Heuristics and anchorages in the formation of prices in supermarkets/Heuristicas e ancoragens na formacao dos precos em supermercados/Heuristicas yancorajes en la formacion de los precios en supermercados.
Paixao, Roberto Brazileiro ; Carvalho, Cesar Valentim de Oliveira, Jr. ; Bruni, Adriano Leal 等
1. INTRODUCAO
O marketing segue numa busca incansavel por atender as necessidades
dos clientes por meio do produto (ou servico) comercializado e das
peculiaridades associadas a sua criacao, entrega e consumo (LEViTT,
1990). Para isso, e necessario o estabelecimento do mix de marketing.
Quando os profissionais de marketing decidem sobre os produtos e suas
caracteristicas, definem seus precos, decidem sobre como os distribuir e
selecionam metodos para a sua promocao (KOTLER; KELLER, 2007).
Quanto ao mix de marketing, Kotler e Keller (2007) destacam que o
preco difere dos tres outros elementos (produto, promocao e ponto de
venda ou distribuicao) por gerar receita, enquanto os demais itens sao
geradores de custos. Esses autores defendem que sao necessarios
investimentos ou gastos nos demais componentes para a producao da
receita gerada pelo preco praticado.
Seguindo essa linha de pensamento, Feldman (2002) tambem ressalta a
importancia do preco e os seus efeitos na lucratividade das companhias,
destacando o quanto o preco pode provocar efeitos instantaneos de curto
prazo nos resultados das organizacoes por meio de reducoes ou aumentos
em consideraveis proporcoes.
Atestando a importancia de uma ampla visao no processo de
precificacao de produtos e servicos, Nagle e Holden (2003) consideram um
erro definir as quantidades a serem vendidas e os compradores a serem
atendidos sem ao menos identificar os precos que podem ser cobrados.
Assim, os autores defendem que os aspectos mercadologicos devem primar
pela avaliacao de quanto os compradores podem ser convencidos a pagar,
enfatizando mais uma vez a importancia do preco no mix de marketing das
organizacoes.
Observando a importancia do preco no composto mercadologico,
academicos e empresarios estao cada vez mais interessados em entender
como os consumidores percebem o valor de um bem ou servico, como podem
influencia-lo e, consequentemente, como eles avaliam os precos. Os
empresarios muitas vezes tomam decisoes relativas a precos baseados nas
suas experiencias, com pouco ou nenhum embasamento cientifico. Nesse
sentido, ha um largo campo a ser pesquisado, especificamente para
entender como e por que os consumidores respondem a diferentes formas de
precificacao (SMITH; NAGLE, 1995).
Alguns estudos vem chamando a atencao para a analise de aspectos
cognitivos dos consumidores, principalmente os vinculados a percepcao
dos precos. Visto que a percepcao dos precos e a decisao de compra
sofrem uma grande influencia de heuristicas, ou seja, de processos
cognitivos simplificadores, alguns estudos se baseiam na ancoragem de
tais percepcoes nos digitos esquerdos dos precos (SMITH; NAGLE, 1995;
ANDERSON; SIMESTER, 2003; THOMAS; MORWITZ, 2005; SCHINDLER; KIBARIAN,
2001).
Algumas investigacoes destacam a relevancia da adocao de centavos
elevados quando os digitos esquerdos sao diferentes (como R$ 1,99 e R$
2,00). Neste caso, os consumidores perceberiam os precos com centavos
elevados como mais baixos, enquanto a percepcao de precos nao
apresentaria diferencas em casos nos quais os digitos esquerdos nao se
alteram (como R$ 1,99 e R$ 1,70) (ANDERSON; SIMESTER, 2003; THOMAS;
MORWITZ, 2005; SCHINDLER; KIBARIAN, 2001).
Apesar de sua relevancia, observa-se a incipiencia de pesquisas
acerca deste tema no Brasil, em razao da pouca atencao dada a eficiencia
ou relevancia da formacao de precos, o que e, em parte, justificado por
Giglio e Figueiredo (2004), que identificaram que o processo
inflacionario das decadas de 80 e 90 gerava resultados financeiros
superiores aos operacionais. Assim, buscando contribuir com as pesquisas
referentes as formas de precificacao no Brasil e a maneira pela qual
elas sao percebidas pelos consumidores, este artigo objetiva analisar
como os consumidores ancoram a sua percepcao dos precos no digito
esquerdo (nos centavos).
Este trabalho buscou estudar o fenomeno da ancoragem no digito
esquerdo mediante dois objetivos e metodologias diferentes. O primeiro
objetivo foi analisar a distribuicao dos centavos nos precos em gondolas
e tabloides de supermercados, testando a hipotese de uma pratica mais
intensa de precos com centavos mais altos. O segundo objetivo foi
analisar o fenomeno da ancoragem que poderia justificar a pratica de
precos com centavos elevados, mediante experimento que testou a hipotese
de que os consumidores ancorarao sua percepcao no digito esquerdo
anterior a virgula do preco. Existindo ancoragem, produtos com centavos
elevados nos precos, como R$ 3,99, seriam percebidos em razao,
unicamente, do digito esquerdo. O preco seria percebido como R$ 3,00,
apenas.
