The real value of the customer in the process of CRM and accounting: a case study in a retail supermarket/O valor real do cliente no processo de CRM e a contabilidade: um estudo de caso em empresa do setor de varejo supermercadista/El valor real del cliente en el proceso de CRM y la contabilidad: un estudio de caso en empresa del sector minorista supermercadista.
Vichroski, Tatiane da Silva Ferreira ; Pfitscher, Elisete Dahmer ; Gallon, Alessandra Vasconcellos 等
1. INTRODUCAO
A competitividade nas empresas esta relacionada a capacidade destas
de sinergizar seus setores e suprir as necessidades de mercados cada vez
mais exigentes. Para isso, o recurso fundamental e a informacao, visto o
ambiente de extrema competitividade no qual a maior parte dos ramos de
negocio dificilmente sobrevive sem o auxilio da informacao, tanto gerencial como contabil, ao comportamento empresarial.
Ainda como condicao basica para sua permanencia no mercado, as
empresas buscam constantemente atrair novos clientes ou oferecer novas
vantagens aqueles ja conquistados. Zenone (2007) declara que a
necessidade de conquistar e, principalmente, manter clientes vem
impulsionando os executivos a repensar suas estrategias de negocio que
enfatizam o servico e a qualidade para conseguir a satisfacao e a
lealdade do cliente a longo prazo.
Neste ponto do artigo deve-se apontar a diferenca conceitual entre
lealdade e fidelidade, e as implicacoes desses conceitos para o
desenvolvimento do marketing de relacionamento, caracterizado pelo foco
na retencao do cliente, orientando-o para a valorizacao dos
consumidores. Assim, de acordo com Oliver (1999:34), lealdade "e um
comprometimento profundo em recomprar ou favorecer um produto/servico no
futuro, causando repeticao de marca ou compra do mesmo conjunto de
marcas, nao obstante influencias situacionais e esforcos de marketing
potenciais para causar um comportamento". Fidelidade, por sua vez,
conforme Lovelock e Wright (2001:150), "e a decisao voluntaria de
um cliente de continuar prestigiando uma empresa especifica durante um
periodo prolongado", de forma que, no contexto empresarial,
"cliente fiel e aquele que esta envolvido, presente; aquele que nao
muda de fornecedor, e mantem consumo frequente, optando por uma
organizacao em particular, sempre que necessita de um determinado
produto ou similar" (BOGMANN, 2002:21).
Ferramentas que auxiliam as empresas a atingir esses objetivos e o
gerenciamento do relacionamento com o cliente, ou CRM, tem ganhado
destaque. O motivo disso e a visao de que e essencial ter clientes
satisfeitos para que o negocio tenha sucesso. Para Kotler e Armstrong
(1999), a utilizacao do marketing e absolutamente importante para o
sucesso e sobrevivencia de qualquer organizacao, independentemente de
seu tamanho.
Para atingir esses objetivos, em muitos casos as empresas usam
estrategias de marketing--"processo social e gerencial atraves do
qual individuos e grupos obtem aquilo que desejam e necessitam, criando
e trocando produtos e valores uns com os outros" (KOTLER;
ARMSTRONG, 1999:3)--, as quais oferecem muitos recursos que ajudam a
obter novos clientes e reter os ja conquistados. Para tanto, os
programas de marketing incluem diversas atividades ordenadas, tais como:
selecao do mercado-alvo ou target, oferta do produto/servico,
precificacao do produto/servico, determinacao da(s) forma(s) de
distribuicao do produto/servico e definicao da comunicacao da oferta
(promocao) do produto/servico (KOTLER, 1998).
Essas atividades sao complexas e exigem investimentos em campanhas
promocionais, novas tecnologias, comunicacao com os clientes,
planejamento de vendas, treinamento de colaboradores, sempre visando um
melhor atendimento aos clientes. No entanto, tao importante quanto conquistar um cliente e mante-lo. Nessa perspectiva, Swift (2001)
comenta que muitas organizacoes adotam o CRM, uma estrategia oriunda do
marketing de relacionamento que tem por objetivo atender o cliente e
influenciar seu comportamento para melhorar suas compras, a retencao, a
lealdade (OLIVER, 1999) e a lucratividade das empresas (PEPPERS; ROGERS;
DORF, 2001). Para isso, o CRM procura fazer do cliente o foco dos
negocios, em torno do qual todos os processos transitam, ja que o
sucesso de um relacionamento que conduz a lealdade deve ser baseado em
confianca e comprometimento, variaveis mediadoras-chave do processo
(MORGAN; HUNT, 1994).
A retencao de clientes lucrativos, geralmente conquistada por
empresas bem-sucedidas, da-se pela obtencao de informacoes gerenciais e
contabeis detalhadas dos clientes, e nao somente por meio de dados
brutos relacionados com transacoes e pagamentos financeiros. Nessa
perspectiva, a Contabilidade, como "um sistema de informacao e
avaliacao destinado a prover seus usuarios com demonstracoes e analises
de natureza economica, financeira, fisica e de produtividade, com
relacao a entidade objetiva de contabilizacao" (IUDICIBUS; MARTINS;
GELBCKE, 2000:42), torna-se indispensavel para que os gestores tomem
decisoes racionais (IUDICIBUS, 2004).
Assim, e tao importante reunir dados transacionais, tipos e padroes
de clientes quanto estimar, o mais precisamente possivel, o valor do
cliente, como forma de analisar e entender cada consumidor, e
principalmente os esforcos que a organizacao deve investir nesse
consumidor. Esse entendimento e usado para criar a mensagem mais
apropriada pelo canal mais apropriado, incluindo todos os pontos de
contato com o cliente.
Diante do exposto, surge a seguinte indagacao incentivadora da
pesquisa: como estimar o valor real do cliente para que a organizacao
consiga analisar e entender cada consumidor? Para responder a essa
questao, a pesquisa propoe uma forma de estimar o valor real do cliente
(LTV--Life Time Value) do comercio de varejo supermercadista com base na
sua historia transacional e financeira, bem como nas suas interacoes com
a organizacao. Realizou-se, assim, um estudo em empresa do ramo
supermercadista, com o intuito de conhecer como o LTV pode ser empregado
na tomada de decisao dentro do processo de CRM, ja que, conforme Hughes
(1998:198), "as medicoes que o LTV oferece podem ser um meio mais
eficiente de justificar investimentos de marketing do que indicativos de
vendas, afinal, o LTV mostra o valor que um cliente ou um segmento de
clientes tem para um negocio".
