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文章基本信息

  • 标题:Strength and weaknesses of the case study method when applied to area of information systems/Forcas e fraquezas na aplicacao do estudo de caso na area de sistemas de informacao/Fuerzas y debilidades en la aplicacion del estudio de caso en el area de sistemas de informacion.
  • 作者:Oliveira, Mirian ; Macada, Antonio Carlos Gastaud ; Goldoni, Vanessa
  • 期刊名称:Revista de Gestao USP
  • 印刷版ISSN:1809-2276
  • 出版年度:2009
  • 期号:January
  • 语种:Spanish
  • 出版社:Faculdade de Economia, Administracao e Contabilidade - FEA-USP
  • 摘要:A pesquisa empirica e caracterizada por dois aspectos: a finalidade e o metodo cientifico (TRIPODI; FELLIN; MEYER, 1975). A finalidade esta relacionada aos objetivos, ou seja, a ter claramente definido o que se esta buscando obter com a pesquisa, enquanto o metodo cientifico diz respeito ao modo de obtencao dos resultados.

Strength and weaknesses of the case study method when applied to area of information systems/Forcas e fraquezas na aplicacao do estudo de caso na area de sistemas de informacao/Fuerzas y debilidades en la aplicacion del estudio de caso en el area de sistemas de informacion.


Oliveira, Mirian ; Macada, Antonio Carlos Gastaud ; Goldoni, Vanessa 等


1. INTRODUCAO

A pesquisa empirica e caracterizada por dois aspectos: a finalidade e o metodo cientifico (TRIPODI; FELLIN; MEYER, 1975). A finalidade esta relacionada aos objetivos, ou seja, a ter claramente definido o que se esta buscando obter com a pesquisa, enquanto o metodo cientifico diz respeito ao modo de obtencao dos resultados.

A finalidade ou os objetivos da pesquisa sao atingidos a partir do metodo cientifico, que tambem possibilita a aceitacao dos resultados das investigacoes pela comunidade academica e empresarial, dando legitimidade ao conhecimento obtido, uma vez que ao se repetirem os procedimentos sob as mesmas circunstancias o mesmo resultado sera observado (CAMPOMAR, 1991). Dependendo do objetivo da pesquisa, o metodo cientifico a ser utilizado pode ser quantitativo ou qualitativo. O quantitativo "preocupa-se com a medicao objetiva e a quantificacao dos resultados" (GODOY, 1995:58). Ja o qualitativo "implica uma enfase nos processos e significados que nao sao examinados ou medidos em termos de quantidade, intensidade ou frequencia" (GARCIA; QUEK, 1997:451), e por meio de seu uso "procura-se fazer analises em profundidade, obtendo-se ate as percepcoes dos elementos pesquisados sobre os eventos de interesse" (CAMPOMAR, 1991:96). Nos ultimos anos, nos congressos e revistas cientificas de Administracao, tem sido frequentes os debates e artigos sobre o metodo qualitativo versus o metodo quantitativo, como, por exemplo, em Lee (1989) e em Pratt (2008). Entretanto, essas discussoes focaram a questao sobre qual seria o melhor metodo, muitas vezes esquecendo-se da funcao e da adequacao deles ao objetivo da pesquisa. Tanto os metodos qualitativos quanto os quantitativos possuem vantagens e desvantagens, assim como limitacoes, as quais devem ser observadas pelos pesquisadores.

Especificamente na area de Sistemas de Informacao, a preocupacao com o rigor metodologico das pesquisas e evidente desde meados dos anos 80, quando foram publicados artigos internacionais que identificavam os metodos cientificos mais utilizados no desenvolvimento de pesquisas e conceitos basicos sobre os metodos qualitativos e quantitativos, classificacao e posicao epistemologica.

O artigo publicado por Lee (1989) identificou o estudo de caso como principal metodo de pesquisa utilizado na area de Sistemas de Informacao; posteriormente, Lai e Mahapatra (1997) confirmaram-no como um dos mais populares na area. No Brasil, o estudo de caso tambem tem sido o metodo qualitativo mais adotado nas pesquisas apresentadas na area de Sistemas de Informacao (HOPPEN; MEIRELLES, 2005). Isso pode representar que a area de Sistemas de Informacao no Brasil ainda esta buscando um melhor entendimento dos fenomenos, para posteriormente passar a construcao de teorias a partir da utilizacao de outros metodos, como a survey.

