Perception, performance, autonomy and working conditions of administration course coordinators in Institutions of Higher Learning (IES) in Minas Gerais, Brazil/Percepcao, atuacao, autonomia e condicoes de trabalho de coordenadores do curso de Administracao de IES do Estado de Minas Gerais/Percepcion, actuacion, a utonomia y condiciones de trabajo de coordinadores del curso de Administracion de IES del Estado de Minas Gerais, Brasil.
de Camargos, Marcos Antonio ; Ferreira, Alexandre Rolim ; Camargos, Mirela Castro Santos 等
1. INTRODUCAO
A partir de 1999, a coordenacao de curso passou a ser uma das
principais atividades a serem avaliadas pelo Ministerio da Educacao
(MEC) nos momentos de credenciamento e recredenciamento de cursos
superiores. Percebe-se que foi a partir desse processo de avaliacao que
a funcao de coordenador comecou a ficar em evidencia, pois ate entao sua
existencia nao era obrigatoria. Antes desse processo de avaliacao de
cursos, o coordenador de curso era uma figura que poderia existir ou
nao, de acordo com a necessidade de cada instituicao (BARRETO;
SCHWARTZMAN, 2001). Atualmente, o MEC determina que o coordenador de
curso deve ser um profissional que responda pela parte pedagogica do
curso superior e que tambem seja capaz de assumir as suas demandas
gerenciais especificas; e ainda sugerido que tenha titulacao de mestre ou doutor, pois lhe e atribuida uma pontuacao significativa na avaliacao
institucional.
De acordo com Rangel (2001), a coordenacao de curso e um tema que
tem recebido atencao especial da comunidade academica nos ultimos anos,
por causa de sua grande contribuicao para o bom desempenho dos cursos
academicos. No entanto, apesar desse crescente destaque, a mesma autora
reconhece que ha necessidade de construir teorica e praticamente essa
atividade e que a coordenacao de curso e um oficio em construcao.
Nesse sentido, e importante que a academia, entidades reguladoras e
as IES reflitam sobre a atividade de coordenacao dos cursos de
Administracao, pois muitas vezes as atividades burocraticas e as
demandas internas praticamente inviabilizam a execucao de outras
atividades, consideradas estrategicas para o curso. Inserida nesse
debate, esta pesquisa tem como objetivo identificar e analisar a
percepcao, atuacao, autonomia e condicoes de trabalho dos gestores do
curso de Administracao de IES do Estado de Minas Gerais.
2. REFERENCIAL TEORICO
Segundo Silva (2002), a atividade de coordenacao de curso
representa uma funcao de grande relevancia para a efetivacao de um curso
de ensino superior de qualidade, uma vez que engloba funcoes tanto academicas e cientificas quanto administrativas. Trata-se de uma
atividade complexa e trabalhosa, em muitos casos exaustiva, para a qual
tres requisitos essenciais parecem despontar como sendo basicos: i) o
coordenador deve ter titulacao que atenda as necessidades do MEC (mestre
ou doutor); ii) deve ser contratado pelo regime mensalista de 40 horas,
que proporciona maior dedicacao ao curso; e iii) deve ministrar aulas no
curso que coordena (MORAES, 2004). Em sintese, esta atividade demanda um
elevado grau de competencia tecnica e cientifica na area de conhecimento
do curso por parte de quem a exerce, preparo para trabalhar com o ensino
de nivel superior e apoio de um colegiado cuja missao e deliberar com o
coordenador sobre as melhores propostas para o continuo melhoramento do
curso.
Sobre as tarefas do coordenador de curso, Piazza (1997) relaciona
as seguintes: i) desenvolver procedimentos e criar condicoes para a
identificacao das futuras exigencias de recursos humanos nos diversos
campos de atuacao profissional; ii) identificar as mudancas que estao
acontecendo no perfil ocupacional; iii) identificar as necessidades,
carencias e expectativas sociais em relacao a atuacao profissional
(perfis profissionais); iv) constituir e implantar curriculos capazes de
gerar as competencias e habilidades relevantes ao desempenho
profissional; e v) manter implementado um sistema de avaliacao tanto do
processo de formacao de profissionais quanto de seus resultados. Em sua
pesquisa, constata-se que a atividade de coordenacao de curso e bastante
complexa e abrange uma grande gama de funcoes e atividades
administrativas, pedagogicas, academicas e cientificas.
Buscando construir a epistemologia da coordenacao, Piazza (1997)
define tres classificacoes para a funcao: i) coordenacao gestora
(coordenacao do trabalho, resolvendo suas demandas administrativas); ii)
coordenacao de disciplinas (organizacao comum do trabalho das
disciplinas no plano curricular); e iii) coordenacao pedagogica
(responsavel pela integracao e orientacao do processo pedagogico em suas
questoes, pressupostos e propostas basicas essenciais a qualidade
academica e sociopolitica dos cursos). Para a autora, a funcao de
coordenacao e composta de tarefas administrativas e pedagogicas e deve
ser exercida por pessoas com capacidades pedagogicas e gerenciais.