O artigo esta subdividido em outras quatro partes, alem desta
introducao. A segunda parte apresenta o referencial teorico sobre o
tema, com foco nas pesquisas mais recentes publicadas em periodicos de
relevancia internacional. A terceira parte apresenta os procedimentos
metodologicos da pesquisa, incluindo os testes estatisticos realizados.
Os resultados sao analisados na quarta parte. Por fim, na quinta parte
sao apresentadas as consideracoes finais a respeito das pesquisas e dos
resultados encontrados.
2. REFERENCIAL TEORICO
O processo de tomada de decisao do consumidor, segundo Hastie
(2001), surge da combinacao de desejos (utilidades, valores pessoais e
objetivos) e crencas (expectativas e conhecimentos) na escolha de um
curso de acao, sendo, portanto, um processo complexo.
O processo de compra ocorre, basicamente, em dois estagios: o
reconhecimento da necessidade, estagio considerado primario e que
representa o despertar do desejo e a intencao de satisfaze-lo; e a busca
de informacoes, que consiste na coleta de informacoes esclarecedoras
acerca dos produtos ou servicos disponiveis e que atendam ao desejo
(KOTLER; KELLER, 2007).
Engel, Blackwell e Miniard (1995) acreditam que o processo de
decisao de compra do consumidor e influenciado por variaveis do ambiente
(cultura, etnia, classe social, por exemplo), por diferencas individuais
(recursos disponiveis para compra, conhecimento, atitude e estilo de
vida, por exemplo) e por variaveis psicologicas (processamento de
informacoes, aprendizagem e influencia sobre atitudes e comportamentos,
por exemplo). Essas variaveis vao influenciar na identificacao da
necessidade, na procura, na avaliacao de alternativas de aquisicao, na
compra efetiva, no consumo e na avaliacao pos-compra.
Contudo, visto que o processo de decisao de compra ocorre muitas
vezes em situacoes adversas, em ambientes complexos e suscetiveis a
mudancas, nos quais os consumidores possuem apenas informacoes
incompletas e nao confiaveis, e comum que sejam utilizadas heuristicas.
As heuristicas sao processos simplificados de julgamento que facilitam
as tomadas de decisao, como a decisao de compra de um determinado bem ou
servico.
Tversky e Kahneman (1974) buscaram entender como se dava o
julgamento humano em situacoes complexas. Para esses autores, as
decisoes que as pessoas tomam nao obedecem a modelos matematicos, ou
seja, na maioria das vezes as pessoas nao utilizam um embasamento
estatistico para ponderar suas decisoes. Ao contrario, utilizam regras
de inferencia com a finalidade de simplificar o processo, as chamadas
heuristicas. As heuristicas simplificam o processo decisorio, reduzindo
os esforcos empreendidos nos julgamentos e o tempo gasto no processo.
Contudo, podem conduzir a erros e vieses na tomada da decisao.
Tversky e Kahneman (1974) classificaram as heuristicas em tres
tipos: disponibilidade, representatividade e ancoragem. A
disponibilidade consiste na facilidade com que determinado fato e
lembrado ou imaginado pelo individuo e em como ele pode afetar a
estimacao da probabilidade de determinado evento ocorrer. Ou seja, de
acordo com a heuristica da disponibilidade, as pessoas julgam a partir
da facilidade de consultar em sua memoria experiencias anteriores. A
heuristica da representatividade esta relacionada a ocorrencia de um
determinado evento tipico ou representativo de uma certa situacao. A
representatividade e determinada pela similaridade entre outros
eventos--significa que a probabilidade de ocorrencia de um evento esta
ligada ao nivel de similaridade entre as caracteristicas do processo ou
da populacao a partir dos quais ele foi gerado. Para Bazerman (2004), ao
fazerem um julgamento sobre um individuo, objeto ou evento, as pessoas
tendem a procurar peculiaridades que eles possam ter que correspondam a
estereotipos formados anteriormente. A heuristica da ancoragem consiste
em adotar um valor inicial como ancora para um julgamento posterior. Tal
ancora serve de parametro para uma estimativa sobre uma decisao. A
ancoragem permite ganhos de tempo e nao demanda esforcos cognitivos,
contudo pode levar a julgamentos tendenciosos.
A heuristica de ancoragem e especialmente importante neste trabalho
e nas pesquisas sobre como os consumidores sao afetados por politicas de
precos diferenciados. Dado o volume de informacoes de precos referentes
aos itens ofertados por varejistas, julga-se comum a ancoragem com base
em algum preco diferenciado, por exemplo, um preco terminado em 99.
Para Smith e Nagle (1995), os consumidores percebem um preco de,
por exemplo, R$ 95 como se nesse preco houvesse um desconto para um
preco "regular" de R$ 100, entendendo que tal valor implicaria
um ganho. De maneira inversa, um preco de R$ 105 seria visto como
implicando uma possivel "perda", pois seria considerado um
aumento de um preco "regular" de R$ 100.