A relevancia da pesquisa evidencia-se porque, de um lado, ressalta
os beneficios praticos da teoria para o calculo do valor real do cliente
e sua importancia como informacao gerencial para as organizacoes, e, de
outro, elucida, a partir do uso racional das informacoes gerenciais e
contabeis detalhadas dos clientes, que as organizacoes poderao com mais
eficiencia focalizar o cliente, identificar formas de adicionar servico,
investir em qualidade, em melhorias no atendimento e em outras acoes que
agreguem valor ao produto. Esse enfoque supera o conceito de
competitividade alcancada unicamente pela qualidade do produto e assume
a qualidade das acoes de marketing sob a otica do atendimento as
expectativas do cliente.
2. PLATAFORMA TEORICA
Os dois eixos teoricos sobre mensuracao do valor do cliente (LTV)
que informam o presente estudo sao explorados nas subsecoes a seguir,
apoiando ferramentas de gestao de clientes como o CRM.
2.1. O Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente (CRM--Customer
Relationship Management)
Apesar de varias empresas afirmarem atualmente que mantem
relacionamentos com seus clientes, isso nao existe de fato, pois seus
contatos sao puramente transacionais, feitos por meio de pedidos de
compra, precos acordados, contatos visando previsao de consumo, etc.
Nessa perspectiva, Swift (2001) relata que, para que ocorra um
relacionamento, as comunicacoes devem seguir em mao dupla, de forma
integrada, registrada e gerenciada, pois somente com dados historicos e
detalhamento das transacoes e comunicacoes um relacionamento pode ser
efetivamente mantido.
Segundo Leite (2004), o CRM pode ser definido como uma estrategia
empresarial que tem como objetivo colocar em pratica um conjunto de
acoes baseadas no marketing de relacionamento com os clientes. Swift
(2001) declara que sua definicao mais util esta contida no proprio termo
CRM, no qual a palavra importante seria relacionamento.
Conforme Brown (2001), o CRM e uma estrategia de negocio que visa
entender, antecipar e gerenciar as necessidades dos clientes atuais e
potenciais de uma organizacao.
Ja para Peppers, Rogers e Dorf (2001:59), o "CRM e uma
infra-estrutura para implementar-se a filosofia one to one de
relacionamento com os clientes". O principal objetivo de uma
empresa, ao adotar essa filosofia, e entender e influenciar o
comportamento dos seus clientes, fazendo com que eles permanecam
fidelizados a ela, aumentem o volume de suas compras e a recomendem a
outros possiveis clientes. Ou seja, o objetivo principal e obter
incremento real das vendas e, consequentemente, de sua lucratividade e
rentabilidade (PEPPERS; ROGERS; DORF, 2001).
Nessa perspectiva, a estrategia CRM proporciona a empresa o perfil
de seu cliente, possibilitando a execucao de estrategias de
relacionamento dirigidas. Conforme metodologia desenvolvida por Peppers
& Rogers Group (2001), o processo de implantacao de uma iniciativa
de CRM pode ser tratado como um conjunto de quatro tarefas basicas:
1. Identificar os clientes: e de extrema importancia conhecer cada
cliente de maneira individual e unica, com a maior riqueza de detalhes
possivel, identificando-o em todos os pontos de contato,
independentemente do canal escolhido. Em negocios como supermercados,
onde a identificacao nao e exigida ou esperada, esta deve ser
incentivada por programas de fidelidade.
2. Diferenciar os clientes, com o intuito de encontrar os de maior
valor e os de maior potencial, considerando o LTV de cada um (foco de
atencao do estudo).
3. Interagir com os clientes: uma vez que na etapa de diferenciacao
ja foi possivel descobrir quais sao os clientes de maior valor e os de
maior potencial, o proximo passo consiste em incentiva-los a interagir
com a empresa de modo que estas os conhecam cada vez mais, tornando
possivel o estabelecimento de uma relacao de aprendizado.
4. Personalizar produtos e/ou servicos (quando possivel): a tarefa
de personalizacao torna-se bem mais simples a medida que as necessidades
e preferencias dos clientes sao conhecidas.
Apos a exposicao do CRM e do destaque dado a diferenciacao dos
clientes na estrategia CRM (PEPPERS & ROGERS GROUP, 2001), passa-se
a discussao teorica sobre a mensuracao do valor do cliente (LTV--Life
Time Value).
2.2. O Valor Real do Cliente (LTV--Lifetime Value)
De acordo com Greenberg (2001), o Life Time Value (LTV), ou valor
do ciclo de vida do cliente, pode ser entendido como o lucro gerado por
um cliente durante seu ciclo de vida na empresa. Dessa forma, conforme
descrevem Garrafoni Junior et al. (2005:18), "esse conceito e
essencial para o CRM pois facilita o entendimento de quanto significa
financeiramente perder um cliente. Atraves de estudos de perfil de
consumo pode-se estimar o LTV dos consumidores e assim concluir a
potencialidade de consumo de cada cliente".
Segundo Peppers, Rogers e Dorf (2001), o valor real do cliente e o
valor que este tem em toda sua historia transacional com a empresa, as
referencias que ele fez e que se transformaram em vendas. Assim, o valor
pode ser medido em termos reais (lucratividade proporcionada pelo
cliente ao longo de sua relacao com a empresa) ou em termos potenciais
(lucratividade dos negocios futuros que o cliente pode realizar com a
empresa). Outro tipo de valor que dificilmente pode ser medido, mas pode
ser interpretado, e o valor estrategico (clientes que interagem com a
empresa mediante reclamacoes e sugestoes, e que permitem ser usados como
referencias).
Tais afirmacoes sao corroboradas por Costa (2004:9), que adverte,
no que se refere a diferenciacao por valor, que "as organizacoes
devem focar no Valor Vitalicio do Cliente (LTV), que pode ser mensurado
tanto em termos reais quanto em termos potenciais". No LTV, o valor
real do cliente corresponde ao somatorio de toda a lucratividade gerada
pelo cliente ao longo de sua relacao com a empresa, bem como a
lucratividade resultante de qualquer transacao originada por sua
referencia ou indicacao, enquanto o valor potencial compreende, alem de
dados externos a empresa, variaveis nao tao tangiveis que devem ser
interpretadas, o que, sem sombra de duvida, dificulta a sua mensuracao
(COSTA, 2004).
Em outras palavras, o valor real do cliente--ou valor vitalicio--e
o montante liquido (VPL) das transacoes futuras da relacao esperada com
o cliente. Isso quer dizer que, se uma empresa mantiver um
relacionamento comercial com o cliente como de costume, todas as
transacoes futuras, trazidas ao presente, com o desconto apropriado,
representam o valor do cliente (PEPPERS; ROGERS; DORF, 2001).