Franco (2002), por sua vez, expande a divisao de funcoes proposta
por Rangel (2001). Para esse autor, a coordenacao de curso deve ser
dividida em funcoes administrativas (ou gerenciais), politicas,
institucionais e academicas, num total de 26 funcoes atribuidas ao
coordenador de curso. As funcoes gerenciais descritas por ele resumem-se
as seguintes: i) de controle meramente burocratico (supervisao das
instalacoes fisicas); ii) de formar e gerenciar o corpo docente; iii)
politicas, que dizem respeito a aspectos pessoais do coordenador
(lideranca); e iv) institucionais, relativas ao acompanhamento dos
egressos do curso. Franco (2002) salienta tambem que a principal funcao
academica do coordenador e a elaboracao e execucao do projeto pedagogico
do curso (PPC).
Rolim (2004) analisou as praticas de gestao dos coordenadores de
curso da area de Ciencias Sociais em IES de Belo Horizonte a luz dos
cinco pontos que, segundo Reed (1997), caracterizam a perspectiva
praxeologica da gestao. Esses pontos configuram as praticas de gestao
dos coordenadores de curso como pratica social, permitindo uma melhor
compreensao dos processos e das estruturas por meio dos quais se
mobiliza o poder e se efetua o controle no ambiente das IES. Para o
autor, coordenadores de curso possuem um conjunto de acoes que sao
comuns a todos, independentemente do curso que coordenam. A comunidade
de coordenadores tambem possui objetivos e problemas comuns que
facilitam a interacao reciproca. Os coordenadores tambem convergem na
percepcao da funcao social da coordenacao de curso e se utilizam de
recursos comuns para alcancar os objetivos da comunidade da qual fazem
parte. Soma-se a isso o fato de existirem condicoes de sucesso e
insucesso comuns que determinam a atuacao profissional e a utilizacao
dos recursos disponiveis. Assim sendo, as praticas de gestao dos
coordenadores de curso sao constituidas por um conjunto de atividades
inter-relacionadas e mecanismos que organizam e regulam a atividade da
educacao superior. Essas praticas utilizam recursos fisicos e simbolicos
que permitem regular o conflito, e buscam conjugar as atividades
educacionais de forma coerente, o que as caracteriza como uma pratica
social de gestao.
Walter et al. (2007), em pesquisa com coordenadores de IES do
Parana, concluiram que as acoes realizadas pelos gestores sao
direcionadas ao atendimento de demandas dos alunos, professores,
reunioes, atividades de planejamento do projeto pedagogico, capacitacao
docente, pesquisa e extensao, e sao voltadas ao mercado. Dentre essas
acoes, as mais desenvolvidas pelos gestores sao, em sua maioria,
voltadas as demandas internas, principalmente ao atendimento de alunos e
professores, o que tambem foi verificado por Rolim (2004).
Alem dos trabalhos acima, varios outros ja analisaram a atividade
de coordenacao em IES publicas e privadas, cujos resultados revelam que
as funcoes do coordenador estao diluidas em praticas gerenciais e
pedagogicas, permeadas pela falta de planejamento e por improvisos no
seu intrincado cotidiano (SILVA; MORAES, 2002; MARRA; MELO, 2003).
3. METODOLOGIA
De um universo de 295 cursos de graduacao em Administracao
existentes no Estado de Minas Gerais, dos quais 56 estao situados na
cidade de Belo Horizonte, segundo cadastro do Conselho Regional de
Administracao de Minas Gerais (CRA-MG), trabalhou-se nesta pesquisa com
uma amostra de 34 coordenadores de cursos de Administracao, definida por
conveniencia (participacao voluntaria). Foram utilizados dados
primarios, para os quais se elaborou um questionario composto de 21
questoes. As perguntas se referiram a: i) caracteristicas do
entrevistado e do curso; ii) acoes desenvolvidas pela coordenacao; iii)
percepcao, responsabilidades e satisfacao em relacao ao exercicio da
funcao de coordenador; iv) percepcao da atuacao do colegiado de curso; e
v) condicoes de trabalho oferecidas pela IES. As respostas aos
questionarios foram coletadas de duas maneiras: i) 13 questionarios
foram respondidos em papel, durante um evento promovido pelo Conselho
Regional de Administracao (CRA-MG) para coordenadores de curso no dia 26
de maio de 2007; ii) os outros 21 foram respondidos eletronicamente no
site institucional, apos o envio do link do questionario a todos os
coordenadores do Estado de Minas Gerais, identificados no site do
INEP/MEC, juntamente com uma carta de apresentacao/convite. Os e-mails
foram encaminhados durante a primeira e a quarta semana de maio e na
primeira semana de junho de 2007. Os coordenadores foram convidados a
participar voluntariamente da pesquisa e, para preservar sua identidade,
seus nomes nao foram coletados.