Tal logica se baseia na leitura do preco no sentido
esquerda-direita. Smith e Nagle (1995) exemplificam tal percepcao por
meio de pares de precos, conforme a Figura 1. Considerando-se os precos
dessa figura, para qual dos pares de precos o preco mais baixo
representa um desconto? Segundo esses autores, a maioria das pessoas
percebe o preco mais baixo do segundo par de precos como sendo uma
barganha. Isso ocorre mesmo que a diferenca entre os precos de cada par
seja exatamente a mesma (14 centavos), pois as pessoas tendem a
comparar, no primeiro par, o digito oito com o sete (um
"ponto" menor) e, no segundo par, o digito 9 com o digito sete
(dois "pontos" menor). Sendo assim, a diferenca entre os
precos seria maior no segundo par de precos.
De acordo com Schindler e Kibarian (2001), o uso de precos
terminados em 99, como R$ 14,99 em vez de R$ 15,00, faz incrementar
substancialmente o volume de vendas do produto, apesar de ainda nao
estar tao claro o motivo para tal aumento nas vendas. Na visao desses
autores, uma possivel resposta para tal efeito esta na imagem que o
preco passa aos consumidores. Nesse sentido, tal efeito ocorrera sempre que o preco terminado em 9 for captado pelos consumidores como um preco
favoravel, sem que a qualidade do produto seja alterada na sua
percepcao.
O preco terminado em 99 tende a ser entendido como um preco
inferior. As pessoas tendem a dar menor atencao aos digitos direitos de
um preco e, consequentemente, a subestimar o impacto do final 99
(SCHINDLER; KIBARIAN, 2001). Isso significa que a atencao das pessoas e
centrada no digito esquerdo (antes da virgula) de um preco e nao nos
centavos (SMITH; NAGLE, 1995). Assim, ao se observar um preco de R$
14,99 pode ocorrer a percepcao de preco tendendo mais para o valor 14 do
que para o valor 15.
Para Thomas e Morwitz (2005), a mudanca de um preco de R$ 5,00 para
R$ 4,99, por exemplo, muda o digito esquerdo (de 5 para 4), e e
justamente tal mudanca, e nao a reducao de um centavo, que afeta a
magnitude da percepcao dos consumidores.
Uma possivel explicacao para o efeito do preco terminado em 99 pode
estar no processo de leitura da esquerda para a direita. Nesse sentido,
a ancoragem no digito esquerdo aconteceria antes mesmo do termino da
leitura do preco, em um processo extremamente rapido e inconsciente
(THOMAS; MORWITZ, 2005).
Tal estrategia de precificacao, que utiliza precos terminados em 9,
e mais utilizada em promocoes do que em precos regulares; tambem e mais
utilizada por varejistas que atuam em mercados com elevada concorrencia
(SCHINDLER; KIBARIAN, 2001). Esse fato pode ser observado nos tabloides
promocionais das redes supermercadistas. Os encartes trazem promocoes
nas quais a precificacao se concentra no uso de valores terminados em 9
ou 8. A Figura 2 apresenta alguns exemplos de anuncios de uma rede de
supermercados coletados nesta pesquisa. Todos os precos apresentados
apresentam centavos iguais a R$ 0,98.
[FIGURE 2 OMITTED]
A estrategia de precificacao que utiliza digitos direitos
terminados em 9 ou 8 enfatiza a visualizacao do digito esquerdo pelo
consumidor. O digito esquerdo aparece em destaque nos tabloides
pesquisados (ver Figura 3), o que de certa forma condiz com os estudos
de Schindler e Kibarian (2001), Anderson e Simester (2003) e Thomas e
Morwitz (2005).
[FIGURE 3 OMITTED]
Schindler e Kibarian (2001) realizaram um experimento com anuncios
de precos terminados em 99 e terminados em 0 (exemplo: R$ 9,99 e R$
10,00). A pesquisa foi feita com dois grupos distintos: um grupo avaliou
anuncios com precos terminados em 99 e outro com precos terminados em 0.
Em seguida, fizeram perguntas as pessoas que participaram do
experimento. Os autores concluiram que o primeiro grupo acreditava que
tais precos estavam em promocao e que dificilmente poderia encontrar
precos mais baixos. De outro lado, os resultados referentes a qualidade
dos produtos nao foram significativos, ou seja, os respondentes nao
consideraram os precos terminados em 9 como de qualidade inferior.
Para Thomas e Morwitz (2005), a percepcao dos consumidores so e
afetada quando a alteracao do preco terminado em 9 ocorre em conjunto com o digito esquerdo. Ou seja, a percepcao so sera afetada quando o
preco for alterado de R$ 5,00 para R$ 4,99. Caso o preco seja alterado
de R$ 3,60 para R$ 3,59 tal efeito nao tera o mesmo impacto, pois o
digito esquerdo nao foi alterado.