Alem do mais, o valor real do cliente serve basicamente para que a
empresa consiga diferenciar os clientes, ou seja, realize segmentacao,
separando-os de acordo com determinados perfis, para que saiba com quais
vale a pena desenvolver uma relacao de aprendizado, pois os clientes sao
diferentes em seu valor para a empresa e em suas necessidades.
Entretanto, conforme alertam Hogan et al. (2002), apesar de suas
potencialidades, o LTV nao considera riscos inerentes a dinamica do
mercado, como possiveis mudancas comportamentais dos consumidores,
reacoes dos concorrentes e mudancas economicas, fato que configura uma
limitacao do modelo.
Neste estudo, o LTV pode ser entendido como o valor do cliente ao
longo de sua historia, ao longo de suas transacoes/interacoes com as
organizacoes. Dessa forma, entender o valor real de um cliente tambem
tem por base a capacidade da empresa de analisar informacoes (de
natureza economica, financeira, fisica e de produtividade) completas que
se espalham pela organizacao e que guardam afinidade com a Contabilidade
(HENDRIKSEN; VAN BREDA, 1999; IUDICIBUS; MARTINS; GELBCKE, 2000;
IUDICIBUS, 2004).
Sobre esse aspecto, Costa (2004:49) afirma que os clientes podem
ser diferenciados nao so por seu valor para a empresa, "mas tambem
por suas necessidades em termos de produtos e/ou servicos da
organizacao. Entretanto, o criterio de diferenciacao a ser adotado
depende de dois fatores: (i) da disponibilidade dos dados e (ii) da
capacidade da organizacao em analisa-los e trabalha-los". Fato que
reitera a importancia da Contabilidade no processo de mensuracao do LTV,
por sua capacidade de geracao de informacoes de carater financeiro e
economico e pela disponibilidade de tecnicas sistematizadas de analise e
interpretacao dessas informacoes.
Depois da tarefa de identificacao do valor do cliente, e preciso
que as empresas concentrem esforcos nos clientes valiosos e ao mesmo
tempo insatisfeitos por algum motivo, no sentido de mante-los. Os
clientes satisfeitos devem continuar sendo bem atendidos; para os que
dao prejuizo, deve-se reduzir o custo de atende-los (SABATINO, 2003).
Apesar das restricoes ao LTV, Peppers, Rogers e Dorf (2001)
ressaltam que a diferenciacao dos clientes e importante para que sejam
encontrados os clientes de maior valor e os de maior potencial, a fim de
que as empresas desenvolvam relacao de aprendizado com estes e nao com
todos. Em outras palavras, Garrafoni Junior et al. (2005:18) destacam
que todas as estrategias de relacionamento "podem focar na retencao
dos provaveis melhores clientes, e assim canalizar os esforcos para os
melhores resultados. E importante salientar que nessas analises
considera-se a probabilidade dos fatos, onde a frequente reavaliacao e
correcao e fundamental para o sucesso do retorno financeiro".
Com base no exposto, para que as empresas nao corram o risco de
descartar clientes valiosos e manter clientes menos rentaveis,
recomenda-se que esses dados sejam analisados utilizando-se o metodo
LTV, que leva em consideracao varios outros fatores alem da receita
gerada pelos clients (COSTA, 2004). A Contabilidade pode proporcionar
subsidios informacionais importantes na realizacao dos calculos tanto do
custo total de aquisicao do cliente quanto dos indices de lucratividade
e retorno de investimentos dos clientes.
3. METODO E PROCEDIMENTOS DA PESQUISA
O metodo empregado na presente pesquisa e de natureza exploratoria.
Realizada por meio de um estudo de caso, a pesquisa fez uma abordagem
predominantemente qualitativa dos dados. Para Cervo e Bervian (1996), a
pesquisa exploratoria e responsavel por observar, registrar, analisar e
correlacionar os fatos ou fenomenos sem manipula-los.
O estudo de caso foi intensivo na empresa Hippo Supermercados
Ltda., empresa do ramo de supermercados estabelecida no municipio de
Florianopolis--SC. O estudo de caso permite uma investigacao para
preservar as caracteristicas holisticas e significativas dos eventos da
vida real (YIN, 2003). A unidade de analise justifica-se porque nas
empresas do ramo supermercadista a estrategia de CRM pode ser adotada
pela combinacao conjunta de processos, tecnologias e procedimentos
comportamentais, desde que a empresa tenha "foco no cliente"
(PEPPERS; ROGERS; DORF, 2001), como e o caso do supermercado objeto de
estudo. Entretanto, o fato de o estudo circunscrever-se a um unico
objeto ou fenomeno constitui uma limitacao, uma vez que seus resultados
nao podem ser generalizaveis a outros objetos ou fenomenos, dadas as
particularidades do sujeito da pesquisa.
Quanto aos procedimentos de coleta de dados, optou-se por adotar
uma entrevista semiestruturada, realizada em janeiro de 2006 com o
gerente de tecnologia do Hippo Supermercados Ltda. e com pessoas ligadas
a area de informatica e de tecnologia da informacao e inovacao da
empresa. Segundo Trivinos (1987), a entrevista semiestruturada e a que
parte de certos questionamentos basicos, apoiados no referencial teorico
e em hipoteses, que provocam novos questionamentos no transcorrer da
entrevista e influenciam a elaboracao do conteudo da pesquisa.
Quanto aos procedimentos sistematicos para a descricao e explicacao
dos fenomenos, o estudo desenvolveu-se num ambiente que preconizou a
abordagem qualitativa. O metodo qualitativo, conforme Richardson (1999),
caracteriza-se pelo nao emprego de instrumental estatistico como base no
processo de analise de um problema.
Vale ressaltar que o metodo sugerido/simulado no estudo apresenta
limitacoes, como a escolha das compras medias de clientes, no caso de um
supermercado, e a nao abrangencia do uso da informacao em questoes
estrategicas de mix de produtos vendidos. Alem disso, e importante
apontar a limitacao referente a escolha de clientes com maior e menor
compra media, que pode nao ter representatividade na amostra.
Entretanto, apesar das limitacoes apontadas, a natureza empirica do
estudo realizado promoveu uma discussao introdutoria sobre a mensuracao
do valor do cliente (LTV)--assunto amplamente abordado na literatura
internacional--apoiada em ferramentas de gestao de clientes, como o CRM.
