e 3, utilizou-se o teste nao
parametrico Kruskal-Wallis, que avaliou o efeito das subamostras de
homens e mulheres contadores respondentes.
3.2.1. Composicao do Instrumento
A construcao do instrumento seguiu dois estagios. O primeiro foi
dividido nos seguintes passos: a) analise da fundamentacao teorica sobre
competencias no ambito da area comportamental; b) analise das
competencias citadas por estudos focados na area da Contabilidade, para
preparacao das variaveis a serem estudadas; c) agregacao das
competencias identificadas de acordo com o cargo em questao; d)
construcao do significado de cada competencia no instrumento,
objetivando a reducao dos erros de interpretacao por parte dos
respondentes; e) realizacao de tres rodadas de discussao com seis
profissionais com larga experiencia na area da Contabilidade, para
verificar a aderencia da proposta e levantar outras variaveis.
O segundo estagio consistiu na aplicacao do questionario a 14
profissionais para fim de pre-teste e, apos a aplicacao, na obtencao de
comentarios e observacoes sobre o instrumento, que foram avaliados e
incorporados, na medida do necessario, ao instrumento final.
As competencias descritas ficaram divididas em capacidades,
habilidades, conhecimentos e outras caracteristicas pessoais. As
competencias foram elaboradas em uma escala Likert de 10 pontos, sendo o
01 para sem importancia e o 10 para extrema importancia. As variaveis
incorporadas ao questionario sao apresentadas na Tabela 2. Considerou-se
como suporte de pesquisa os autores que descrevem com maior riqueza de
detalhes a competencia, tanto no ambito da area comportamental quanto no
da contabilidade.
O dicionario de competencia composto no instrumento coletado foi
feito para as 18 variaveis apontadas acima. Neste artigo sao detalladas
apenas as tres competencias descritas na formalizacao da hipotese, cuja
definicao operacional no instrumento e a seguinte:
Para fins de consistencia interna, utilizou-se o Alfa de Cronbach,
desenvolvido originalmente por Cronbach (1951). Considerando-se as
premissas do teste, os dados apresentaram um resultado de 0,8774 e o
alfa padronizado foi de 0,8772, o que, segundo Nunnally (1978), esta de
acordo com a pesquisa exploratoria na area comportamental, onde o minimo aceitavel e de 0,70.
4. RESULTADOS DA PESQUISA
Para fins de apresentacao dos resultados, primeiramente expoem-se
os dados dos respondentes na Tabela 4:
4.1. Analise Exploratoria dos Dados
A Tabela 5, apresentada abaixo, mostra aspectos de variabilidade,
podendo demonstrar ainda diferencas oriundas da propria origem dos
entrevistados.
Os dados apresentados acima revelam que a media esta entre 7,83
(variavel empreendedor) e 8,81 (variavel comunicacao). Os desvios-padrao
das variaveis estao, na maioria, acima de 1, o que demonstra
variabilidade principalmente nas variaveis negociacao e tecnica de
gestao. Ha, assim, uma distribuicao assimetrica negativa em todas as
variaveis.
A Tabela 6 revela que a variavel mais citada como a mais importante
(grau de importancia = 10) e a competencia em Contabilidade e Financas,
com 38,4%; em segundo lugar ficaram as variaveis ferramentas de controle
e integridade e confianca, empatadas em 35,2%. Constata-se que, com
relacao as competencias, nenhuma delas apresenta alto porcentual de
respostas com alto grau de importancia.
4.2. O Teste das Hipoteses
Com base em dados da pesquisa e da discussao sobre a existencia ou
nao de competencias a serem priorizadas no desenvolvimento do
profissional em questao, testaram-se as hipoteses H1 e, por
consequencia, H1a, H1b e H1c do estudo usando-se o teste de medias.
Hipotese 1: Ha diferenca significativa na importancia atribuida a
uma determinada competencia em relacao as demais.
Para o teste de media, utilizou-se o metodo de Kruskal-Wallis,
considerado bastante eficiente para este tipo de estudo, em que se testa
se duas ou mais amostras provem de uma mesma populacao ou de populacoes
diferentes. A base do teste e a diferenca nas medias das avaliacoes de
importancia para as variaveis competencias entre os contadores e as
contadoras que responderam a questao.
O fato de usar homens e mulheres esta relacionado as referencias
feitas nos estudos de Loft (1992) e Anderson, Johnson e Reckers (1994) a
respeito da percepcao da mulher contadora sobre aspectos da profissao em
que sao identificadas visoes diferentes, o que poderia tambem ser
verificado neste trabalho.