4. RESULTADOS
4.1. Perfil dos coordenadores pesquisados O perfil medio dos
entrevistados possui as seguintes caracteristicas: 79,4% sao homens e
bachareis em Administracao, e a maior parte (26,5%) tem entre 31 e 35
anos. Quanto ao tempo de graduacao, 29,5% tem apenas quatro anos e 41,2%
tem acima de dez anos. O tempo de atuacao como coordenador e
relativamente baixo, pois se observa que 58,8% tem ate dois anos. Quando
se amplia esse prazo para cinco anos, verifica-se que 91,2% dos
respondentes exercem a funcao ha menos de cinco anos. Esse dado
acompanha a pesquisa de Walter et al. (2007), reforcando a constatacao
de que boa parte dos gestores dos cursos de Administracao esta ha pouco
tempo na funcao.
Alem disso, a maioria dedica apenas 20 horas as atividades de
coordenacao, fato nao muito favoravel e que vai de encontro as politicas
do INEP, que entende que esse dado e preocupante, pois tempo reduzido
dedicado a atividade de coordenacao do curso pode repercutir
negativamente nos resultados das atividades de gestao. Lecionar e gerir
um curso de graduacao acarreta uma sobrecarga de trabalho que pode,
consequentemente, dificultar o relacionamento com docentes, funcionarios
e superiores hierarquicos, alem de trazer prejuizos a uma vida saudavel
no ambiente de trabalho (WALTER et al. 2007). Essa constatacao e
corroborada pela pesquisa de Marra e Melo (2003).
Cerca de 80% dos respondentes declararam que essa nao era a sua
primeira atividade gerencial, e 58,8% disseram ter vindo do mercado para
a academia. No que se refere a experiencia como docente, menos de um
quarto da amostra possui ate quatro anos ou acima de dez anos, tempo que
cai para menos de dois anos quando se trata da docencia na IES em que e
coordenador (26,5%). A carga horaria de docencia de menos de 10 horas
semanais aparentemente e compativel com a demanda e as exigencias da
atividade de gestao academica, segundo 61,8%, mesma porcentagem que
alegou nao lecionar em outra IES. Essas duas constatacoes sinalizam que
as IES, aparentemente, estao possibilitando as condicoes necessarias
para que um professor dedique a maior parte do seu tempo ao planejamento
e gestao do curso. Alem disso, 91,4% dos respondentes concordam que o
coordenador deve lecionar no curso que coordena opiniao que e positiva,
pois isso possibilita uma maior proximidade com os alunos, alem de um
maior conhecimento dos problemas pedagogicos e estruturais do curso.
4.2. Atividades e acoes executadas pelos Coordenadotes
Inicialmente, buscou-se fazer um diagnostico das principais
atividades que o coordenador executa no seu dia a dia. No que se refere
as atividades voltadas para a integracao e insercao do curso na
sociedade, constatou-se que aproximadamente dois tercos dos respondentes
nao visitam empresas habitualmente para conhecer o perfil desejado dos
profissionais que o curso forma ou, em outras palavras, nao fazem
pesquisas de mercado no intuito de conhecer as demandas da comunidade
local. Mas existe uma grande preocupacao em realizar palestras e
workshops com empresarios da regiao e em promover atividades de extensao
para a comunidade. Essa contradicao mostra que existe certo
distanciamento dos pesquisados em relacao ao mercado de trabalho, fato
que pode afetar diretamente a absorcao dos alunos pelo mercado de
trabalho.
Piazza (1997:21) afirma que o curso superior tem como finalidade
"formar profissionais aptos a compreenderem a realidade, a se
relacionarem com ela, a intervirem nela e a transforma-la, por meio de
acoes cientificamente fundamentadas, tecnicamente adequadas e
socialmente significativas". O hiato verificado entre a acao dos
coordenadores de curso e as demandas do mercado redunda em um curso
superior que nao cumpre com sua funcao precipua de formar agentes de
transformacao da sociedade, mas sim pessoas com poucas habilidades e
competencias para solucionar problemas. A nao formacao de agentes
capazes de promover uma mudanca estrutural na sociedade em que estao
inseridos traduz-se em uma realidade empresarial de baixa eficiencia,
que necessita importar modelos gerenciais para que seus problemas sejam
solucionados, o que corrobora a posicao do Brasil como um pais no qual
se produz pouco conhecimento.
Sobre as atividades ligadas ao corpo docente, como era de esperar,
o atendimento a professores e uma constante na rotina dos coordenadores.
Verificou-se que cerca de tres quartos dos respondentes incentivam a
atividade de pesquisa, fomentando a publicacao dos trabalhos realizados
nas disciplinas, principalmente os de conclusao de curso (TCC). No
entanto, menos da metade promove treinamentos pedagogicos para os
docentes sob sua coordenacao. Sobre a primeira constatacao, observase na
realidade dos grandes foruns de discussao (congressos e encontros
cientificos) que a maioria das IES privadas, principalmente do Estado de
Minas Gerais, fica a margem quando se trata de numero de publicacoes e
de docentes e discentes envolvidos. Isso decorre do fato de, ate o
momento da realizacao desta pesquisa, essa atividade nao ser uma
exigencia do MEC para as faculdades e centros universitarios. Outro ponto que colabora com essa baixa produtividade dos professores e o
corpo docente ser constituido por diversos professores horistas, que
dedicam pouco tempo a instituicao, o que muitas vezes ocasiona problemas
de integracao e assimilacao das rotinas, tarefas e deveres emanados das
instancias superiores da IES.