4. ESTUDOS PRELIMINARES DO CALCULO DO VALOR REAL DO CLIENTE E
SIMULACAO DO CALCULO DO LTV
Para a consecucao do objetivo deste estudo, apresentam-se os
estudos preliminares realizados sobre como se calcula o valor real do
cliente (LTV) e a simulacao do calculo do LTV. Fez-se uso de um dos
modelos de calculo propostos pela Harvard Business School, com o qual se
realizou uma simulacao dos calculos do LTV com dois consumidores da
carteira de clientes da empresa, na verdade os extremos: o que mais
comprou e o que menos comprou num periodo de dois anos no supermercado
objeto de estudo. Por ultimo, sao apresentados os resultados da
simulacao dos calculos e o uso do LTV em beneficio da empresa
pesquisada.
4.1. Apresentacao da empresa
A empresa selecionada para o estudo de caso e o Hippo Supermercados
Ltda., constituido em agosto de 1997 e instalado no centro da capital
catarinense. Seus socios proprietarios sao dois irmaos e a administracao
e composta basicamente de familiares. Atualmente, seu quadro funcional e
formado de 210 colaboradores, e sua carteira de clientes chega a 10.000
cadastros. Sua principal preocupacao e com a qualidade de vida e o
bemestar de seus clientes.
A empresa tem como visao de futuro "ser a empresa
supermercadista mais efetiva e inovadora da regiao Sul. Contar com
profissionais motivados e capacitados, e oferecer aos clientes produtos
de qualidade e o melhor atendimento, a fim de garantir a sua satisfacao
e fidelidade ao Hippo Supermercados".
Esta empresa tem feito inumeras inovacoes em produtos e servicos
aos clientes. Dentre as inovacoes, o supermercado destaca-se por ter
sido o primeiro supermercado de Santa Catarina a ter uma secao de
alimentos organicos (sem agrotoxicos) e a oferecer o servico Delivery
(entrega em casa). Alem disso, possui uma linha de produtos sem gluten,
razao pela qual recebeu o Selo de Inspecao Estadual (S.I.E.) para
manipular e fracionar alimentos.
Em novembro de 1999 o Hippo foi o primeiro a vender via internet no
Estado e o quarto no Brasil, investindo inicialmente cerca de R$ 100 mil no comercio eletronico.
A inovacao mais recente ocorreu no sistema de fidelizacao dos
clientes, que procurou substituir os tradicionais cartoes-fidelidade
pela identificacao via impressao digital. Passou a ser o primeiro
supermercado do Brasil a fazer uso dessa tecnologia. Quando questionado
sobre o relacionamento com os clientes, o gestor da empresa afirmou que
"os clientes comentam que os concorrentes nao possuem um sistema de
fidelizacao tao forte quanto o do Hippo. Os clientes percebem um
diferencial no tratamento, eles se sentem unicos, pois sao tratados de
forma individual e personalizada".
O sistema foi desenvolvido pela propria equipe de informatica do
supermercado, com o objetivo de agilizar as compras. O cliente se
cadastra uma unica vez na loja e, depois, a cada compra, insere sua
digital em um equipamento, localizado em todos os caixas, que informara
dados do seu cadastro. Foi tambem perguntado ao gestor da empresa se ha
algum problema nesse sistema de fidelizacao por meio de identificacao
digital, ao que ele respondeu: "inicialmente houve, com alguns
clientes idosos e com pessoas que mexem muito com produtos de limpeza,
que com o passar do tempo perdem a digital, mas o numero de ocorrencias
desse problema e baixo".
O consumidor cadastrado tem mais prazo nos cheques pre-datados,
descontos diferenciados, alem de outros beneficios. Apos a
identificacao, todos os dados sobre compras, forma de pagamento,
reclamacoes, elogios, dentre outros, sao registrados em um banco de
dados, para depois gerar informacoes gerenciais sobre os clientes.
Na sequencia, apresentam-se alguns estudos preliminares que abordam
o calculo do valor real do cliente, a simulacao do calculo do LTV, o
resultado da simulacao do calculo do LTV e, por fim, o uso do LTV pela
empresa objeto de estudo.
4.2. Como Calcular o Valor Real do Cliente (LTV)
O primeiro modelo utilizado neste estudo para calcular o valor real
do cliente e abordado por inumeros pesquisadores internacionais, tais
como Mckim e Hughes (2000), Ryals e Knox (2001), Peppers, Rogers e Dorf
(2001) e Bayer (2002), os quais, na busca por metricas que consigam
mostrar o sucesso da estrategia do CRM, utilizam o Life Time Value
(LTV).
No Brasil, segundo Brandao et al. (2006), a mensuracao dos
resultados vem se tornando essencial na area de marketing. Nessa
perspectiva, foram encontrados, no contexto nacional, alguns trabalhos
que adotam uma linha de mensuracao mais empirica e financeira dos ganhos
por meio do relacionamento com clientes, e varios deles usam o LTV para
demonstrar os ganhos com a fidelizacao e o desenvolvimento dos clientes
mais lucrativos (PEREIRA, 2003; FREITAS; PERES, 2003). Os resultados
dessas pesquisas apresentam evidencias desses ganhos, confirmados por
declaracoes de gerentes e clientes envolvidos.
De acordo com Peppers, Rogers e Dorf (2001), alem de melhorar os
servicos aos clientes, a fim de rete-los, o CRM, na pratica, possui como
objetivo adquirir novos clientes, identificar, tratar de forma unica os
de maior valor para a empresa e, e claro, aumentar o seu LTV (valor do
cliente ao longo de sua historia e de suas transacoes/interacoes com a
empresa). Ryals e Knox (2001) destacam que esse tratamento diz respeito
ao desenvolvimento de estrategias que maximizem o valor de ambos os
lados do relacionamento.
Para maximizar o relacionamento com o cliente, isto e, buscar o
maior lucro com o menor investimento, os primeiros fatores a serem
analisados sao a lucratividade esperada do cliente e o tempo que se
espera que ele permaneca no relacionamento. Nesse processo, procura-se
identificar os requisitos do cliente e encontrar formas de aumentar sua
lealdade (OLIVER, 1999). Ryals e Knox (2001), em sua pesquisa,
constataram que a retencao do cliente significa um ativo importante para
a organizacao, porque gera aumento de lucratividade.
Nessa perspectiva, Gordon (1999:254) afirma que, para calcular o
LTV, sao necessarios os seguintes fatores: o periodo de tempo escolhido
para analise; a taxa de desconto da empresa (custo do capital); o
horizonte de planejamento da empresa; a frequencia de compra do cliente
em cada periodo na categoria de produtos; a contribuicao media da compra
do cliente de uma determinada marca dentre outras concorrentes; a marca
escolhida mais recentemente pelo cliente; e a probabilidade estimada de
o cliente escolher cada marca na proxima compra.