O estudo de caso pode ser classificado em positivista, interpretativista ou critico quanto a abordagem epistemologica (KLEIN; MYERS, 1999). A pesquisa e considerada positivista se "existir evidencia formal de proposicoes, medidas quantificaveis de variaveis, teste de hipoteses, e desenho de inferencias sobre o fenomeno a partir de uma amostra representativa da populacao"; interpretativista, se "for assumido que o nosso conhecimento da realidade e somente atraves de construcoes sociais, tais como linguagem, percepcao, significados compartilhados, documentos, ferramentas e outros artefatos"; e critica, se "a principal tarefa for vista como sendo uma critica social, por meio da qual restritivas condicoes do status quo sao trazidas a tona" (KLEIN; MYERS, 1999:69).

Em publicacoes americanas existe uma predominancia do positivismo (AVGEROU, 2000). Na visao positivista, considera-se que a realidade pode ser descrita por meio de propriedades que sao independentes do pesquisador e de seus instrumentos (MYERS, 1997). Autores como Benbasat, Goldstein e Mead (1987) e Yin (1993) apresentam o estudo de caso a partir de uma visao positivista, que sera adotada neste trabalho.

Dessa forma, considerando uma abordagem positivista, este artigo objetiva analisar como foram tratados os aspectos do metodo estudo de caso nas pesquisas em Sistemas de Informacao no Brasil publicadas no periodo de 2003 a 2005 na area de Administracao da Informacao do Encontro da Associacao Nacional de Pos-Graduacao e Pesquisa em Administracao (Enanpad), e em periodicos classificados como A na area de Administracao pelo Qualis da Coordenacao de Aperfeicoamento de Pessoal de Nivel Superior (CAPES). Este artigo esta estruturado da seguinte forma: revisao de literatura sobre caracteristicas do estudo de caso (secao 2); cuidados metodologicos adotados na pesquisa (secao 3); resultados obtidos na pesquisa de campo (secao 4); consideracoes finais sobre a aplicacao do metodo de estudo de caso nas pesquisas em Sistemas de Informacao no Brasil no periodo de 2003 a 2005 (secao 5).

2. ESTUDO DE CASO: CARACTERISTICAS PARA ELABORACAO E ANALISE

Inicialmente, sao apresentados os criterios para escolha do estudo de caso como metodo de pesquisa. Na sequencia, sao abordados os aspectos a serem considerados na adocao do estudo de caso.

2.1. Escolha do metodo de estudo de caso

Segundo Benbasat, Goldstein e Mead (1987), o estudo de caso e um metodo de pesquisa que investiga um fenomeno contemporaneo em seu ambiente natural, adotando multiplas fontes de evidencia sobre uma ou poucas entidades e sem o uso de manipulacao ou controle.

A opcao pelo estudo de caso e pertinente quando o conhecimento existente sobre o fenomeno e pequeno, quando as teorias disponiveis para explica-lo nao sao adequadas, ou ainda quando ocorrem mudancas nos processos (HALINEN; TORNROOS, 2005). Por meio do estudo de caso e possivel ter uma visao detalhada de um fenomeno, incluindo seu contexto. Alem disso, o estudo de caso pode ser adotado quando existe a necessidade de explorar uma situacao que nao esta bem definida (MACNEALY, 1997).

O estudo de caso pode ser utilizado para descrever uma situacao no seu contexto (YIN, 2005; BONOMA, 1985), gerar hipoteses (YIN, 2005; MACNEALY, 1997) ou testar teorias (YIN, 2005; EISENHARDT, 1989), e suas principais caracteristicas sao (BENBASAT; GOLDSTEIN; MEAD, 1987): examinar um fenomeno em seu contexto; coletar dados por multiplas fontes; examinar um ou poucos elementos; nao se utilizar de controles ou manipulacao; utilizar questao de pesquisa do tipo "por que?" ou "como?"; focar um evento contemporaneo; seus resultados dependem fortemente da capacidade de integracao do pesquisador.