Com base no teste de Kruskal-Wallis, a hipotese nula considerada e
de que nao existe diferenca estatisticamente significativa na
distribuicao da variavel entre os grupos formados por homens e por
mulheres.
Com um nivel de significancia < 0,05, percebe-se que nao ha
diferenca entre os respondentes provenientes dos dois grupos, homens e
mulheres, exceto na variavel empreendedor. Nao se pode rejeitar,
portanto, a hipotese nula de igualdade das medias. Conclui-se, assim,
que as subamostras nao tiveram influencia nos resultados gerais do
estudo.
Considerando-se os dados, percebe-se que nem mesmo as variaveis
tidas na literatura como prioritarias sao postas em discussao:
comunicacao, estrategia e gestao da informacao. Estas, que compoem as
hipoteses H1a, H1b e H1c, nao podem ser rejeitadas, o que confirma o seu
grau de importancia. Dessa forma, essas variaveis podem ser consideradas
tao importantes quanto as demais tratadas no estudo.
Esse fato, apesar de ainda incipiente, pode ser analisado como um
indicativo de que as competencias dos contadores fazem parte de uma
estrutura comum e nao sao competencias isoladas que devem ser melhoradas
individualmente. Esse tipo de analise comeca a ser feito e seus
resultados ainda sao embrionarios, como o estudo de Cardoso e Riccio
(2005).
4.3. A Validacao da Pesquisa
O processo de validacao e, sem duvida, um dos mais importantes e
dificeis de serem realizados nos estudos exploratorios ligados a Ciencia
Social. Consideraram-se aqui os preceitos da Psicologia destacados por
Cone e Foster (1997), segundo os quais uma mensuracao de atitudes tem
validade somente se conseguir medir aquilo que se espera que meca. Os
mesmos autores apresentam os seguintes tipos de validade: de face, do
conteudo e do constructo.
A primeira validade e a de face, que esta mais relacionada, segundo
os autores, a formulacao de itens que nao parecam desapropriados, sem
sentido ou sem proposito. No caso dos dados desta pesquisa, percebe-se
que essa validade foi contemplada, uma vez que existe certa normalidade
nas respostas, alta taxa de respostas a todas as questoes e quase
inexistencia de rasuras e comentarios nos questionarios distribuidos.
A segunda validade, de conteudo, e feita de forma subjetiva pelo
pesquisador ou profissionais ligados ao fenomeno estudado. No caso em
estudo, a validacao iniciou-se com uma revisao teorica para a construcao
do quadro de variaveis; depois, efetuaram-se as rodadas de discussao com
os contadores experientes. Respeitaram-se todas essas fases na
construcao do questionario, tanto sob a otica do vocabulario quanto da
descricao das competencias, procurando-se alinhar conceitos.
A terceira validade esta relacionada ao constructo, em que se
procura entender as razoes pelas quais a escala funciona e quais
deducoes podem ser feitas em relacao a teoria subjacente. Para esse tipo
de validacao existem alguns metodos: neste estudo, utilizou-se o Alfa de
Cronbach, seguindo-se os preceitos de Gardner (1995, 1996).
No estudo em questao, tem-se um alfa de 0,8774 para todas as
variaveis e alfa menores para as competencias segregadas, como
apresentado na Tabela 8:
Notou-se que nenhuma das 18 variaveis sugeridas para avaliacao tem
um efeito grande na composicao do alfa quando se analisam os resultados
dos alfas retirando-se os efeitos de cada uma das variaveis no SPSS.
Um Alfa de Cronbach mais elevado no conjunto do que em cada
variavel demonstra alta correlacao entre as variaveis como um todo, o
que gera evidencias de um constructo comum subjacente as competencias,
segundo Gardner (1995, 1996). Neste caso, seria a existencia de uma
estrutura comum mais forte que as competencias individualmente, ou seja,
todas as competencias tem sua importancia, inexistindo eventualmente
casos de priorizacao.
E fundamental ponderar as limitacoes dessas validacoes, dadas as
caracteristicas do fenomeno estudado. Esse cuidado e apontado por
Spencer e Spencer (1993), que consideram que o caminho mais poderoso
para a validacao de um modelo ou estrutura de competencias e treinar as
pessoas utilizando as competencias e verificar, em um segundo momento,
se os atuais profissionais apresentarao melhor desempenho.