Em relacao as atividades voltadas aos alunos, o atendimento as suas
solicitacoes e necessidades tambem e uma das acoes mais realizadas pelo
coordenador, fato apontado por unanimidade na amostra. Alem disso, mais
de dois tercos dos coordenadores afirmaram acompanhar a insercao dos
alunos no mercado de trabalho, e praticamente a metade dos entrevistados
tenta envolvelos em acoes sociais junto a comunidade. O atendimento e a
orientacao aos alunos e professores sao duas das atividades consideradas
principais pelos entrevistados, fato tambem constatado nas pesquisas de
Piazza (1997) e Rolim (2004). Uma questao interessante nessas pesquisas
e que nao existe uma unanimidade em relacao a necessidade de desempenhar
essas atividades. Alem do fato de poder ser vista como uma atividade
enriquecedora, que traz ganhos para aqueles que a exercem, a funcao de
coordenador tambem pode ser vista como um empecilho ao desenvolvimento
de outras tarefas mais importantes, pois muitas vezes os alunos trazem
demandas que poderiam ser resolvidas por eles mesmos ou por outros
setores das IES, mas isso nao ocorre, parecendo haver uma grande
necessidade dos alunos de "ir direto ao coordenador" para a
solucao de seus problemas. Uma questao interessante de pesquisa, que nao
foi levantada neste artigo em razao do corte metodologico proposto, e se
essas IES que permitem que os alunos tenham acesso direto a coordenacao
ou mesmo a diretoria para que resolvam problemas, que deveriam ser
resolvidos por eles mesmos, estao realmente entregando ao mercado
pessoas capazes de resolver os problemas da sociedade.
Em relacao as atividades essencialmente pedagogicas e
administrativas, os coordenadores entrevistados afirmaram que elaboram o
planejamento estrategico do curso, participam da elaboracao do projeto
politico pedagogico (PPP) da IES, alem de acompanha-lo nas suas acoes
como coordenador. Cerca de dois tercos da amostra afirmou tambem
promover atualizacoes periodicas no projeto pedagogico do curso (PPC).
Levanta-se aqui uma indagacao: uma vez que os coordenadores afirmam nao
fazer pesquisas de mercado para conhecer as necessidades deste, qual
sera a base tecnico-social utilizada por eles para promover alteracoes
nos PPCs? Outra funcao que tem sido atribuida a coordenacao e a de
elaboracao de estudos e implementacao de estrategias para reduzir a
evasao de alunos. Uma constatacao interessante foi a de que a maioria
dos coordenadores (61,8%) esta atenta as acoes dos cursos de IES
concorrentes e alega fazer sondagens do ambiente e de cursos
concorrentes de maneira consistente. Questiona-se se a atuacao dos
coordenadores nao esta se restringindo muito ao meio academico, pois
suas acoes estao mais baseadas em atitudes tomadas por outras IES do que
nas necessidades do mercado de trabalho, principalmente as locais, no
ambiente de interacao da IES.
Franco (2002:32) afirma que "como gerente de produto (o curso
oferecido podera ser considerado um produto, embora se traduza por um
processo e seja, ao mesmo tempo, um servico prestado), o coordenador de
curso devera ser o mentor do curso que gerencia e, concomitantemente, o
responsavel pela sua execucao, chamado de projeto pedagogico na
linguagem mais corrente". A elaboracao do projeto pedagogico e uma
funcao direta intrinseca a coordenacao e, por isso, os coordenadores
estariam fornecendo um atestado de inadimplencia caso afirmassem que nao
realizam essa atividade. No entanto, em razao do acumulo de atividades
que as IES lhes atribuem, os coordenadores nao sao capazes de dedicar
tempo ideal a elaboracao ou revisao periodica de um projeto pedagogico
capaz de formar verdadeiros agentes de transformacao, fato que e
corroborado pela ausencia de pesquisas que apontem as verdadeiras
demandas da sociedade.
Alem dessas atribuicoes de atividades de coordenacao, muitos dos
respondentes ainda encontram tempo para participar de orgaos colegiados
superiores, o que e importante para o fortalecimento politico do curso
no ambito institucional. Alem disso, os coordenadores tambem alegaram
representar a IES em eventos externos, principalmente aqueles ligados a
possibilidade de captacao de alunos, mas sua participacao e muito
reduzida nos eventos de acompanhamento dos egressos. Em contrapartida,
no que se refere ao lado financeiro da IES, a maioria dos coordenadores
nao possui uma participacao ativa na elaboracao do orcamento do curso e
nem realiza estudos ou implementa estrategias para reduzir a
inadimplencia.