2.2. Cuidados na adocao de um estudo de caso

Os aspectos a serem considerados na conducao de um estudo de caso podem ser divididos em tres grupos (DUBE; PARE, 2003): planejamento compreende aspectos relacionados com a concepcao da pesquisa; coleta de dados--abrange o processo de coleta de dados; analise dos dados--considera todos os aspectos referentes ao processo de analise de dados.

A Figura 1 apresenta o framework proposto por esta pesquisa para analise do estudo de caso. A escolha do tipo de estudo de caso deve ser adequada a questao de pesquisa; o incremento do conhecimento obtido e compativel com o tipo de estudo de caso inicialmente escolhido.

[FIGURE 1 OMITTED]

2.2.1. Planejamento de um estudo de caso

Os elementos a serem considerados em relacao ao metodo estudo de caso associados ao planejamento sao: questao de pesquisa, tipo de estudo de caso, apresentacao de teoria, especificacao de constructos, caso unico ou multiplo, numero de casos, selecao do(s) caso(s), replicacao logica, replicacao teorica, validade externa, unidade de analise, caso holistico ou incorporado, caso piloto, contexto, equipe de pesquisadores, protocolo, confiabilidade e desenho de pesquisa.

A questao de pesquisa e fundamental para a identificacao das contribuicoes praticas e teoricas da pesquisa, assim como e a base para um adequado desenho de pesquisa (DUBE; PARE, 2003). O estudo de caso e apropriado quando a questao de pesquisa for "por que?", "como?" ou "o que?".

A escolha por um determinado tipo de estudo de caso depende principalmente da questao de pesquisa que se busca responder. Bonoma (1985) apresenta um modelo de quatro estagios para classificacao do estudo de caso, considerando o proposito da pesquisa: mapeamento--o intuito e aprender os conceitos e jargoes relacionados ao fenomeno; design--o intuito e construir hipoteses, perseguindo uma teoria; prognostico--o pesquisador ja possui um modelo, que busca confirmar por meio de replicacoes; rejeicao--o intuito e testar os limites do modelo, utilizando condicoes extremas. Ja Yin (1993) classifica o estudo de caso em tres tipos quanto ao objetivo da pesquisa: descritivo descreve o fenomeno dentro de seu contexto; exploratorio--trata de problemas pouco conhecidos, objetivando definir hipoteses ou proposicoes para futuras pesquisas; explanatorio--o intuito e explicar relacoes de causa e efeito a partir de uma teoria. Segundo Yin (2005), embora os tres tipos possam ser claramente definidos, existe uma area de sobreposicao entre eles.

A partir da questao de pesquisa, e com o tipo de estudo de caso definido, busca-se identificar a teoria existente sobre o topico a ser investigado. A apresentacao da teoria e relevante para qualquer tipo de estudo de caso, pois auxilia na selecao dos casos, na delimitacao do foco da pesquisa, na elaboracao de proposicoes e na coleta e analise dos dados (YIN, 2005). A teoria auxilia na especificacao dos constructos a priori, que auxilia no desenho de pesquisa de um estudo de caso (EISENHARDT, 1989; DUBE; PARE, 2003). No entanto, e necessario ter em mente que esses constructos nao necessariamente farao parte do resultado da pesquisa, mas contribuem para manter o foco na questao de pesquisa (EISENHARDT, 1989).

O desenho da pesquisa apresenta a logica da investigacao, conectando a questao de pesquisa as suas conclusoes (YIN, 1993). A questao de pesquisa, sua perspectiva e modelo teorico e os recursos sao considerados antes da elaboracao do desenho de pesquisa (YIN, 1993).

A definicao do numero de casos e a selecao deles sao fundamentais para o estudo de caso (DUBE; PARE, 2003). O objetivo de estudar um caso e entende-lo em profundidade e nao compreender outros casos ou realizar generalizacoes (MACNEALY, 1997). Um dos criterios na escolha do caso a ser estudado e a possibilidade de aprendizado a partir dele (STAKE, 1995).

A opcao pela escolha de desenvolver um estudo de caso unico justifica-se quando este for: critico, ao satisfazer as condicoes necessarias a situacao de pesquisa; extremo, porque o foco do estudo ocorre eventualmente; tipico, em razao de a situacao representar condicoes usuais; revelador, por se tratar de uma situacao previamente inacessivel para investigacao; longitudinal, quando o estudo ocorrer em mais de um momento no tempo (BENBASAT; GOLDSTEIN; MEAD, 1987; YIN, 2005). O estudo de caso unico tem como proposito testar os limites da teoria por meio de casos extremos ou criticos.