Em sua pesquisa sobre o efeito do digito esquerdo, Thomas e Morwitz
(2005) fizeram uma analise do efeito da percepcao da magnitude dos
precos terminados em 9 com alteracao no digito esquerdo (R$ 3,00 para R$
2,99) e sem tal alteracao (R$ 3,60 para R$ 3,59). A percepcao da
magnitude dos precos foi significante quando a alteracao nos precos
ocorreu com alteracao no digito esquerdo, porem insignificante quando
nao ocorreu a alteracao no digito esquerdo.
Tambem em pesquisa voltada ao mapeamento dos efeitos de precos
terminados em 9 nas vendas dos varejistas, Anderson e Simester (2003)
investigaram tais efeitos a partir de tres estudos em larga escala
conduzidos em dois diferentes catalogos de roupas femininas. Esses
estudos envolveram ampla manipulacao de precos (geralmente de R$ 1,00 a
R$ 5,00) e revelaram evidencias conclusivas de que precos terminados em
9 podem elevar a demanda. Foi identificado tambem que os precos
terminados em 9 sao mais eficazes para novos itens e para os casos em
que ha sugestoes de venda. Os autores destacam ainda que a eficacia do
final dos precos e moderada pelo contexto no qual estes sao usados, e
que esse fato pode ajudar a explicar alguns dos inconclusivos resultados
encontrados em estudos anteriores.
Anderson e Simester (2003) avaliaram dois tipos de explicacoes para
os resultados encontrados: (a) sob uma explicacao baseada em
informacoes, os consumidores usam o final dos precos para deduzir que o
item e caro ou barato em relacao aos niveis de preco do mercado; (b) ja
sob explicacoes baseadas em "dropping-off", em que a
referencia de valor e perdida pelos consumidores, estes sao
caracterizados por processar as informacoes de precos de forma
imperfeita. Assim, de acordo com esses autores, os resultados
encontrados no estudo oferecem maior suporte a explicacao baseada em
informacoes.
Em outro estudo, Schindler e Chandrashekaran (2004) buscaram
analisar a influencia dos ultimos digitos na recordacao dos precos.
Assim, o interesse do estudo foi, observando o padrao de recordacao pela
posicao dos digitos, tentar entender como os consumidores recordam um
grupo de precos. O objetivo do estudo foi investigar se diferentes
formatos de finais de preco (terminados em 9 versus finais baixos versus
finais altos) influenciam a precisao da recordacao do grupo de numeros
que representam os precos em quatro digitos. Os resultados encontrados
sugerem que os consumidores percebem os digitos esquerdos mais elevados
como mais caros. Tais precos apresentam desvantagem na perspectiva dos
consumidores quando comparados a digitos esquerdos inferiores. Assim, os
digitos esquerdos acabam forcando os consumidores a ter uma percepcao
irregular dos precos. Os autores tambem destacam que a precificacao de
produtos com numeros finais baixos faz com que estes possam ser
percebidos como mais caros do que os produtos daqueles varejistas que
precificam os seus produtos com finais de preco altos ou precos
terminados em 9.
Apesar da importancia e principalmente da grande utilizacao da
precificacao terminada em centavos elevados, sao poucos os estudos
empiricos sobre seus efeitos (SCHINDLER; KIBARIAN, 2001).
Particularmente no Brasil, pesquisas envolvendo tal tema tambem sao
escassas. Giglio e Figueiredo (2004) afirmam que, no Brasil, a pouca
atencao dada pela academia a pesquisa sobre precos se deve em grande
parte a fatores economicos marcantes das ultimas decadas, como o
processo inflacionario dos anos 80 e 90 e o congelamento de precos pelo
governo.
3. METODOLOGIA
A hipotese principal do estudo afirma que os consumidores ancorarao
sua percepcao no digito esquerdo no caso de produtos cuja parte
fracionaria do preco seja elevada. Neste estudo, considerou-se que a
ancoragem iria ocorrer no digito esquerdo mesmo nos casos em que a parte
fracionaria fosse maior que R$ 0,50 (cinquenta centavos). Assim,
produtos com precos iguais a R$ 16,98, por exemplo, seriam armazenados
na lembranca dos consumidores como custando "Dezesseis reais e
pouco". A confirmacao dessa ancoragem justificaria a pratica tao
intensa de precos com centavos elevados. Sua analise e o principal
objetivo deste estudo. Para isso, os procedimentos metodologicos
envolveram a realizacao de duas pesquisas distintas.
A primeira pesquisa analisou os precos de produtos variados
expostos nas gondolas e tambem em tabloides impressos distribuidos em
tres lojas diferentes situadas em Salvador, Bahia, de tres grandes redes
de supermercados. O objetivo de tal coleta foi identificar a pratica de
precificacao com digitos direitos (ou centavos) mais elevados
(principalmente 9 e 8). No total, foram coletados 4.144 precos de
gondolas e 52 precos de tabloides. Existindo o fenomeno da ancoragem no
digito esquerdo e o desprezo a percepcao dos centavos nos precos, era
esperado que o fenomeno fosse explorado por fabricantes e varejistas,
que apresentariam precos sistematicamente com centavos mais altos.