5. CONCLUSOES
A identificacao das competencias do contador pode auxiliar o
crescimento e o desenvolvimento dessa funcao nas organizacoes, tendo sempre como pressuposto a importancia das pessoas na geracao de valor
para as instituicoes.
A partir das 18 variaveis coletadas na literatura e submetidas a
avaliacao dos 159 respondentes, utilizandose o teste de Kruskal-Wallis,
chegou-se ao resultado de que tanto as tres competencias tidas como
prioritarias neste artigo como as demais competencias testadas
apresentaram nivel de significancia < 0,05, exceto a competencia de
empreender. Esse resultado da indicios de que as competencias listadas
individualmente tem menor importancia do que todas essas competencias
juntas e interligadas.
Esses resultados diferem da posicao de alguns autores, como Morgan
(1997) e Moramed e Lashine (2003), que discutem e apresentam em estudos
semiestruturados a priorizacao de competencias tecnicas e de comunicacao
no desenvolvimento dos contadores como algo importante e relevante na
pratica.
Apesar do estagio ainda embrionario dos estudos sobre competencias
dos contadores, deve-se comecar a discutir com mais enfase a existencia
de estruturas subjacentes nas competencias do profissional, que
demonstra que nao existe uma ou outra competencia a ser priorizada e sim
um conjunto de competencias que formam um profissional.
Outro ponto que deve ser avaliado e a necessidade de entender como
certas habilidades, conhecimentos e atitudes sao incorporadas na
profissao contabil. E o caso da competencia de gerenciar a informacao,
que foi agregada por ultimo a revisao teorica realizada, a partir dos
estudos de Laurie (1995), e que, neste estudo, foi apontada pelos
respondentes como uma competencia especifica, demonstrando a dinamica
dessa area nas funcoes atuais deste profissional.
Essa consideracao sobre a incorporacao de uma competencia gera
outro questionamento de cunho ainda mais amplo neste estudo, referente a
hipotese da existencia de dimensoes que ainda estariam subjacentes as
publicacoes relacionadas a area de Contabilidade, em razao
principalmente da carencia de estudos mais profundos que utilizem o
referencial da Psicologia.
Na revisao teorica efetuada nao foram encontradas evidencias de
estudos sobre competencias na area de Contabilidade com os moldes
apresentados neste artigo, o que nao ocorre em outras areas, como no
caso dos estudos de Giunipero e Pearcy (2000) sobre compradores e de
Epstein e Hundert (2002) sobre medicos. Esses estudos apresentam ate
mesmo comparacoes de modelos ao longo do tempo para verificar o impacto
das mudancas sociais e tecnologicas nessas carreiras.
Portanto, algumas consideracoes a serem efetuadas neste estudo
ficam limitadas ao estagio atual de desenvolvimento da pesquisa sobre
competencias do contador.
As limitacoes deste estudo estao relacionadas a amostra intencional
e nao probabilistica, que nao permite nenhum tipo de generalizacao.
Outra questao sao as limitacoes do proprio tratamento estatistico. A
validacao dos dados resumiu-se ao painel de especialistas e ao proprio
teste de Alfa de Cronbach, que estao relacionados a validades internas
sem o uso de validades externas de longo prazo, como o uso de estudos
comparativos e longitudinais, conforme Spencer e Spencer (1993) e, mais
recentemente, Boyatzis, Stubbs e Taylor (2002).
Varios pontos para pesquisas futuras sao levantados com este tipo
de estudo, entre eles a analise das percepcoes sobre diferentes
especialidades dos contadores: tributario, gerencial, financeiro, entre
outros. Tambem devem ser efetuados estudos comparativos entre paises,
que considerem as diferencas culturais e o estagio de desenvolvimento da
profissao em cada localidade e procurem entender como as competencias
dos contadores sao afetadas por mudancas externas ao ambiente ao longo
do tempo.
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ABDOLMOHAMMADI, M. J.; SEARSON, G.; SHANTEAU, J. An investigation
of the attributes of top industry audit specialists. Behavioral Research
in Accounting, v. 16, n. 3-4, p. 1-17, Jan. 2004.
AMERICAN INSTITUTE OF CERTIFIED PUBLIC ACCOUNTANTS (AICPA). Core
competency framework for entry into the accounting professions. New
York: American Institute of Certified Public Accountants, 1999.
ANDERSON, J. C.; JOHNSON, E. N.; RECKERS, P. M. J. Perceived
effects of gender family structure, and physical appearance on career
progression in public accounting: A research note. Accounting,
Organizations and Society, v. 19, n. 16, p. 483-491, 1994.