No estudo de caso multiplo, a logica a ser adotada na selecao dos casos e a de replicacao (adotar os mesmos procedimentos definidos no planejamento em mais de um caso), que pode ser de dois tipos: replicacao literal, que conduz a resultados semelhantes por motivos previsiveis; e replicacao teorica, que leva a resultados contrastantes por caracteristicas do caso conhecidas (EISENHARDT, 1989; DUBE; PARE, 2003; YIN, 1999, 2005). Segundo Stake (1994), a comparacao dos casos e um mecanismo relevante, mas, por outro lado, pode prejudicar o completo entendimento dos casos de forma isolada, uma vez que direciona a atencao do pesquisador apenas para os aspectos a serem comparados.

Tanto no estudo de caso unico como no estudo de caso multiplo pode ser considerada a validade externa, que diz respeito a extensao em que as conclusoes obtidas por meio do estudo de caso podem ser generalizadas. A tatica para sua obtencao ocorre na fase de planejamento do estudo de caso (RIEGE, 2003; YIN, 2005). Para aumentar a validade externa, pode-se utilizar uma teoria como base no estudo de caso unico, ou uma logica de replicacao em estudos de caso multiplo (RIEGE, 2003).

Segundo Frankfort-Nachmias e Nachmias (1996:53), a unidade de analise corresponde a "parte mais elementar do fenomeno a ser estudado". A partir dos objetivos da pesquisa deve-se considerar cuidadosamente a escolha da unidade de analise. A unidade de analise em um estudo exploratorio auxilia na definicao dos limites da teoria, enquanto em um estudo explanatorio confirma a adequacao do caso a teoria que esta sendo testada (DUBE; PARE, 2003).

Segundo Benbasat, Goldstein e Mead (1987), Eisenhardt (1989) e Yin (2005), o estudo de caso unico, assim como o multiplo, pode ser holistico ou incorporado. O tipo holistico possui uma unidade de analise que e considerada em determinado contexto e que pode ser um caso ou multiplos casos. Ja o incorporado possui mais de uma unidade de analise para cada caso, ou seja, existem subunidades de analise. Em um estudo de caso holistico, por exemplo, o caso que equivale a unidade de analise e um Programa de Pos-Graduacao, enquanto no estudo de caso incorporado o caso e o Programa de Pos-Graduacao, mas as unidades incorporadas de analise sao as areas de concentracao desse programa. Ambas as situacoes possuem vantagens e desvantagens, como: no estudo de caso holistico o pesquisador pode nao analisar fenomenos especificos, ja no estudo de caso incorporado o pesquisador corre o risco de se concentrar nas subunidades, ignorando os aspectos globais.

Para a identificacao da unidade de analise, o refinamento dos instrumentos de coleta de dados e a maior familiaridade do pesquisador com o fenomeno em estudo e recomendavel desenvolver o caso piloto (BENBASAT; GOLDSTEIN; MEAD, 1987; YIN, 1999; DUBE; PARE, 2003). Segundo Yin (2005), os criterios para escolha do caso piloto podem nao ser os mesmos utilizados para selecionar os demais casos. E possivel, por exemplo, que esses criterios sejam: acessibilidade dos informantes, localizacao geografica conveniente e riqueza dos documentos. A escolha do caso piloto e por conveniencia, e o contexto considerado e o mesmo dos demais casos. Dependendo da complexidade do tema em estudo, pode-se realizar mais de um caso piloto (YIN, 2005).

Outro aspecto relevante para o estudo de caso e a descricao do contexto (BONOMA, 1985; BENBASAT; GOLDSTEIN; MEAD, 1987; MACNEALY, 1997; YIN, 2005). A credibilidade dos resultados da pesquisa depende de uma descricao detalhada do contexto da pesquisa, abordando o local de conducao da pesquisa, o periodo de tempo em que a pesquisa ocorreu, a coleta de dados em um ou mais momentos, a obtencao de adequado acesso, o tempo gasto pelo pesquisador no local, os dados coletados durante os eventos ou posteriormente (DUBE; PARE, 2003).