A segunda pesquisa envolveu um experimento constituido de duas
partes sequenciais. A amostra foi formada por 96 alunos de graduacao e
pos-graduacao de duas instituicoes particulares de ensino de Salvador,
Bahia. A amostragem foi definida como nao probabilistica por
conveniencia, na qual o pesquisador se dirige intencionalmente aos
respondentes. Justifica-se esse tipo de amostragem, principalmente, pela
facilidade de obtencao dos dados e pelo baixo custo de operacionalizacao
(AAKER; KUMAR; DAY, 2004).
Na primeira parte, apresentou-se uma relacao com dez produtos
escolhidos aleatoriamente do tabloide informativo de precos de uma
grande rede de supermercados da cidade. Os produtos foram escolhidos com
base unicamente em seus precos anunciados. Com o objetivo de manter um
grupo de controle, optou-se pela analise experimental tambem de precos
com menos de cinquenta centavos. A inclusao de um grupo de controle
permitiu analises adicionais dos niveis de significancia dos testes.
Foram selecionados dois produtos com precos comecados em R$ 1,00,
outros dois com precos comecados em R$ 2,00 e assim por diante, ate R$
5,00. Dentro de cada faixa de preco, escolheu-se um produto com valor em
centavos menor que R$ 0,50 e outro com valor em centavos maior que R$
0,50. Posteriormente, os produtos foram aleatoriamente sorteados e
incluidos na versao impressa dos questionarios distribuidos. A relacao
dos produtos, seus respectivos precos e a ordem em que apareceram nos
questionarios podem ser vistos no Quadro 1.
O objetivo da primeira parte do experimento consistia em os
respondentes analisarem cada um dos produtos individualmente. Para
reforcar a analise das caracteristicas, foi solicitado ao respondente
que apontasse a probabilidade de ele comprar cada um dos produtos
apresentados, assinalando um numero entre 1 (Probabilidade baixa) e 7
(Probabilidade alta). A parte inicial da etapa antecedente do
experimento com os dois primeiros produtos pode ser visualizada na
Figura 4.
[FIGURE 4 OMITTED]
A Figura 5 apresenta a parte inicial da segunda etapa do
experimento. Imediatamente apos todos os questionarios da primeira parte
terem sido recolhidos, foram distribuidos os questionarios da segunda
parte. Os mesmos produtos foram apresentados, porem os precos foram
omitidos e o respondente deveria assinalar uma de duas alternativas
escolhidas. As alternativas apresentadas estavam situadas em torno do
preco real do produto. Assim, no caso do produto "Esponja de la de
aco Lanux com 8 unidades 60 g", com preco de R$ 1,27, foram
apresentadas as alternativas [_ R$ 1,00 ou [_] R$ 2,00. As alternativas
de resposta foram codificadas como sendo 0 (valor baixo) ou 1 (valor
alto).
[FIGURE 5 OMITTED]
A analise dos dados empregou estatisticas descritivas (media,
frequencias, desvio-padrao e erro-padrao da media), teste t para uma
amostra (one-sample t- test) e teste t para duas amostras independentes
(independent-samples t-test), que buscaram verificar a relacao entre as
variaveis por meio de testes de igualdade de media. Os resultados dos
testes indicam se existe ou nao uma diferenca estatisticamente
significante entre as medias analisadas (FONSECA; MARTINS, 1996). Foi
utilizado o software estatistico SPSS versao 15 para a analise dos
dados.
4. ANALISE DOS RESULTADOS
Uma analise do uso da pratica de precos com digito direito ou casa
das dezenas de centavos elevados pode ser feita a partir da
interpretacao dos dados apresentados na Tabela 1, que exibe os
resultados da tabulacao de 4.144 precos coletados em gondolas e de
outros 52 precos coletados em tabloides de supermercados baianos em fins
de 2007. Entende-se que os tabloides, que correspondem a ferramentas de
comunicacao de atividades promocionais das lojas, focam anuncios de
precos.
A Tabela 1 apresenta a distribuicao dos precos encontrados,
considerando todos os elementos ou apenas aqueles maiores que R$ 1,00,
ja que um produto com preco inferior a R$ 1,00 nao poderia ser
aproximado para o inteiro inferior R$ 0,00.
Como sao dez os digitos direitos, caso a distribuicao fosse
uniformemente distribuida, as frequencias relativas obtidas deveriam
situar-se em torno de 10%. E possivel, porem, perceber frequencias
crescentes de acordo com o aumento da casa dos centavos do preco.
Considerando-se apenas os precos maiores que R$ 1,00, nos precos de
gondola, obteve-se uma frequencia relativa igual a 17% do digito 9 e de
apenas 8% do digito 0. Ja nos precos de tabloides, a frequencia relativa
do digito 9 elevou-se substancialmente, tendo sido obtida uma frequencia
de 31%, enquanto o digito 0 teve uma frequencia de apenas 4%. Os
resultados confirmam o uso de digitos direitos elevados nas atividades
promocionais de precos apresentados em tabloides.