Dessa pequena amostra do universo de atividades que um coordenador
deve realizar depreende-se que na maioria das vezes ele se ve obrigado a
priorizar algumas em detrimento de outras, visando atender a contento
aos anseios dos superiores, pares e discentes. Ao analisar as
entrevistas dos coordenadores, Rolim (2004:75) constatou que as
atividades de cunho burocratico realizadas pelos coordenadores sao mais
numerosas que as atividades essencialmente academicas, o que permite
concluir que as atividades deixadas de lado sao as referentes a
estruturacao do curso. Essa constatacao fornece outra explicacao para a
questao da defasagem na formacao dos alunos.
Quando indagados se executavam mais atividades baseados nas
demandas dos alunos ou nas demandas da IES, conforme se observa na
Tabela 1, a maioria considerou que ha uma igualdade entre as duas;
apenas cinco afirmaram que se baseiam na demanda dos alunos.
Isso reforca a constatacao acima de que boa parte do tempo de um
coordenador de curso e despendida no atendimento da demanda de alunos,
uma vez que a grande maioria dos problemas ligados a estes direta ou
indiretamente chega ao conhecimento ou exigem a intervencao (imediata)
do coordenador. Assim sendo, e de pressupor que as demandas
institucionais (atualizacoes no PPC, relatorios, solicitacoes) ficam em
segundo plano.
4.3. Percepcao e satisfacao dos coordenadores pesquisados
Aparentemente, a maioria dos coordenadores pesquisados esta
satisfeita com a remuneracao que recebe e pouco mais da metade dos
entrevistados concorda que seus rendimentos mensais sao compativeis com
as atividades e responsabilidades. Reforca isso o fato de que, na
percepcao de quase metade dos entrevistados, a remuneracao do
coordenador de curso da IES na qual trabalha nao esta acima da media do
mercado. Apesar dessa aparente satisfacao, a maioria dos entrevistados e
da opiniao de que poderia estar auferindo uma remuneracao maior em uma
empresa. Quase toda a amostra alegou que poderia deixar de executar
algumas tarefas e atividades, que seriam delegadas a outros professores
e funcionarios, para assim dedicar mais tempo ao planejamento das acoes
e diretrizes do curso. No entanto, essa nao e a realidade desses
profissionais, pois, como constatado por Piazza (1997) e Rolim (2004), a
maioria dos professores que integram o corpo docente de uma IES privada
e horista, portanto comparece a instituicao apenas nos horarios das
aulas, fato que dificulta a delegacao de funcoes pelos coordenadores.
Outro fato constatado e que 91,1% dos coordenadores se sentem
realizados profissionalmente e pessoalmente por serem coordenadores de
um curso de Administracao. Aparentemente, os entrevistados, apesar de
sentirem que ganham menos do que se estivessem em outras funcoes no
mercado, estao satisfeitos com as atividades que executam, pois mesmo
diante das dificuldades observadas os coordenadores ainda acreditam que
realizam um trabalho positivo para a sociedade.
4.4. Atuacao do colegiado do curso
Dos 34 respondentes, dois afirmaram que a IES nao tinha colegiado
de curso; nas que tinham, os colegiados de curso eram compostos de
diretores, coordenadores, professores e funcionarios, em sua maioria, e
apenas dez confirmaram a participacao de alunos neste orgao. As tabelas
2 e 3 apresentam a percepcao dos coordenadores sobre como deve ser e
como e a atuacao/composicao do colegiado de curso.
Aparentemente, no que se refere a percepcao de como deveria ser
(discurso) e como e (pratica) a atuacao/composicao do colegiado de
curso, observa-se que apesar de quase dois tercos dos entrevistados
concordarem que este orgao deve ir alem do simples referendo aos atos e
decisoes do coordenador, a metade deles alegou que ele desempenha apenas
esse papel, o que promove o distanciamento do corpo docente das decisoes
estrategicas da IES, transformando-o em mero executor de estrategias em
vez de colaborador delas. Apesar de os coordenadores acreditarem que o
colegiado deve participar de todas as decisoes pedagogicas, apenas a
metade dos entrevistados assinalou que isso ocorre na pratica.
Percebe-se entao que, assim como ocorre com o cargo de coordenador, o
colegiado de curso e alijado da elaboracao do orcamento do curso, uma
vez que a maioria dos respondentes alegou que esse orgao nunca ou
raramente participa dessa elaboracao, o que contraria a vontade dos
entrevistados. Uma demonstracao da concentracao de poder nas maos dos
coordenadores e o fato de que eles manifestaram a opiniao de que o
colegiado nao deve participar das admissoes e demissoes de professores,
o que lhes delega inteira responsabilidade pela composicao do corpo
docente.
Esse distanciamento entre discurso e pratica do colegiado, que no
entender dos autores deveria ter uma participacao decisiva na gestao e
conducao do curso, reforca as dificuldades vivenciadas pelos
coordenadores. Essa situacao e ainda pior quando se trata de cursos que
nao tem colegiado, fato que vai de encontro ao processo de tomada de
decisoes tipico de uma universidade. E possivel, portanto, concluir que
esses cursos nao estao formando adequadamente os profissionais. Esses
coordenadores estao muito mais envolvidos com a gestao empresarial de um
curso do que com o processo de formacao e tomada de decisao de uma IES.