As estrategias adotadas em relacao a equipe de pesquisadores devem ser descritas (MACNEALY, 1997; DUBE; PARE, 2003; YIN, 2005), por exemplo, quando mais de um pesquisador participa da entrevista com o intuito de obter diferentes perspectivas (EISENHARDT, 1989) ou quando a analise for realizada pelos pesquisadores de forma independente, para depois ser comparada. Isso gera maior riqueza e confianca nos resultados (BENBASAT; GOLDSTEIN; MEAD, 1987). O trabalho em equipe pode propiciar maior criatividade e credibilidade aos resultados (DUBE; PARE, 2003).

O protocolo relaciona as atividades a serem realizadas durante a pesquisa, apontando os procedimentos a serem adotados (DUBE; PARE, 2003; VOSS; TSIKRIKTSIS; FROHLICH, 2002; YIN, 1999, 2005) e auxiliando a manter os mesmos procedimentos em um estudo de caso multiplo ou quando mais de um investigador participar da coleta de dados (YIN, 2005). Em um estudo de caso, o protocolo e relevante para a obtencao da confiabilidade, pois fornece informacoes para que o estudo, quando repetido sob as mesmas condicoes, obtenha os mesmos resultados (RIEGE, 2003; YIN, 2005). Embora nao exista um conteudo rigido para o protocolo, Yin (2005) sugere os seguintes topicos: visao geral da pesquisa (objetivo, questao de pesquisa, modelo teorico); procedimentos para coleta de dados (procedimentos para coleta de dados, procedimentos para lidar com imprevistos, recursos necessarios, agenda das atividades de coleta de dados); questoes do estudo de caso (instrumentos para coleta dos dados); guia para o relatorio (esboco, formato para os dados).

2.2.2. Coleta de dados em um estudo de caso

As variaveis a serem consideradas em relacao ao metodo estudo de caso associadas a coleta de dados sao: tecnica de coleta de dados, validade do constructo, multiplas fontes de evidencia, dados qualitativos e quantitativos, triangulacao, base de dados e confiabilidade.

A descricao do processo de coleta de dados e relevante para a credibilidade dos resultados (BENBASAT; GOLDSTEIN; MEAD, 1987; DUBE; PARE, 2003). A escolha das tecnicas de coleta de dados a serem adotadas no estudo de caso depende do tipo de dado necessario para responder a questao de pesquisa. Essas tecnicas podem ser: entrevista, documentacao, observacao, entre outras.

A validade do constructo refere-se ao estabelecimento de "medidas operacionais corretas para os conceitos que estao sob estudo" (YIN, 2005:55). Na etapa de coleta dos dados, o procedimento para aumentar a validade de constructo e a utilizacao de multiplas fontes de evidencias (RIEGE, 2003). Multiplas fontes de evidencia sao uma caracteristica do estudo de caso, cujo intuito e obter um conjunto de informacoes sobre o foco da pesquisa e seu contexto (BONOMA, 1985; EISENHARDT, 1989; MACNEALY, 1997; YIN, 1999; DUBE; PARE, 2003). Os dados obtidos podem ser qualitativos ou quantitativos (BONOMA, 1985; EISENHARDT, 1989; YIN, 1999).

Segundo varios autores (MACNEALY, 1997; BENBASAT; GOLDSTEIN; MEAD, 1987; VOSS; TSIKRIKTSIS; FROHLICH, 2002; DUBE; PARE, 2003), a entrevista e a tecnica de coleta de dados mais utilizada em estudos de caso. Em relacao a entrevista, os aspectos mais importantes a serem considerados e descritos na pesquisa sao: criterio para escolha dos entrevistados, utilizacao ou nao de roteiro de entrevista, pre-teste e validacao de conteudo do roteiro de entrevista, numero de entrevistados, meio para registro da entrevista (anotacoes, gravacao, etc.).

A coleta de dados em documentos serve principalmente para complementar as evidencias obtidas de outras fontes. Os seus pontos fortes sao estabilidade ao longo do tempo, exatidao e cobertura ampla; ja os pontos fracos podem ser a seletividade tendenciosa, o acesso indisponivel, entre outros (YIN, 2005). Em relacao aos documentos, e necessario considerar os tipos, o criterio de escolha e o periodo analisado.