O nivel de significancia dos resultados da pratica de precos com a
casa da dezena dos centavos elevada pode ser verificado na Tabela 2, que
apresenta as frequencias consolidadas para os digitos agrupados de 0 a 4
e de 5 a 9. A frequencia de precos com centavos mais altos e maior nos
tabloides promocionais (63%) do que nas gondolas (58%). A pratica
promocional mais intensa de precos com digitos direitos maiores e
coerente com os estudos de Schindler e Kibarian (2001) e de Thomas e
Morwitz (2005).
Considerando-se o teste de igualdade de frequencias relativas,
conclui-se que, de um modo geral, todos os resultados sao significativos
a um nivel de significancia padrao igual a 5%. Existe, de fato, uma
maior concentracao de frequencias nos digitos mais altos. A menor
significancia estatistica nos precos de tabloides pode ser explicada
pelo tamanho menor da amostra.
Em seguida, foram analisados os dados do experimento. A Tabela 3
apresenta cada um dos dez produtos participantes do experimento, com
seus respectivos valores de precos, numero de observacoes, media,
desvio-padrao, erro-padrao, teste t para a media de uma amostra, graus
de liberdade e nivel de significancia. As estatisticas foram calculadas
com base na segunda parte do experimento, na qual o respondente
indicaria o preco do produto: mais alto ou mais baixo; este ultimo evidenciaria a ancoragem no digito esquerdo. O teste assumiu uma media
igual a R$ 0,50 (u0 = R$ 0,50), o que condiz com uma resposta aleatoria,
sem nenhuma ancoragem no limite inferior e no limite superior.
Para o primeiro produto apresentado no experimento, pode-se
observar que os respondentes ancoraram a sua resposta no valor mais alto
do digito esquerdo (media = 0,93), sendo tal diferenca estatisticamente
significante (p = 0,000). Esse resultado vai ao encontro dos resultados
das pesquisas de Schindler e Kibarian (2001), Anderson e Simester (2003)
e Thomas e Morwitz (2005). Os produtos posicionados na quinta, setima e
oitava posicoes tambem apresentaram resultados significativos, porem
apenas o setimo produto apresentou resultados proximos ao que se
esperava, ou seja, ancoragem no digito esquerdo. Como se pode observar,
o preco do produto e R$ 4,98, e os respondentes, em media, ancoraram o
valor em R$ 4,00.
Quando agrupados os precos em duas categorias, acima de R$ 0,50 e
abaixo de R$ 0,50, os resultados do teste t para cada uma das amostras
(u0 = $0,50) mostram- se significativos apenas para valores acima de R$
0,50, indo tambem ao encontro dos resultados encontrados por Schindler e
Kibarian (2001), Anderson e Simester (2003) e Thomas e Morwitz (2005). A
ancoragem ocorre com a aproximacao do preco para cima, e nao para baixo,
semelhantemente aos resultados das pesquisas desses autores.
Uma segunda etapa da analise aplicou o teste t para duas amostras
independentes, considerando o agrupamento em relacao aos centavos e
estabelecendo dois grupos: (1) com centavos nos precos menores que R$
0,50; (2) com centavos nos precos maiores que R$ 0,50. Considerando-se
todos os dez produtos analisados no experimento, observa-se que a media
da categoria menor que R$ 0,50 e menor do que a media da categoria maior
que R$ 0,50 (0,47 e 0,61, respectivamente). Ou seja, os resultados
contradizem a hipotese de ancoragem no digito esquerdo. A media dos
precos maiores foi maior, com 61% dos respondentes ancorando sua
resposta no limite superior. Tal diferenca foi significativa ao nivel de
5% (p = 0,000), o que tambem se mostra incoerente com a hipotese de
existencia da ancoragem. Poder-se-ia afirmar haver diferenca
significativa entre as medias, contudo nada poderia ser afirmado sobre a
existencia de ancoragem no digito esquerdo quando os digitos direitos
sao maiores que R$ 0,50.
Uma mesma analise foi conduzida para duas amostras independentes,
desconsiderando-se os dados do primeiro produto. O objetivo de tal
analise era verificar se o preco do primeiro produto avaliado estaria
interferindo nos resultados encontrados no experimento. As estatisticas
foram calculadas para os nove produtos restantes, conforme e apresentado
na Tabela 5.
As medias encontradas para as categorias de precos (menores que R$
0,50 e maiores que R$ 0,50) foram proximas (0,47 e 0,54,
respectivamente), e o resultado do teste t nao permitiu concluir ser
significativa tal diferenca entre as medias. Isso sugere que houve
realmente uma influencia do primeiro produto na analise. Ademais, nao se
pode afirmar haver uma influencia dos digitos direitos mais elevados em
uma ancoragem no digito esquerdo.