As informacoes dos fatores devem ser veridicas e estar em sintonia
com o planejamento estrategico da empresa. Com os dados obtidos,
utiliza-se a formula:
LTV = [T.summation over (t=o)] [[(1+d).sup.-t] [F.sub.it]
[S.sub.it] [TT.sub.it]]
onde,
it = periodo de tempo;
T = extensao do horizonte de planejamento;
d = fator de desconto;
Fit = frequencia esperada de compra pelo cliente i do produto por
periodo t;
Sit = a participacao esperada da carteira do cliente i para esta
marca no periodo t; e
TTit = media de contribuicao de uma compra pelo individuo i no
periodo t.
Os outros dois modelos analisados foram propostos pela Harvard
Business School, desenvolvidos pelo professor Steven Wheelwright e
implementados em um software chamado The HBS Toolkit: Lifetime Customer
Value Calculator.
O HBS caracteriza-se como uma ferramenta que calcula o valor real
do cliente em seu ciclo da vida economico, alem de estimar o custo de
adquiri-lo. Dois modelos de calculo sao abordados. O simples examina um
unico produto e estimativas simplificadas, e o complexo permite o exame
de multiplos produtos com distintas preferencias do cliente.
Os dois modelos HBS supoem que a aquisicao do cliente pela
organizacao e feita considerando despesas que poderiam incluir
propagandas, descontos especiais ou distribuicao de brindes. Alem do
mais, devem-se fazer algumas estimativas sobre o custo da empresa para
alcancar cada cliente potencial, bem como o porcentual dos clientes
alcancados que farao uma compra inicial. Se houver outros custos
adicionais que se apliquem somente aos clientes reais, devem ser
calculados tambem. Isso fornece um custo total por cliente adquirido.
O calculo do valor do cliente, nos dois modelos HBS, consiste em
considerar cada periodo potencial de compra e em estimar quantos
clientes existentes continuarao comprando, ou seja, a taxa de retencao
dos clientes. Apos o ajuste do preco dos produtos consumidos pelo
cliente, levando-se em conta a inflacao, obtem-se os componentes
necessarios para o calculo do LTV.
No calculo do modelo simples, o cliente e considerado com um ciclo
da vida economico infinito, ja que este nao representa uma distorcao
consideravel, a menos que as taxas de retencao sejam extremamente
elevadas. A Figura 1 relaciona as variaveis e estimativas para o calculo
do valor do cliente no modelo simples.
[FIGURE 1 OMITTED]
A Figura 2 demonstra o calculo do LTV propriamente dito com o uso
das variaveis retiradas da Figura 2.
[FIGURE 2 OMITTED]
No modelo complexo, pode-se atribuir um ciclo da vida economico
limitado ao cliente, as taxas de retencao multiplas podem ser ajustadas
nos diferentes anos e produtos multiplos sao considerados. A Figura 3
mostra as variaveis necessarias para que se consiga calcular o LTV do
cliente no modelo complexo.
[FIGURE 3 OMITTED]
Na Figura 4, observa-se que sao levadas em conta informacoes
transacionais de varios produtos, ao contrario do modelo simples, que
tem como base um unico produto.
[FIGURE 4 OMITTED]
Nas figuras apresentadas ilustram-se os dois modelos HBS, ou seja,
demonstra-se como se comportam as variaveis exigidas nos modelos simples
e complexo, bem como o resultado final do calculo LTV nos respectivos
modelos.
4.3. Simulacao do Calculo do LTV
O valor real de qualquer cliente nao representa somente o que ele
esta gastando em um determinado momento, mas sim o que pretende
continuar gastando. Esse e o valor real do cliente. E a partir dessa
projecao que as organizacoes definem o "valor estrategico" e o
potencial de crescimento de determinado cliente.
Inicialmente, para dar andamento ao estudo de caso, selecionou-se o
modelo de calculo simples do sistema HBS, da Harvard Business School,
por atender a todos os requisitos para a consecucao do objetivo desta
pesquisa. O calculo deu- se pela simulacao do valor real de dois
clientes de uma empresa do setor de varejo supermercadista.
E importante salientar que o calculo do valor real de outros
clientes sera analogo a simulacao aqui efetuada. Ressalta- se que o
modelo indica que o calculo seja feito com base em um unico produto. No
caso do ramo supermercadista isso e impossivel, ja que o cliente compra
varios produtos. Diante disso, optou-se por utilizar neste estudo um
valor medio das compras, do lucro por compra e da margem de lucro, tendo como base o periodo de compras estipulado no calculo e as compras
efetuadas nesse mesmo periodo (limitacao da pesquisa).
O passo seguinte foi selecionar dois clientes da base de dados do
supermercado que atendessem as seguintes condicoes: possuirem cadastro
no sistema de fidelizacao do supermercado; terem movimentacao de compra
nos ultimos dois anos; serem os extremos da lista de clientes, ou seja,
o cliente que mais comprou e o cliente que menos comprou no periodo
selecionado; e seu valor real aqui calculado pela simulacao ser passivel
de comparacao com o valor estimado pelo supermercado.
Logo apos a selecao dos clientes segundo os criterios estipulados,
partiu-se para a etapa de levantamento dos dados exigidos pelo modelo de
calculo simples. Os dados foram extraidos com o suporte de um
funcionario especializado da area de informatica da empresa.
As variaveis utilizadas no estudo, coletadas a partir da consulta
no banco de dados e da entrevista com o gerente de tecnologia da
informacao e inovacao da empresa, sao:
a) Tempo de compra (anos) = Periodo de tempo em anos;
b) Taxa de retencao por periodo = Probabilidade de um dado cliente
(em um periodo) continuar a comprar;
c) Valor medio de compra = Media de compra do cliente no periodo
(anos);
d) Margem de lucro = Media da margem no periodo;
e) Lucro por compra = Media no periodo (Valor da
Venda--Descontos--Custo da Venda);
f) Taxa de desconto por ano = Custo do capital, ou seja, preco do
dinheiro a ser emprestado a empresa por entidades financiadoras ou por
investidores;
g) Inflacao do produto por ano = Inflacao anual, estimada durante
os proximos dois anos;
h) Custos para alcancar um cliente potencial = Custos de anuncios,
de envio de propagandas individuais, mala-direta, etc. (custo
total/numero de clientes fidelizados, ou seja, 4% em media do valor de
compra, segundo entrevista com representante da empresa--Apendice A);
i) Taxa de resposta = Porcentagem dos clientes potenciais que fazem
uma compra inicial;
j) Custo para atrair o cliente = Outros custos gerados para
atrai-lo (1% do valor de compra, segundo entrevista com representante da
empresa);
k) Descontos especiais = Media de desconto no periodo (15% para 300
produtos, segundo entrevista com representante da empresa); e
l) Custo total de aquisicao do cliente = Custo para atrair o
cliente + Descontos especiais.