Esse processo ocorre mais ou menos desta forma: existem tipos diferentes
de decisoes nessas instituicoes, as decisoes de cunho administrativo,
que sao tomadas, em grande parte, por meio de algum dos processos
anteriormente citados, e as decisoes relativas ao verdadeiro negocio das
universidades, que e a difusao do saber; essas decisoes, que podem ser
consideradas estrategicas, sao tomadas a partir de um processo proprio,
pois sao de natureza diferenciada das decisoes programadas. Esse
processo de tomada de decisao pode ser considerado um processo
particular, porque essas decisoes nao sao alicercadas na logica
capitalista.
Outro ponto singular do processo decisorio na universidade e o fato
de esta, como o proprio nome indica, ser um local onde coexistem varias
correntes de pensamento, que podem ate ser antagonicas entre si. Essas
correntes devem produzir um consenso para a tomada de decisoes de cunho
estrategico. Ou seja, as decisoes no ambiente universitario sao tomadas
em um colegiado no qual nao existem relacoes de poder explicitas entre
as diversas correntes de pensamento. Assim sendo, os representantes de
uma corrente de pensamento nao sao capazes de fazer com que
representantes de outra corrente concordem com suas propostas por meio
da imposicao de sancoes, tais como a privacao de um determinado valor,
como proposto por Bachrach e Baratz (1963).
4.5. Condicoes de trabalho oferecidas pela IES
A Tabela 4 apresenta o tempo de existencia dos cursos de
Administracao cujos coordenadores responderam ao questionario. Ha uma
concentracao de cursos novos (ate cinco anos) e de cursos ja mais
maduros (11 e 20 anos).
Quando indagados sobre se a IES oferecia estimulos reais e
condicoes de trabalho adequadas para os docentes desempenharem suas
funcoes, poucos responderam que discordavam (parcialmente) disso.
Aparentemente, a maioria acredita que a IES oferece tais incentivos e
condicoes de trabalho. Para a maioria dos respondentes, as condicoes
gerais das instalacoes fisicas das salas de aula, bibliotecas e
ambientes de trabalho e estudo para o funcionamento do curso sao
adequadas, mesmo porcentual dos que acreditam que as condicoes do acervo
da biblioteca sao adequadas para o desenvolvimento de trabalhos de
pesquisa docente e discente. Percebe-se tambem que, para os
coordenadores, as instalacoes de laboratorios, equipamentos e servicos
de apoio e a disponibilidade de acesso a internet pelos estudantes para
realizar trabalhos academicos e de pesquisa sao adequadas as demandas do
curso. Ademais, eles tambem concordam que a IES mantem estrategias e
politicas permanentes e concretas de contencao da evasao escolar e da
inadimplencia. No entanto, como observado acima, os proprios
coordenadores envolvem-se pouco nessas estrategias. Uma forma efetiva de
participacao nesse processo seria a elaboracao de um projeto pedagogico
que realmente atraisse os alunos e os estimulasse a permanecer no curso
ate o seu termino, mas as IES nao parecem compreender essa relacao.
Quando se trata de um planejamento e controle financeiro efetivo de
cada aluno, a maioria alegou que a IES o mantem de maneira efetiva. Essa
constatacao remete a uma situacao contraditoria no papel desempenhado
pelo coordenador. Por um lado, conforme visto ate aqui, as atividades
que ele desenvolve sao mais de cunho gerencial do que pedagogico. Por
outro lado, no entanto, as IES nao concedem ao coordenador a autonomia
necessaria (financeira/orcamentaria) para solucionar a contento os
problemas que surgem rotineiramente.
Por fim, uma ultima constatacao interessante foi a forte
preocupacao da maioria dos coordenadores em fazer com que o curso leve o
aluno a adquirir competencia profissional, o que vai ao encontro dos
interesses do mercado e muitas vezes dos alunos. O que se questiona aqui
e: ate que ponto a simples aquisicao de competencia profissional garante
o sucesso de um egresso? Isso, conforme assinalado acima, nao seria uma
reducao do papel de uma universidade que, em essencia, promove a geracao
e difusao do conhecimento, no nosso entender ampliando a visao de mundo
do aluno, sua visao critica da realidade que o cerca e,
consequentemente, sua capacidade de altera-lo? Ate que ponto a visao dos
coordenadores entrevistados nao e reducionista, no sentido de se
aproximar muito de um tecnicismo pernicioso, reprodutor de modelos e
metodologias demandadas tanto por um mercado cuja maioria dos gestores
ainda nao tem uma formacao adequada (profissional), quanto por
mantenedoras cujo intuito e satisfazer os anseios dos alunos e garantir
superavit financeiros ou, em muitos casos, a simples sobrevivencia em
tempos de acirramento da competicao?
5. CONCLUSAO E CONSIDERACOES FINAIS
Esta pesquisa teve por objetivo identificar e analisar a percepcao,
atuacao, autonomia e condicoes de trabalho dos gestores do curso de
Administracao de IES do Estado de Minas Gerais. Foi realizada com 34
coordenadores que voluntariamente responderam a um questionario.