5. CONSIDERACOES FINAIS
A literatura tem indicado haver uma razao na utilizacao de digitos
finais elevados nos precos, ou, como usualmente feito, de digitos
terminados em 9. Essa pratica baseia-se na ideia de que existe ancoragem
no digito esquerdo (parte inteira do preco), como se a parte fracionaria
fosse excluida ou nao lembrada. Um preco, por exemplo, de R$ 6,99
tenderia a ser lido como "seis e pouco", nao havendo
aproximacao para o numero inteiro superior.
Os estudos de Schindler e Kibarian (2001), Anderson e Simester
(2003) e Thomas e Morwitz (2005) confirmam tal associacao. Todos esses
autores, em diferentes experimentos, confirmaram suas hipoteses
referentes aos precos terminados em 9 e ate mesmo um crescimento nas
vendas com tal pratica de precificacao.
Nesta pesquisa, analisou-se inicialmente se a pratica de usar
precos fracionarios, ou digitos direitos, elevados (terminados em 8 e 9)
e usual. Os resultados confirmaram que essa pratica de precificacao e
bastante utilizada pelos supermercados baianos, tanto nos precos das
gondolas quanto nos precos dos tabloides.
Posteriormente, realizou-se um experimento em duas fases. A segunda
fase indicaria haver ou nao a ancoragem no digito esquerdo quando da
ocorrencia de precificacao com valores fracionarios mais elevados,
diga-se acima de R$ 0,50. A amostra foi dividida em dois grupos (menor
ou maior que R$ 0,50). Na primeira analise, que considerou todos os dez
produtos, concluiu-se haver diferenca significativa na media entre os
dois grupos, contudo a hipotese do presente estudo foi negada. No grupo
de precos maiores que R$ 0,50 era esperado encontrar uma media abaixo de
tal valor, o que indicaria a ancoragem no digito esquerdo.
Os dados foram novamente avaliados, excluindo-se contudo os valores
do primeiro produto, visto que poderiam estar influenciando os
resultados dos demais. O resultado encontrado nao permitiu identificar
uma diferenca significativa entre as medias dos grupos (menor ou maior
que R$ 0,50). Esse resultado permite apenas concluir que as diferencas
encontradas se devem ao acaso.
Apesar de os resultados encontrados nao serem condizentes com os
estudos de Schindler e Kibarian (2001), Anderson e Simester (2003) e
Thomas e Morwitz (2005), eles podem contribuir para os estudos de
precificacao no Brasil. Os resultados reforcam a coerencia da pratica de
precos com centavos elevados, que estaria baseada na dificuldade dos
consumidores em realizar aproximacoes nos precos.
O presente estudo possui as limitacoes condizentes com um
experimento (KERLINGER, 1980). Ressalta-se que a quantidade de produtos
avaliados por cada respondente (dez) pode, de alguma forma, ter
interferido nos resultados. Destaca-se, alem disso, que a escolha dos
produtos tambem pode ter influenciado nos resultados. Acredita-se que e
mais dificil fazer consideracoes de precos relativos a produtos com os
quais o consumidor tem um baixo nivel de envolvimento.
Outra limitacao da pesquisa, especificamente da sua segunda parte,
refere-se ao processo de amostragem. Por se tratar de uma amostragem nao
probabilistica por conveniencia, ressaltam-se as limitacoes referentes
ao grupo escolhido para a coleta (alunos). Uma recomendacao para novos
estudos e que realizem abordagens semelhantes, utilizando porem uma
amostragem com maior rigor estatistico.
E relevante salientar ainda que, conforme destaca Kerlinger (1980),
um experimento, a principio, nao pode ser generalizavel. Para que as
conclusoes dos experimentos sejam mais robustas, estes devem ser
replicados diversas vezes. Os resultados do presente estudo contribuem
para os estudos de precos. Sugere-se que novos experimentos, utilizando
novos produtos (e outras variaveis), sejam realizados. Estudos nesta
linha ainda sao incipientes no Brasil e mostram-se como um campo
bastante fertil para pesquisas futuras.
Recebido em: 10/3/2009
Aprovado em: 30/6/2010
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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Roberto Brazileiro Paixao
Doutorando em Administracao pela Escola de Administracao da
Universidade Federal da Bahia. Professor Assistente da Escola de
Administracao da Universidade Federal da Bahia--Salvador-BA, Brasil
E-mail: roberto.brazileiro@ufba.br
Cesar Valentim de Oliveira Carvalho Junior
Doutorando em Ciencias Contabeis pela Faculdade de Administracao,
Economia e Contabilidade da Universidade de Sao Paulo. Professor
Assistente da Faculdade de Ciencias Contabeis da Universidade Federal da
Bahia--Salvador-BA, Brasil
E-mail: cesarvalentim@ufba.br
Adriano Leal Bruni
Doutor em Administracao pela Faculdade de Economia, Administracao e
Contabilidade da Universidade de Sao Paulo. Professor Titular da
Faculdade de Ciencias Contabeis da Universidade Federal da
Bahia--Salvador-BA, Brasil
E-mail: albruni@ufba.br
Quadro 1: Produtos e respectivos precos utilizados no experimento
Amaciante Mon Bijou diversos Esponja de la de aco Lanux com 8
tipos 500 ml, R$ 1,67 unidades 60 g, R$ 1,27
Desinfetante Pinho Sol diversos Coxa com sobrecoxa de frango
tipos 500 ml, R$ 2,37 Galinha Gorda resfriada quilo, R$
5,98
Lava-roupas em po Omo Multiacao Papel toalha Chifon Jumbo com 2
500 g, R$ 2,57 unidades, R$ 3,98
Xampu infantil Equate 443 ml, R$ Talco Equate Baby 200 g, R$ 3,48
4,98
Charque dianteiro Margeo 500 g, Amaciante Fofo diversos tipos 2
R$ 5,48 litros, R$ 4,37
Fonte: os Autores.