A Tabela 1 demonstra as variaveis do cliente do supermercado que
menos comprou no periodo de dois anos, para fins do calculo do LTV, e
apresenta as variaveis necessarias para o calculo do LTV do cliente que
menos comprou no periodo de dois anos. O levantamento das variaveis foi
feito no banco de dados do Hippo Supermercados, obtendo como resultado
uma media de lucro por compra de R$ 45,45. A empresa gastou uma media de
R$ 17,26 para atrair o cliente que menos comprou no periodo selecionado,
e obteve como resultado um custo total de aquisicao de R$ 21,85.
A Tabela 2 demonstra as variaveis utilizadas para calcular o valor
real do cliente que mais comprou no periodo selecionado. Por meio das
informacoes disponibilizadas na Tabela 2 observa-se, como resultado do
levantamento das variaveis do cliente que mais comprou no periodo de
dois anos, uma media de lucro por compra de R$ 707,66, ou seja, o
cliente que menos comprou representa apenas 6,42% do que mais comprou.
Verifica-se como resultado um custo total de aquisicao de R$ 55,85 e uma
variacao percentual entre o cliente que mais comprou e o que menos
comprou de 60,88%.
Para mostrar a viabilidade dos calculos, ilustra-se na secao
seguinte o resultado da simulacao do calculo do LTV. Os valores sao
representados pela media (apontada como limitacao da pesquisa), ou seja,
no banco de dados da empresa consta quantas vezes o cliente comprou e
quanto monetariamente representa o documental emitido, valores que foram
somados e racionalizados pelo numero de meses, que no caso sao vinte e
quatro (dois anos).
4.4. Resultado da simulacao do calculo do LTV
Apos a interpretacao das variaveis do modelo escolhido, foi
possivel a carga dos seus valores no software HBS utilizando-se as
seguintes formulas:
Mudanca no valor da compra do cliente por periodo =
[(1 + inflacao).sup.periodo] * taxa de- retencao--1
Valor atual liquido de compra do cliente =
Lucro Por Compral(Taxa Desconto-Mudanca no valor de compra)
LTV =
Valor atual liquido de compra do cliente-Custo de aquisicao do
cliente
A seguir, a Tabela 3 apresenta os resultados obtidos do cliente que
menos comprou, e a Tabela 4 demonstra os resultados obtidos do cliente
que mais comprou. Por meio das informacoes disponibilizadas pelas
Tabelas 3 e 4 verifica-se uma consideravel diferenca no valor real de
cada cliente (que menos e mais comprou) quando se leva em conta o
resultado final. O cliente que menos comprou apresenta um LTV de R$
73,01, ao passo que a media do LTV do que mais comprou foi de R$
1.421,16.
O cliente A (que mais comprou) gastou com compras, em media, no
periodo de dois anos, R$ 1.477,01, enquanto o cliente B (que menos
comprou) gastou R$ 94,86. Em sintese, a media do cliente que menos
comprou representa apenas 6,42% da media do cliente que mais comprou, e
o valor real do cliente A e de R$ 1.421,16, enquanto o do cliente B e de
R$ 73,01. Com relacao ao LTV, a variacao porcentual foi de 94,86%, ou
seja, o LTV do cliente B representa 5,14% do cliente A.
Dessa forma, o LTV mostra que os clientes nao sao iguais. Conforme
Reichheld (2003), a segmentacao dos clientes e a definicao de quais sao
rentaveis facilitam o direcionamento de investimentos para as
estrategias de relacionamento, evitando desperdicios. Nesse sentido,
Kotler e Armstrong (1999) lembram que uma boa gestao de relacionamento
deve considerar--utilizando efetivamente a informacao existente--, alem
dos clientes mais rentaveis, aqueles clientes que compram menos,
buscando transforma-los, por meio de estrategias de marketing adequadas,
em clientes lucrativos, ao inves de ignora-los. Kotler (1998:139)
reforca essa ideia ao afirmar que "todos os clientes sao
importantes, mas alguns sao mais importantes que os outros". Dessa
forma, o autor enfatiza a necessidade de identificar e tratar de forma
distinta os clientes e o fato de que a empresa que assim proceder tera o
seu reconhecimento, gracas ao uso da tecnologia aplicada ao
relacionamento com o mercado (KOTLER, 1998).
Moncores (2004:10) ratifica esse raciocinio ao afirmar que a
alavancagem potencial proporcionada pelo LTV eleva a relevancia "da
substituicao da tradicional estrategia de concentracao na tentativa de
identificacao de quais clientes potenciais poderiam vir a se tornar
clientes reais, pela abordagem de obtencao de maiores lucros da
manutencao e desenvolvimento ao longo do tempo da base de clientes
existentes".
4.5. Uso do LTV pela organizacao
A partir dos dados apresentados, percebe-se que uma empresa que
conhece bem seus clientes pode efetuar um adequado gerenciamento das
informacoes coletadas e armazenadas no banco de dados de clientes com o
uso do indicador apresentado neste trabalho (LTV).
Essas informacoes geram um ferramental que proporciona diversos
beneficios, dentre os quais: promocoes direcionadas/mala-direta aos
consumidores mais valiosos; estreitamento do relacionamento entre a
organizacao e o consumidor; avaliacao das respostas a promocao e a
propaganda; customizacao de ofertas a segmentos de clientes e aos
clientes potenciais; melhoria do servico de atendimento ao consumidor;
identificacao de nichos de mercado; promocao de eventos dirigidos;
prevencao de abandono por parte dos consumidores; suporte a
administracao de vendas e compras; estreitamento de vinculos com os
clientes, que resulta em uma maior retencao; criacao de barreiras a
concorrencia; crescimento nas vendas; reducao de custos de marketing; e
minimizacao de riscos de investimentos (ou de custos) equivocados.
Assim, cabe ao profissional de Contabilidade, como agente que detem
informacoes que auxiliam as organizacoes no eficaz gerenciamento das
suas atividades, assessorar o gestor na utilizacao do LTV, mais um
indicador para atestar a saude economico-financeira da empresa.