Tracando-se um perfil dos coordenadores respondentes, pode-se
afirmar que a maioria e de homens e bachareis em Administracao ha mais
de 10 anos, tem entre 31 e 35 anos e esta no cargo ha menos de cinco
anos. Ademais, a maior parte deles leciona menos de 10 horas no curso
que coordena e dedica 20 horas as atividades da coordenacao, o que,
conforme salientam Marra e Melo (2003) e Walter et al. (2007), e um
fator de preocupacao, em razao da dificuldade de conciliacao das
atividades e, portanto, do tempo restrito de dedicacao a coordenacao do
curso. Um fato positivo e que a maioria tem seu principal vinculo
empregaticio com a IES na qual atua e ja tinha experiencia gerencial ao
assumir o cargo.
No que se refere as atividades desempenhadas pelos coordenadores,
os resultados encontrados nesta pesquisa sao similares aos de Rolim
(2004). De maneira geral, as atividades de cunho burocratico realizadas
pelos coordenadores sao mais numerosas que as atividades essencialmente
academicas, o que permite concluir que, em razao do acumulo de
atividades e de responsabilidades, muitas vezes o coordenador se ve
obrigado a privilegiar o lado gerencial em detrimento da parte
pedagogica do curso. Esse fato, aliado a visao tecnicista dos
coordenadores, ajuda a explicar a defasagem na formacao dos alunos,
existente em boa parte dos cursos do Estado.
Ha um distanciamento entre o discurso sobre como deveria ser e como
realmente e a atuacao/formacao do colegiado de curso. Aparentemente,
trata-se de um orgao sem forca politica dentro do proprio curso, ja que
na maioria das vezes tem uma atuacao restrita ao referendo das decisoes
do coordenador, o que evidencia uma concentracao de poder de decisao,
tanto das questoes pedagogicas quanto das administrativas, nas maos
desses atores. A inexistencia ou a fraca atuacao de um colegiado de
curso vai de encontro a pluralidade de ideias tipicas de uma
universidade, cerceando seu potencial de difusora de conhecimento, uma
vez que cabe a esse orgao essencialmente a incumbencia de pensar,
planejar e rever os rumos do curso, garantindo o alcance de seus
objetivos. Por outro lado, o poder e a relativa estabilidade emanados do
cargo ajudam a explicar a satisfacao dos coordenadores pesquisados, que
em sua maioria se sentem realizados profissionalmente e pessoalmente,
apesar de sentirem que ganham menos do que ganhariam se estivessem em
outras funcoes no mercado.
Outra constatacao interessante foi a contraditoria situacao
vivenciada no desempenho da funcao de coordenador de curso. Por um lado,
ele e permanentemente cobrado pela IES para atender as exigencias
(muitas vezes minimas) do MEC, o que demanda um constante planejamento e
revisao das diretrizes pedagogicas do curso, atividades que consomem boa
parte do seu tempo. Por outro lado, ha tambem uma cobranca por parte da
IES relativa ao aspecto administrativo do curso, que envolve contencao
de gastos, observancia de leis e normas (internas e externas), atracao e
manutencao de alunos, relatorios, alem de outras atividades de cunho
mais burocratico. Saliente-se aqui que as IES nao concedem a autonomia
necessaria (financeira/orcamentaria) para solucoes a contento de todos
os problemas que surgem rotineiramente. Isso sem mencionar a demanda
latente de docentes e discentes. A leitura desse quadro aponta uma
priorizacao de atividades administrativas mais rotineiras e que demandam
execucao dentro de determinado prazo, em detrimento das pedagogicas.
A indagacao que se faz e: ate que ponto as constatacoes acima nao
sao responsaveis pela visao tecnicista apresentada pela maioria dos
coordenadores, que aparentemente reduz o papel da universidade, cuja
essencia e a geracao e difusao do conhecimento, as quais ampliam a visao
de mundo, a visao critica da realidade e, consequentemente, a capacidade
de altera-lo? Essa nao formacao de agentes capazes de promover uma
mudanca estrutural na sociedade em que estao inseridos traduz-se em uma
realidade empresarial de baixa eficiencia, que necessita importar
modelos gerenciais para que seus problemas sejam solucionados, o que
corrobora a posicao do Brasil como um pais no qual se produz pouco
conhecimento.
Enfim, alem das constatacoes apresentadas acima, a principal
contribuicao deste estudo esta nas indagacoes levantadas sobre as
atividades e a funcao de coordenador de curso, cujo objetivo foi melhor
compreender suas sutilezas e explicitar suas mazelas. Estas, muitas
vezes "escondidas por debaixo do tapete" quando das visitas do
MEC, sao responsaveis pela perpetuacao de um modelo de ensino (de
Administracao) tecnicista, que depoe contra a sua propria perpetuacao ao
nao levar o aluno a pensar e a desenvolver uma capacidade de assimilacao
e entendimento da realidade que o cerca, formando um profissional
alijado da possibilidade de transformar a sociedade. Fica como sugestao
de pesquisas futuras o aprofundamento das questoes suscitadas nesta
pesquisa, para que se repense a concepcao e a difusao do conhecimento de
Administracao, fundamentais para sua legitimacao como agente de mudanca
social e economica.