BOWER, J. B. A profession of accounting-or of accountancy? The
Accounting Review, v. 32, n. 2, p. 194-199, Apr. 1957.
BOYATZIS, R. E. The competent manager: a model for effective
performance. New York: John Wiley & Sons, 1982.
BOYATZIS, R. E.; STUBBS, E. C; TAYLOR, S. N. Learning cognitive and
emotional intelligence competencies through graduate management
education. Academy of Management Journal on Learning and Education, v.
1, n. 2, p. 150-163, 2002.
CARDOSO, R. L.; RICCIO, E. L. Accountants' Competencies: An
Empirical Study in Brazil. In: ANNUAL CONGRESS OF THE EUROPEAN
ACCOUNTING ASSOCIATION, 28., 2005, Goteborg. Proceedings ... Goteborg:
EAA, 2005.
CONE, J. D.; FOSTER, S. L. Dissertations and theses from start to
finish. Washington: American Psychological Association, 1997.
CRONBACH, L. J. Coefficient alpha and the internal structure of the
tests. Psychometrika, v. 16, n. 3, p. 297-334, 1951.
DUTRA, J. S. Competencias: conceitos e instrumentos para a gestao
de pessoas na empresa moderna. Sao Paulo: Atlas, 2004.
EPSTEIN, R.; HUNDERT E. M. Defining and assessing professional
competence. JAMA, v. 287, n. 2, p. 226-235, Jan. 2002.
ERONDU. E.; SHARLAND. A. Managerial competence in Nigerian firms:
an empirical and comparative analysis. Multinational Business Review,
v.10, n. 2, p. 129-137, 2002.
ESSELSTEIN, J. L. The changing value equation for controllership.
CPA Journal, Columbus, v. 43, n. 6, p. 22-27, Apr./May/June 2001.
FLEURY, A.; FLEURY, M. T. L. Construindo o conceito de competencia.
RAC--Revista de Administracao Contemporanea, v. 5, Edicao especial, ano
0, p. 183-196, 2001.
FRANCIS, M. C.; MULDER, T. C.; STARK, J. S. Intentional Learning: a
process for Learning to Learn in the Accounting curriculum. Sarasota,
FL: Accounting Education Change Comission and American Accounting
Association, 1995. (Accounting Education Series, v. 12).
GARDNER, P. L. The dimensionality of attitude scales: A widely
misunderstood idea. International Journal of Science Education, v. 18,
n. 8, p. 913-9, 1996.
GARDNER, P. L. Measuring attitudes to science: Unidimensionality
and internal consistency revisited. Research in Science Education, v.
25, n. 3, p. 283-9, 1995.
GIUNIPERO, L. C.; PEARCY D. H. World-Class Purchasing Skills: An
Empirical Investigation. Journal of Supply Chain Management, v. 36, n.
4, p. 4-13, Nov. 2000
HARDERN, G. The development of standards of competence in
accounting. Accounting Education, v. 4, n. 1, p. 17-28, Mar. 1995.
HECKERT, J. B.; WILSON, J. D. Controllership. 2. ed. New York: The
Ronald Press Co., 1963.
HENNING, D. A.; MOSELEY, R. L. Authority role of a functional
manager: accountants and controller. The Accounting Review, v. 52, n. 3,
p. 578-597, 1970.
INTERNATIONAL FEDERATION OF ACCOUNTANTS' EDUCATION COMMITTEE.
Towards competent professional accountants. New York: IFAC, 2003.
KESTER, R. B. The importance of the controller. The Accounting
Review, v. 3, n. 3, p. 237-251, 1928.
KULLBERG, D. R.; GLADSTONE, W. L. Perspective on education:
Capabilities for success in the accounting profession (The big 8 white
paper), The big 8 firms. New York: Emerald Group Publishing Limited,
1989.
LAURIE, H. Persistence leads to accounting performance: How to spot
a persistent potential employee. Arkansas Business and Economic Review,
v. 15, n. 32, p. 54-78, 1995.
LE BOTERF. G. Competence et navigation professionnelle. Paris:
Editions d'Organization, 1999.
--. Construire les competences individuelles et collectives. Paris:
Editions d'Organization, 2001.
--. De la competence: Essai sur um attracteur etrange. Paris:
Editions d'Organization, 1994.
LOFT, A. Accountancy and the gendered division of labour: A review
essay. Accounting, Organization and Society, v. 17, n. 3-4, p. 367-378,
1992.