Na Tabela 5 sugere-se, a partir de um exemplo ficticio de
sumarizacao dos resultados, o valor medio do LTV. Com base nas
informacoes disponibilizadas na Tabela 5, observa-se que a sumarizacao,
levando-se em conta o LTV, permite avaliar e simular o que acontece se a
estrategia de CRM exigir em certas situacoes aumento da taxa de
retencao, aumento do faturamento medio por cliente ou diminuicao do
custo por venda. Sobre esse aspecto, Zenone (2007:36) comenta que o LTV
de qualquer segmento de consumidores "e baseado na taxa de
retencao, na taxa de gastos do cliente com a empresa, na lucratividade
das vendas acumuladas e no custo de aquisicao e manutencao do segmento.
A melhoria de um ou mais desses elementos acarretara um aumento do Life
Time Value do segmento".
Alem do mais, verifica-se que esse tipo de sumarizacao possibilita
uma maior visibilidade do comportamento da empresa com relacao ao LTV de
seus clientes, ou seja, permite analises hipoteticas, como a queda
brusca no numero de clientes, influenciando o faturamento e a
lucratividade (PEPPERS; ROGERS; DORF, 2001); por outro lado, permite
avaliar o valor do cliente, transportado para o presente com os
descontos apropriados a carteira de clientes. Nesse sentido, destaca-se
o papel do profissional de Contabilidade, cuja contribuicao tecnica e
informacional pode amenizar cenarios de vulnerabilidade e subsidiar o
processo decisorio.
Nao e regra, mas, geralmente, quanto maior o LTV menor o numero de
clientes, pois em uma carteira de 10.000 clientes, como no caso do Hippo
Supermercados (empresa analisada), quando calculado o LTV, o numero de
clientes lucrativos para a empresa diminuiu.
Como exemplificado na Tabela 5, o numero de clientes diminui de
1.000 no primeiro periodo para 400 no segundo e para 180 no terceiro,
evidenciando um refinamento espontaneo da clientela. Com relacao ao
faturamento medio, que no primeiro periodo e de 1.000, no segundo de
1.050 e no terceiro de 1.100, houve um crescimento, mas nao
significativo se comparado a diferenca no resultado final do LTV, que
foi de 350 no primeiro momento, 525 no segundo e 601 no terceiro.
Constata-se que o fator determinante no aumento do LTV no transcorrer
dos periodos, quando a empresa ja conhece o valor de seus clientes, e a
consideravel diminuicao dos custos, uma vez que a empresa pode melhor
mapear onde e quando investir, evitando custos desnecessarios. No que se
refere aos custos, percebe-se uma significativa queda (25%) no
transcorrer do tempo: os custos variaveis passam de 60 para 50 e,
depois, para 45; os custos diretos, por sua vez, passam de 600.000 para
210.000 e, por ultimo, para 89.100, uma reducao significativa de 85,15%.
Finalmente, os custos de aquisicao dos clientes, de 50.000 no primeiro
periodo, zeraram no segundo e terceiro periodos.
Do ate aqui exposto constata-se que a empresa, conhecendo seus
clientes e trabalhando principalmente para os que realmente sao
lucrativos, torna-os ainda mais lucrativos no transcorrer do tempo, com
um LTV maior. Para tanto, uma vez verificado o perfil dos clientes, e
necessario manter o dialogo para poder identificar suas necessidades
constantes. Para Kotler (1998:626), "isso pode ser conseguido em
paginas na internet que criem interacao entre a empresa e os
consumidores, contato direto por telefone, cartoes de garantia dos
produtos, entre outros; o importante e individualizar o cliente e
inclui-lo numa base de dados que possa ser objeto de facil
consulta." Especificamente no supermercado pesquisado, para que
este evidencie possibilidades continuas de aumento do LTV, mediante o
aumento do numero de clientes lucrativos de sua atual carteira de
clientes (10.000), e imprescindivel o aprofundamento das possiveis
estrategias de marketing a serem empregadas para cada um dos segmentos
de clientes identificados (que compraram mais e que compraram menos),
assunto nao investigado na presente pesquisa.
Ressalta-se ainda que, para conseguir continuamente exito nos
negocios, a empresa deve investir com frequencia em sistemas de
informacoes gerenciais e em treinamentos para os colaboradores, com o
que estara oferecendo um atendimento cada dia melhor aos seus clientes.
Nessa perspectiva, Zenone (2007:33) comenta que "essa mudanca de
foco e gerada principalmente pela continua centralizacao das
negociacoes, pela forte pressao sobre os custos, pelos novos produtos
lancados diariamente, pela maior profissionalizacao do marketing das
empresas e pelo maior uso da tecnologia da informacao na gestao dos
negocios".
5. CONSIDERACOES FINAIS
O artigo objetivou propor uma forma de estimar o valor real do
cliente (LTV--Life Time Value) do comercio de varejo supermercadista,
com base na sua historia transacional e financeira bem como em suas
interacoes com a organizacao. Para tanto, realizou-se um estudo em
empresa do ramo supermercadista e, com o intuito de conhecer como o LTV
pode ser empregado na tomada de decisao dentro do processo de CRM, foram
utilizados modelos que atendessem plenamente a simulacao, alem de
ferramentas especificas que suprissem as necessidades e requisitos
definidos como alvos de atuacao deste trabalho.
Assim, com o intuito de responder ao problema norteador da
pesquisa--Como estimar o valor real do cliente para que a organizacao
consiga analisar e entender cada consumidor?--simulou-se, com a
utilizacao do modelo proposto pela Harvard Business School, o valor real
de dois clientes de um supermercado, o mais e o menos lucrativo para a
empresa, tendo como instrumento valores reais de clientes cadastrados no
banco de dados. Constatou-se que a empresa estudada poderia
beneficiar-se com as informacoes gerenciais e contabeis que prescrevem o
valor real do cliente.
Um aspecto essencial de qualquer empresa que tem o foco no cliente
e a sua capacidade de planejar e executar diferentes estrategias para
clientes diferentes. Por meio da simulacao proposta, apesar das
limitacoes apontadas, verificou-se que o calculo do LTV, quando bem
aplicado, pode apontar os nichos de mercado para a empresa, facilitando
os direcionamentos de investimentos as estrategias de relacionamento,
conforme atesta Reichheld (2003), evitando desperdicios e auxiliando seu
crescimento.