Tabela 1: Frequencias de precos em gondolas e tabloides
Digito direito Precos de Gondola
Todos Maiores que R$ 1,00
Fi Fi% Fi Fi%
0 297 7 297 8
1 354 9 354 9
2 351 8 349 9
3 381 9 381 10
4 366 9 363 9
5 376 9 372 10
6 337 8 332 9
7 482 12 402 10
8 346 11 366 9
9 764 18 645 17
Soma 4144 100 3861 100
Digito direito Precos de Tabloide
Todos Maiores que R$ 1,00
Fi Fi% Fi Fi%
0 2 4 2 4
1 3 6 3 6
2 3 6 3 6
3 6 12 6 12
4 5 10 5 10
5 1 2 1 2
6 3 6 3 6
7 7 13 6 12
8 6 12 6 12
9 16 31 16 31
Soma 52 100 51 100
Fonte: os Autores.
Tabela 2: Frequencias de precos agrupados em gondolas e tabloides
Digito direito Precos de Gondola
Todos Maiores que R$ 1,00
Fi Fi% Fi Fi%
0 a 4 1749 42 1744 45
5 a 9 2395 58 2117 55
Soma 4144 100 3861 100
Z teste 10,16 6,03
Sig. Uni 0,000 0,000
Digito direito Precos de Tabloide
Todos Maiores que R$ 1,00
Fi Fi% Fi Fi%
0 a 4 19 37 19 37
5 a 9 33 63 32 63
Soma 52 100 51 100
Z teste 2,02 1,88
Sig. Uni 0,022 0,030
Fonte: os Autores.
Tabela 3: Estatosticas para os precos do experimento
Ordem Preco N Media Desvio- Erro da
anunciado padrao media
1 1,67 95 0,93 0,263 0,027
2 1,27 94 0,44 0,499 0,051
3 2,37 95 0,54 0,501 0,051
4 5,98 96 0,47 0,502 0,051
5 2,57 95 0,79 0,410 0,042
6 3,98 95 0,49 0,503 0,052
7 4,98 96 0,40 0,492 0,050
8 3,48 95 0,38 0,488 0,050
9 5,48 96 0,51 0,503 0,051
10 4,37 95 0,49 0,503 0,052
Centavos < 0,50 475 0,47 0,500 0,023
Centavos > 0,50 477 0,61 0,487 0,022
Ordem Teste t Graus de Sig. (Bi
lib caudal)
1 15,821 94 0,000
2 -1,241 93 0,218
3 0,716 94 0,476
4 -0,610 95 0,543
5 6,884 94 0,000
6 -0,102 94 0,919
7 -2,076 95 0,041
8 -2,419 94 0,017
9 0,203 95 0,839
10 -0,102 94 0,919
Centavos -1,240 474 0,216
Centavos 5,121 476 0,000
Fonte: os Autores.
Tabela 4: Resultados do teste de hipoteses para os 10 produtos
Centavos do preco N Media Desvio-padrao Erro-padrao
Menor que $0,50 475 0,47 0,500 0,023
Maior que $0,50 477 0,61 0,487 0,022
T teste
Teste F Sig. Teste T Graus de Sig. (Bi
Liberdade caudal)
Variancias 21,58 0,00 -4,46 950,00 0,00
assumidas
como iguais
Variancias nao -4,46 949,18 0,00
assumidas
como iguais
Fonte: os Autores.
Tabela 5: Resultados do teste de hipoteses para 9 produtos
Centavos do preco N Media Desvio-padrao Erro-padrao
Menor que $0,50 475 0,47 0,500 0,023
Maior que $0,50 382 0,54 0,499 0,026
T teste
Teste F Sig. Teste T Graus de Sig. (Bi
Liberdade caudal)
Variancias 0,233 0,630 -1,895 855 0,058
assumidas
como iguais
Variancias nao -1,896 816,287 0,058
assumidas
como iguais
Fonte: os Autores.
Figura 1: Exemplo da percepcao de precos
Preco mais alto Preco mais baixo
Par 1 $0,89 $0,75
Par 2 $0,93 $0,79
Fonte: SMITH; NAGLE, 1995.