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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non-decision: an analytical framework"). American Political Science
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2002, Salvador (BA). Anais ... Rio de Janeiro: ANPAD, 2002.
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Empresas--um caso na Universidade de Caxias do Sul. In: ENCONTRO DA
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Administracao de ensino superior da regiao oeste do Parana. Revista da
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Marcos Antonio de Camargos
Doutor em Administracao pelo CEPEAD-UFMG Professor e Pesquisador
das Faculdades IBMEC--Belo Horizonte-MG, Brasil E-mail:
marcosac@ibmecmg.br; camargos.marcos@gmail.com
Alexandre Rolim Ferreira
Mestre em Administracao pelo CEPEAD-UFMG Professor e Coordenador do
curso de Administracao da Faculdade IBS/FGV--Belo Horizonte-MG, Brasil
E-mail: alexandre.rolim@ibs.edu.br; alexandre.rolim@gmail.com
Mirela Castro Santos Camargos
Doutora em Demografia pelo CEDEPLAR-UFMG. Gestora de Ensino e
Pesquisa do Centro de Estudos e Politicas Publicas da Fundacao Joao
Pinheiro--Belo Horizonte-MG, Brasil E-mail:
mirela.camargos@fjp.mg.gov.br; mirelacsc@gmail.com
Recebido em: 1/7/2008
Aprovado em: 11/3/2010
Tabela 1: Divisao das Atividades de Coordenacao (Alunos x Instituicao)
Resposta Frequencia %
Totalmente baseado na demanda dos alunos 1 2.9
Mais baseado nas demandas institucionais 4 11.8
do que nas dos alunos
Mais baseado nas demandas dos alunos do que nas 5 14.7
institucionais
Totalmente baseado nas demandas institucionais 1 2.9
Baseado igualmente nas demandas dos alunos e
nas institucionais 23 67.6
Total 34 100%
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 2: Percepcao sobre como deve ser a atuacao/composicao do
Colegiado de Curso
O colegiado de curso deve ... DT DP NPOF CP CT Total
apenas referendar as 14,7 61,8 5,9 8,8 8,8 100%
decisoes tomadas pelo
coordenador
ser formado apenas por 20,6 55,9 2,9 14,7 5,9 100%
administradores
participar de todas as 2,9 11,8 2,9 32,4 50,0 100%
decisoes pedagogicas (plano
curricular, ementas,
pesquisa e extensao) do
curso
propor alternativas e 0,0 0,0 2,9 17,6 79,4 100%
solucoes de melhoria para o
curso
ser atuante e decisivo para 0,0 0,0 2,9 32,4 64,7 100%
a gestao do curso
ser formado apenas por 14,7 58,8 2,9 17,6 5,9 100%
professores
participar da elaboracao do 0,0 32,4 11,8 29,4 26,5 100%
orcamento do curso
participar das admissoes e 8,8 41,2 5,9 17,6 26,5 100%
demissoes de professores
DT = discordo totalmente; DP = discordo parcialmente; NPOF = nao
possuo opiniao formada; CP = concordo parcialmente e CT = concordo
totalmente
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 3: Percepcao sobre como e a atuacao/composicao do Colegiado de
Curso
O colegiado de curso... N R E F S Total
apenas referenda as 11,8 14,7 23,5 38,2 11,8 100%
decisoes tomadas pelo
coordenador
e formado apenas por 52,9 17,6 20,6 2,9 5,9 100%
administradores
participa de todas as 0,0 20,6 26,5 32,4 20,6 100%
decisoes pedagogicas (plano
curricular, ementas,
pesquisa e extensao) do
curso
propoe alternativas e 0,0 11,8 23,5 32,4 32,4 100%
solucoes de melhoria para o
curso
e atuante e decisivo para a 0,0 20,6 29,4 23,5 26,5 100%
gestao do curso
e formado apenas por 44,1 5,9 11,8 17,6 20,6 100%
professores
participa da elaboracao do 50,0 32,4 5,9 5,9 5,9 100%
orcamento do curso
participa das admissoes e 32,4 23,5 14,7 17,6 11,8 100%
demissoes de professores
N = nunca; R = raramente; E : eventualmente; F = frequentemente e S =
sempre
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 4: Tempo de existencia dos cursos
Resposta Frequencia %
Ate 5 anos 14 41,2
6 a 10 anos 4 11,8
11 a 20 anos 14 41,2
21 a 30 anos 1 2,9
31 a 40 anos 1 2,9
Total 34 100%
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 5: Principal contribuicao dos cursos pesquisados
Resposta Frequencia %
fornecer formacao teorica aos alunos 0 0
ampliar a visao de mundo dos alunos 6 17,6
levar o aluno a adquirir competencia profissional 18 52,9
permitir a obtencao do diploma de curso superior 0 0
possibilitar a ascensao social 0 0
proporcionar ao aluno uma visao critica do modelo 6 17,6
economico
nenhuma 4 11,8
Total 34 100%
Fonte: Elaborada pelos autores.