Nesse sentido, o estudo empirico realizado contribuiu com uma
proposta diferenciada, visto que buscou enfatizar a importancia do uso
racional das informacoes gerenciais e contabeis na mensuracao do valor
do cliente do supermercado pesquisado, possibilitando a concentracao de
esforcos da empresa em estrategias de marketing de relacionamento que
proporcionem efetivamente melhorias nas suas acoes mercadologicas. Cabe
ao usuario da informacao utiliza-la da melhor maneira possivel para seu
constante crescimento, pois, conforme enfatiza Zenone (2007), a empresa
devera nao so ter dados sobre o mercado, mas tambem analisa-los a fim de
que lhe possibilitem identificar os clientes-alvo da empresa,
transformando esse conhecimento em valor agregado para o cliente. Como
destaca o autor, um dos indicadores utilizados para melhorar a
eficiencia das acoes mercadologicas e o LTV.
Destaca-se que o atual barateamento dos recursos de informatica,
tanto de hardware como de software, torna favoravel a implementacao dos
modelos de calculo do LTV aqui estudados em um software, ou seja, as
areas que possuem afinidade com a Tecnologia da Informacao poderao
desenvolver um excelente trabalho de pesquisa sobre o assunto.
Do exposto, enfatiza-se que a Contabilidade como fornecedora de
informacoes vem sendo cada vez mais exigida, principalmente pela
profundidade e abrangencia das informacoes que fornece. Nesse sentido,
sugere-se que as pesquisas da area de Ciencias Contabeis aprofundem o
assunto aqui abordado, explorando o modelo complexo proposto pela
Harvard Business School ou ate mesmo a formula abordada pelos autores
Mckim e Hughes (2000), Ryals e Knox (2001), Peppers, Rogers e Dorf
(2001) e Bayer (2002) em ramos de atividade diferentes, para fornecer a
media existente nas empresas de LTV por ramo de atividade, bem como o
custo de aquisicao do cliente. Por fim, diante das limitacoes da
pesquisa, sugere-se que outros trabalhos aprimorarem o metodo da escolha
das compras dos clientes, de forma a garantir a representatividade da
amostra, e abranjam questoes estrategicas relativas ao mix de produtos
vendidos. Como continuidade da presente pesquisa, propoe-se o exame das
possiveis estrategias de marketing a serem empregadas em cada um dos
segmentos de clientes identificados, para o aumento do LTV nas
organizacoes.
Recebido em: 5/11/2008
Aprovado em: 3/3/2010
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Tatiane da Silva Ferreira Vichroski
Bacharel em Ciencias Contabeis pela Universidade Federal de Santa
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E-mail: pdahmer@uol.com.br
Elisete Dahmer Pfitscher
Doutora em Engenharia de Producao pela UFSC. Docente do Curso de
Graduacao em Ciencias Contabeis da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e
dos Cursos de Graduacao e Mestrado em Ciencias Contabeis da
UFSC--Florianopolis-SC, Brasil
E-mail: elisete@cse.ufsc.br
Alessandra Vasconcellos Gallon
Doutora em Engenharia de Producao pela UFSC. Docente do Curso de
Ciencias Contabeis e do Programa de Pos-graduacao em Administracao e
Controladoria da Universidade Federal do Ceara (UFC)--Fortaleza-CE,
Brasil
E-mail: alegallon@terra.com.br
Fernando Richartz
Bacharel em Ciencias Contabeis pela UFSC--Florianopolis-SC, Brasil
E-mail: nandorichartz@hotmail.com
Tabela 1: Variaveis utilizadas para calcular o LTV do cliente que
menos comprou no periodo
Informacoes Previas
Tempo de compra (anos) 2
Taxa de retencao por periodo 69%
Valor Medio de Compra $ 115,20
Margem de Lucro 39%
Lucro por compra $ 45,45
Taxa de desconto por ano 12%
Inflacao do produto por ano 6%
Custo para alcancar um cliente potencial $ 69,04
Taxa de Resposta 80%
Custo para atrair o cliente $ 17,26
Descontos especiais $ 4,59
Custo total de aquisicao do cliente $ 21,85
Fonte: Dados da pesquisa. Adaptada de Harvard Business School.
Tabela 2: Variaveis utilizadas para calcular o LTV do cliente que
mais comprou no periodo
Informacoes Previas
Tempo de compra (anos) 2
Taxa de retencao por periodo 69%
Valor Medio de Compra $ 1.726,06
Margem de Lucro 41%
Lucro por compra $ 707,66
Taxa de desconto por ano 12%
Inflacao do produto por ano 6%
Custo para alcancar um cliente potencial $ 69,04
Taxa de Resposta 80%
Custo para atrair o cliente $ 17,26
Descontos especiais $ 38,59
Custo total de aquisicao do cliente $ 55,85
Fonte: Dados da pesquisa. Adaptada de Harvard Business School.
Tabela 3: Resultado do calculo do LTV do cliente que menos comprou no
periodo
Demonstracao do Calculo do LTV
Periodo (anos) 2
Taxa de retencao 69%
Inflacao por ano 6%
Taxa de desconto por ano 12%
Mudanca no valor da compra do cliente por periodo -22%
Taxa de desconto por periodo 25%
Valor atual liquido de compra do cliente $ 94,86
Custo de aquisicao do cliente $ 21,85
LTV $ 73,01
Fonte: Dados da pesquisa. Adaptada de Harvard Business School.
Tabela 4: Resultado do calculo do LTV do cliente que mais comprou no
periodo
Demonstracao do Calculo do LTV
Periodo (anos) 2
Taxa de retencao 69%
Inflacao por ano 6%
Taxa de desconto por ano 12%
Mudanca no valor da compra do cliente por periodo -22%
Taxa de desconto por periodo 25%
Valor atual liquido de compra do cliente $ 1.477,01
Custo de aquisicao do cliente $ 55,85
LTV $ 1.421,16
Fonte: Dados da pesquisa. Adaptada de Harvard Business School.
Tabela 5: Sumarizacao dos resultados levando-se em conta o LTV
Periodo 1 Periodo 2 Periodo 3
Faturamento
Totaf de clientes 1.000 400 180
Taxa cie Retencao (%) 40 45 50
Faturamento Medio 1.000 1.050 1.100
Faturamento Total 1.000.000 420.000 198.000
Custos
Custos Variaveis (%) 60 50 45
Custos Diretos 600.000 210.000 89.100
Custos Aquisitivos 50.0OO 0 0
Lucros
Lucro Bruto 350.000 210.000 108.900
Taxa de Desconto 1,00 1,20 1,44
VPL Lucro 350.000 175.000 75.625
VPL Cumulativo 350.000 525.000 600.625
LTV 350 525 601
Fonte: Dados da pesquisa.