LUCIA, A.; LEPSINGER, R. The art and science of competency models:
pinpointing critical success factors in organizations. San Francisco:
Jossey-Bass Pfeiffer, 1999.
MCCLELLAND, D. C. Identifying competencies with behavioral-event
interviews. Psychological Science, v. 9, n. 5, p. 331-340, Sept. 1998.
--. Testing for competence rather than for intelligence. American
Psychologist, v. 28, n. 1, p. 1-14, Jan. 1973.
MEYER, M.; RIGSBY, J. T. A descriptive analysis of the content and
contributors of behavioral research in accounting 1989-1998. Behavioral
Research in Accounting, v. 13, n. 1, p. 253-278, 2001.
MORAMED, E. K.; LASHINE, S. H. Accounting knowledge and skills and
the challenges of a global business environment. Managerial Finance, v.
29, n. 7, p. 3-16, 2003.
MORGAN, G. Communication skills required by accounting graduates:
practitioner and academic perceptions. Accounting Education, v. 6, n. 2,
p. 93-107, June 1997.
NEEDLES, JR., B. E.; CASCINI, K.; KRYLOVA, T.; MOUSTAFA, M.
Strategy for Implementation of IFAC International Education Guideline No.9. Journal of International Financial Management & Accounting,
v.12, n. 3, p. 317-354, Autumn 2001.
NUNNALLY, J. C. Psychometric theory. 2. ed. New York: McGraw-Hill,
1978.
SAKAGAMI, M.; YOSHIMI, H.; OKANO, H. Japanese accounting profession
in transition. Accounting, Auditing & Accountability Journal, v. 12,
n. 3, p. 340-354, 1999.
SCHEIN, E. H. Psicologia organizacional. Sao Paulo: Prentice Hall,
1982.
SIEGEL, G.; SORENSEN, J. E. Counting more, counting less
transformations in the management accounting profession, the 1999
practice analysis of management accounting. Montvale: Institute of
Management Accountants, 1999.
SPENCER JR., L. M.; SPENCER, S. M. Competence at work: models for
superior performance. New York: John Wiley, 1993.
ZARIFIAN, P. Objetivo Competencia: por uma nova logica. Sao Paulo:
Atlas, 2001.
Ricardo Lopes Cardoso
Doutor em Contabilidade e Controladoria pela FEA-USP Professor
Associado da Universidade Presbiteriana Mackenzie--Sao Paulo-SP, Brasil
E-mail: ricardo.cardoso@mackenzie.br
Edson Luiz Riccio
Doutor em Administracao pela FEA-USP Professor do Departamento de
Contabilidade da FEA-USP--Sao Paulo-SP, Brasil E-mail: elriccio@usp.br
Recebido em: 3/1/2007
Aprovado em: 25/9/2009
Tabela 1: Sumario da Literatura sobre Competencias do Contador
Referencia Atendimento Comunicacao
Interpessoal
Kester (1928)
Bower (1957) x
Henning e Moseley (1970)
Laurie (1995) x
Morgan (1997) x x
Sakagami, Yoshimi e Okano
(1999)
Needles et al. (2001) x
Esselstein (2001) x
Kullberg e Gladstone (1989) x x
Francis, Mulder e Stark x
(1995)
Siegel e Sorensen (1999) x
AICPA (1999) x
IFAC (2003) x
Referencia Analitica Negociacao Habilidades
com
Informatica
Kester (1928)
Bower (1957)
Henning e Moseley (1970)
Laurie (1995) x
Morgan (1997) x
Sakagami, Yoshimi e Okano x
(1999)
Needles et al. (2001) x x x
Esselstein (2001) x
Kullberg e Gladstone (1989) x
Francis, Mulder e Stark x
(1995)
Siegel e Sorensen (1999) x x
AICPA (1999) x x
IFAC (2003) x
Referencia Lideranca Ouvir Visao Geral
Eficazmente /Estrategica
Kester (1928) x
Bower (1957) x x
Henning e Moseley (1970)
Laurie (1995)
Morgan (1997) x
Sakagami, Yoshimi e Okano
(1999)
Needles et al. (2001) x x
Esselstein (2001) x x