A observacao possui, como pontos fortes, as caracteristicas de tratar do acontecimento em tempo real e captar o contexto do evento; no entanto, consome muito tempo, e seletiva e existe a possibilidade de o evento ocorrer de forma diferenciada em razao da presenca do observador (YIN, 2005). Esta tecnica de coleta de dados e util por fornecer informacoes adicionais sobre o topico em estudo. O autor recomenda o uso de mais de um observador sempre que possivel. Em relacao a observacao, e importante que o pesquisador defina e descreva o periodo, o numero de observadores, se ela e disfarcada ou nao, se e estruturada ou nao, se e participante ou nao, se e por instrumentos ou humana.

A triangulacao, ou seja, a adocao de duas ou mais formas de coleta de dados, e uma das maneiras de tornar o estudo de caso robusto. Patton (1999) apresenta quatro tipos de triangulacao: de fonte de dados (triangulacao de dados), entre avaliadores diferentes (triangulacao de pesquisadores), de perspectivas sobre o mesmo conjunto de dados (triangulacao da teoria) e de metodos (triangulacao metodologica). A triangulacao usualmente adotada no estudo de caso e a de fonte de dados, que diz respeito a coleta da mesma informacao de tres ou mais formas.

Ainda em relacao a coleta de dados, e necessario observar o conjunto de informacoes coletadas, que pode ser denominado de base de dados e que e relevante para a obtencao da confiabilidade do estudo de caso (VOSS; TSIKRIKTSIS; FROHLICH, 2002; YIN, 2005; RIEGE, 2003), pois contem o material coletado e tambem o esquema de codificacao adotado (DUBE; PARE, 2003). A base de dados auxilia a manter os mesmos procedimentos em estudos de caso multiplos ou quando mais de um investigador participa da coleta de dados (YIN, 2005).

2.2.3. Analise de dados em um estudo de caso

As variaveis a serem consideradas em relacao ao metodo de estudo de caso associadas a analise de dados sao: descricao dos procedimentos, anotacoes de campo, esquema de codificacao, flexibilidade, validade do constructo, encadeamento de evidencias, comparacao dos casos, tecnicas de analise, validade interna, citacoes, revisao do relatorio e comparacao dos resultados com a literatura.

A analise dos dados e a etapa mais dificil da pesquisa (EISENHARDT, 1989; YIN, 2005). Segundo Yin (2005:137), "a analise dos dados consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas, testar, ou do contrario, recombinar as evidencias quantitativas e qualitativas para tratar as proposicoes iniciais de um estudo". A clara descricao dos procedimentos de analise dos dados permite um melhor entendimento dos resultados e o julgamento de que o processo foi sistematico e rigoroso (DUBE; PARE, 2003).

As anotacoes de campo devem ser completas, incluindo aspectos do contexto, comunicacoes verbais e nao-verbais (EISENHARDT, 1989; DUBE; PARE, 2003). A codificacao e uma ferramenta util para reducao das anotacoes de campo, e o esquema de codificacao deve ser definido de modo a permitir a replicacao e, ao leitor, identificar a logica adotada.

O procedimento para obter a validade de constructo e o estabelecimento do encadeamento logico das evidencias (RIEGE, 2003; YIN, 2005). O encadeamento de evidencias tem como "principio permitir ao revisor ou observador externo seguir as derivacoes de qualquer evidencia desde a questao inicial da pesquisa ate as ultimas conclusoes do estudo de caso" (DUBE; PARE, 2003:618). Esse encadeamento consiste em o relatorio conter citacoes dos aspectos relevantes da base de dados e apresentar as evidencias reais do topico em estudo e a forma pela qual elas foram obtidas. Essas evidencias devem ser consistentes com o descrito no protocolo, que deve estar alinhado com as questoes de pesquisa (BENBASAT; GOLDSTEIN; MEAD, 1987; YIN, 2005). O uso de citacoes (evidencias como, por exemplo, trechos de entrevistas ou textos de documentos) e uma forma de trazer os participantes da pesquisa para o texto de um estudo de caso (DUBE; PARE, 2003). Essas citacoes, quando descritas no estudo de caso, auxiliam o leitor a elaborar e julgar de forma independente a adequacao da analise realizada pelo pesquisador (BENBASAT; GOLDSTEIN; MEAD, 1987; YIN, 2005).