Kullberg e Gladstone (1989) x
Francis, Mulder e Stark x x
(1995)
Siegel e Sorensen (1999) x x x
AICPA (1999) x x
IFAC (2003) x x x
Referencia Legal Iniciativa / Quantitativa
Empreendedora
Kester (1928) x x
Bower (1957) x
Henning e Moseley (1970) x
Laurie (1995) x
Morgan (1997)
Sakagami, Yoshimi e Okano x
(1999)
Needles et al. (2001) x
Esselstein (2001)
Kullberg e Gladstone (1989) x x
Francis, Mulder e Stark x x
(1995)
Siegel e Sorensen (1999) x x
AICPA (1999) x x
IFAC (2003) x x
Referencia Autocontrole Foco no Ferramentas
cliente de Controle
Kester (1928) x
Bower (1957) x
Henning e Moseley (1970) x
Laurie (1995) x
Morgan (1997)
Sakagami, Yoshimi e Okano x
(1999)
Needles et al. (2001)
Esselstein (2001) x
Kullberg e Gladstone (1989) x
Francis, Mulder e Stark x x
(1995)
Siegel e Sorensen (1999) x x
AICPA (1999) x
IFAC (2003) x
Referencia Integridade Mensuracao Tecnicas de
e Confianca Gestao
Kester (1928) x x
Bower (1957) x
Henning e Moseley (1970)
Laurie (1995) x
Morgan (1997)
Sakagami, Yoshimi e Okano x
(1999)
Needles et al. (2001) x x
Esselstein (2001)
Kullberg e Gladstone (1989) x
Francis, Mulder e Stark x
(1995)
Siegel e Sorensen (1999) x x
AICPA (1999)
IFAC (2003) x
Referencia Custos & Planejamento Relacionamento
Precos Externo
Kester (1928) x
Bower (1957) x
Henning e Moseley (1970) x x x
Laurie (1995)
Morgan (1997) x
Sakagami, Yoshimi e Okano
(1999)
Needles et al. (2001) x
Esselstein (2001)
Kullberg e Gladstone (1989) x
Francis, Mulder e Stark x x
(1995)
Siegel e Sorensen (1999) x x
AICPA (1999) x
IFAC (2003) x
Referencia Contabilidade Gestao da
e Financas Informacao
Kester (1928) x
Bower (1957) x
Henning e Moseley (1970) x
Laurie (1995) x
Morgan (1997)
Sakagami, Yoshimi e Okano x x
(1999)
Needles et al. (2001) x x
Esselstein (2001) x
Kullberg e Gladstone (1989) x x
Francis, Mulder e Stark x x
(1995)
Siegel e Sorensen (1999) x x
AICPA (1999) x
IFAC (2003) x x
Fonte: os Autores.
Tabela 2: Variaveis Consideradas no Estudo
No Competencia Fundamentacao de Pesquisa
V1 Analitica Moramed e Lashine (2003) e AICPA
(1999)
V2 Autocontrole Spencer e Spencer (1993) e Laurie
(1995)
V3 Comunicacao Boyatzis, Stubbs e Taylor
(2002), IFAC (2003) e
Abdolmohammadi, Searson e Shanteau
(2004)
V4 Empreendedor Spencer e Spencer (1993), Hardern
(1995) e Laurie (1995)
V5 Estrategica Bower (1957) e Hardern (1995)
V6 Ferramentas de Controle Henning e Moseley (1970) e Siegel e
Sorensen (1999)
V7 Legal Kester (1928) e Henning e Moseley
(1970)
V8 Informatica Needles, Cascini, Krylova e Moustafa
(2001) e Moramed e Lashine (2003)
V9 Integridade e Confianca Bower (1957) e Kullberg e Gladstone
(1989)
V10 Contabilidade e Financas Bower (1957) e Henning e Moseley
(1970)
V11 Negociacao Le Boterf (1999) e Esselstein (2001)
V12 Ouvir Eficazmente Morgan (1997) e Francis, Mulder e
Stark (1995)
V13 Atendimento Morgan (1997) e Boyatzis, Stubbs e
Taylor (2002)
V14 Planejamento Hardern (1995) e Needles, Cascini,
Krylova e Moustafa (2001)
V15 Tecnicas de Gestao Laurie (1995) e Siegel e Sorensen
(1999)
V16 Trabalho em Equipe Boyatzis, Stubbs e Taylor (2002) e
Siegel e Sorensen (1999)
V17 Gestao da Informacao Esselstein (2001) e Laurie (1995)
V18 Relacionamento Externo Henning e Moseley (1970) e Morgan
(1997)
Fonte: os Autores.
Tabela 3: Exemplos das Descricoes feitas sobre as Competencias
Testadas
Competencia
Visao Estrategica Compreender o que esta acontecendo no mercado e na
sua empresa. Entender, antecipar e procurar
responder alem das necessidades dos consumidores
no longo prazo.
Bower (1957) e Hardern (1995)
Comunicacao Estabelecer sintonia nas comunicacoes com pessoas
ou grupos, entendendo mensagens e sendo entendido.
Demonstrar boa articulacao ao comunicar ideias por
escrito e verbalmente.
Boyatzis, Stubbs e Taylor (2002), IFAC (2003) e
Abdolmohammadi, Searson e Shanteau (2004)
Gestao da Ter capacidade de gerenciar todas as informacoes
Informacao necessarias ao bom andamento dos negocios,
efetuando melhorias e supervisao no sistema de
processamento de dados e interagindo com areas
correlatas, como a de Tecnologia da informacao
(TI).
Esselstein (2001) e Laurie (1995)
Fonte: os Autores.
Tabela 4: Dados dos Respondentes
Dados dos Respondentes
N Composicao da Amostra
Sexo 159 Homens Mulheres
87 72
Escolaridade 154 Superior Pos-Graduacao
Completo 57
97
Faixa Etaria 155 De 21 a 30 De 31 a 40 anos De 41 a 50
anos 61 anos
69 25
Cargo 155 Administrativo/ Profissional Gerencial/
Media Senior Diretoria
Gerencia 40 73
42
Ramo Atividade 156 Industria Comercio Servicos
68 33 55
Anos de 154 Ate 05 anos Mais 05 ate 08 Mais de 08
Experiencia 60 anos anos
Profissional 39 55
Fonte: os Autores.
Tabela 5: Dados Descritivos das Variaveis Observadas
Competencias Desvio
Casos Minimo Maximo Media
Analitica 159 5 10 8,29
Autocontrole 159 4 10 8,08
Comunicacao 159 5 10 8,81
Empreendedor 159 4 10 7,83
Estrategia 159 1 10 7,99
Ferramentas de 159 2 10 8,79
Controle
Legal 159 2 10 8,29
Informatica 159 4 10 8,04
Integridade e 159 5 10 8,59
Confianca
Contabilidade e 159 2 10 8,7
Financas
Negociacao 159 1 10 7,92
Ouvir 159 5 10 8,36
Eficazmente
Atendimento 159 5 10 8,43
Planejamento 159 6 10 8,69
Tecnicas de 159 2 10 8,01
Gestao
Trabalho em 159 5 10 8,82
Equipe
Gestao de 159 5 10 8,41
Informacao
Relacionamento 159 2 10 8,09
Externo
Competencias Desvio
Padrao Assimetria Curtose
Analitica 1,19 -0,487 0,14
Autocontrole 1,21 -0,44 -0,24
Comunicacao 1,15 -1,001 1,249
Empreendedor 1,42 -0,848 1,033
Estrategia 1,6 -1,729 5,129
Ferramentas de 1,38 -2,335 4,976
Controle
Legal 1,43 -1,461 3,803
Informatica 1,27 -0,52 0,472
Integridade e 1,44 -0,872 -0,105
Confianca
Contabilidade e 1,5 -1,902 5,694
Financas
Negociacao 1,89 -2,059 4,684
Ouvir 1,19 -0,726 0,406
Eficazmente
Atendimento 1,29 -0,68 -0,057
Planejamento 1,12 -0,394 -0,726
Tecnicas de 1,61 -1,528 2,924
Gestao
Trabalho em 1,04 -0,56 0,008
Equipe
Gestao de 1,2 -0,524 -0,146
Informacao
Relacionamento 1,56 -1,104 2,616
Externo
Fonte: os Autores.
Tabela 6: Frequencia em Porcentual Atribuido pelos Respondentes a cada
Competencia
Competencias Grau de Importancia (%)
1 2 3 4 5 6
Analitica 3,1 1,3
Autocontrole 0,6 0,6 8,8
Comunicacao 2,5 0,6
Empreendedor 5 2,5 3,8
Estrategia 1,9 3,8 8,8
Ferramentas de 1,9 0,6
Controle
Legal 1,3 0,6 2,5 3,1
Informatica 1,3 2,5 5,7
Integridade e 4,4 5,7
Confianca
Contabilidade e 1,9 0,6 3,1
Financas
Negociacao 1,9 3,8 2,5 3,1
Ouvir 2,5 6,3
Eficazmente
Atendimento 3,1 4,4
Planejamento 3,1
Tecnicas de 1,9 3,8 1,9 3,8
Gestao
Trabalho em 0,6 0,6
Equipe
Gestao de 1,9 3,8
Informacao
Relacionamento 1,9 1,3 8,2
Externo
Competencias Grau de Importancia (%)
7 8 9 10 %
Analitica 20,8 29,6 28,8 16,4 100
Autocontrole 23,3 22,6 34,7 9,4 100
Comunicacao 6,9 27,7 28,3 34 100
Empreendedor 22 37,1 18,9 10,7 100
Estrategia 14,5 27 32,1 11,9 100
Ferramentas de 10,1 21,4 30,8 35,2 100
Controle
Legal 16,4 25,2 32,7 18,2 100
Informatica 20,8 34,6 21,9 13,2 100
Integridade e 11,9 17,6 25,2 35,2 100
Confianca
Contabilidade e 10,7 22 23,3 38,4 100
Financas
Negociacao 14,5 28,9 34,6 10,7 100
Ouvir 8,8 34 31,9 16,5 100
Eficazmente
Atendimento 15,7 22,6 31,4 22,8 100
Planejamento 11,3 30,2 23,9 31,5 100
Tecnicas de 17,6 23,9 35,8 11,3 100
Gestao
Trabalho em 8,2 29,6 28,9 32,1 100
Equipe
Gestao de 17 26,4 30,8 20,1 100
Informacao
Relacionamento 23,9 20,8 23,3 20,6 100
Externo
Fonte: os Autores.
Tabela 7: Resultado do Teste de Kruskal-Wallis
Graus de Nivel de
Competencias Qui-Quadrado Liberdade Significancia
Analitica 0,376 1 0,581
Autocontrole 1,256 1 0,243
Comunicacao 0,204 1 0,651
Empreendedor 6,326 1 0,012
Estrategia 1,298 1 0,255
Ferramentas de Controle 0,275 1 0,600
Legal 0,002 1 0,962
Informatica 1,134 1 0,224
Integridade e Confianca 1,257 1 0,262
Contabilidade e Financas 0,012 1 0,914
Negociacao 0,336 1 0,562
Ouvir Eficazmente 2,830 1 0,092
Atendimento 1,817 1 0,178
Planejamento 2,563 1 0,121
Tecnicas de Gestao 3,383 1 0,066
Trabalho em Equipe 0,334 1 0,563
Gestao da Informacao 1,783 1 0,182
Relacionamento Externo 1,923 1 0,181
Fonte: os Autores.
Tabela 8: Alfa de Cronbach das Variaveis Observadas
Competencias Media Escala se o Variancia se o
Item e Retirado Item e Retirado
Analitica 141,8428 183,1713
Autocontrole 142,0503 185,5797
Comunicacao 141,327 184,6898
Empreendedor 142,3019 177,1235
Estrategia 142,1384 175,1326
Ferramentas de 141,3459 177,8986
Controle
Legal 141,8428 177,4498
Informatica 142,0943 183,0986
Integridade e 141,5409 179,0094
Confianca
Contabilidade e 141,434 175,3738
Financas
Negociacao 142,2138 168,2198
Ouvir Eficazmente 141,7736 185,8851
Atendimento 141,7044 179,6909
Planejamento 141,4403 178,2353
Tecnicas de Gestao 142,1195 171,7008
Trabalho em 141,3145 190,9385
Equipe
Gestao de 141,7233 180,7837
Informacao
Relacionamento 142,0377 171,5049
Externo
Competencias Correlacao Total Alfa se o Item e
do Item Retirado
Analitica 0,4629 0,8725
Autocontrole 0,3759 0,8753
Comunicacao 0,4301 0,8735
Empreendedor 0,5397 0,8695
Estrategia 0,512 0,8708
Ferramentas de 0,532 0,8699
Controle
Legal 0,5224 0,8702
Informatica 0,4281 0,8736
Integridade e 0,4779 0,8719
Confianca
Contabilidade e 0,5477 0,8692
Financas
Negociacao 0,5646 0,8692
Ouvir Eficazmente 0,3738 0,8753
Atendimento 0,5234 0,8703
Planejamento 0,6645 0,8663
Tecnicas de Gestao 0,5943 0,8672
Trabalho em 0,2599 0,8783
Equipe
Gestao de 0,5328 0,8702
Informacao
Relacionamento 0,6254 0,8658
Externo
Fonte: os Autores.