Outro aspecto que colabora para a validade do constructo e a revisao do relatorio pelo informante chave (YIN, 2005; RIEGE, 2003). O informante pode discordar das conclusoes do pesquisador, mas e necessario que ele concorde com as informacoes que foram coletadas e utilizadas pelo pesquisador para que o constructo tenha validade (DUBE; PARE, 2003).

A definicao de uma estrategia analitica geral no estudo de caso, segundo Yin (2005), contribui para as decisoes sobre o que analisar e por que motivo. As tres estrategias sugeridas por Yin (2005) sao: proposicoes teoricas--confrontacao de dados coletados com as proposicoes derivadas da teoria; explanacoes concorrentes--comparacao dos resultados com proposicoes teoricas concorrentes; nessa comparacao, se uma explanacao for valida, as outras nao podem ser; descricao do caso desenvolve uma estrutura descritiva para organizar o estudo do caso.

A partir dessas estrategias analiticas gerais, tecnicas especificas podem ser utilizadas (YIN, 2005): adequacao ao padrao--comparacao dos resultados com um padrao baseado em teorias previas; construcao de explanacao--tipo especial de adequacao ao padrao, corresponde a construcao de uma explanacao sobre o caso a partir da analise dos dados; analise de series temporais--"a logica [...] e a paridade entre uma tendencia dos pontos de dados comparada com (a) uma tendencia teoricamente importante especificada antes do principio da investigacao, em contraste com, (b) alguma tendencia concorrente, tambem previamente determinada, em contraste com, (c) qualquer tendencia baseada em algum artefato ou ameaca a validade interna" (p. 153); modelos logicos "consistem em comparar eventos empiricamente observados com eventos teoricamente previstos" (p. 157), seriam uma outra forma de adequacao ao padrao, diferenciada pelos estagios sequenciais, ou seja, "a suposta existencia de sequencias repetidas de eventos na ordem causa-efeito, todas encadeadas" (p. 158); sintese de casos cruzados comparacao de dados de casos individuais, segundo uma mesma estrutura. Segundo Dube e Pare (2003), os investigadores precisam ser mais explicitos sobre como os dados sao analisados em suas pesquisas, o que aumenta a validade dos resultados.

Os resultados obtidos na analise dos dados devem contemplar tanto o que e aderente as teorias existentes quanto o que e conflitante com elas (EISENHARDT, 1989; DUBE; PARE, 2003). O exame dos conflitos com as teorias existentes, se eles existirem, colabora para a credibilidade dos resultados ao buscar razoes para as diferencas. Os resultados similares a teorias existentes contribuem para a credibilidade destas. A comparacao das evidencias e uma das formas de obter a validade externa (RIEGE, 2003).

Para a obtencao da validade interna em estudos explanatorios, e importante fazer a adequacao a um padrao, elaborar a construcao da explanacao, utilizar explanacoes concorrentes ou utilizar modelos logicos (YIN, 2005).

Um aspecto importante na pesquisa qualitativa e a flexibilidade para se fazerem ajustes durante o processo (EISENHARDT, 1989; DUBE; PARE, 2003). A sobreposicao que ocorre entre a coleta e a analise dos dados possibilita obter vantagem da flexibilidade na coleta dos dados em um estudo de caso (DUBE; PARE, 2003). Conforme Eisenhardt (1989), a flexibilidade em um estudo de caso permite que algumas modificacoes possam ser realizadas, como por exemplo, a inclusao de outro caso e novas perguntas incorporadas ao roteiro de entrevista, que possibilitarao ao pesquisador aproveitar as oportunidades que surgirem ao longo da pesquisa.

3. METODO DE PESQUISA

O metodo descritivo de pesquisa foi adotado em funcao das necessidades e objetivos propostos para a pesquisa. O metodo descritivo tem como objetivo principal mapear as caracteristicas de determinada populacao ou fenomeno e estabelecer relacoes entre as variaveis analisadas (BICKMAN; ROG; HEDRICK, 1997).

Os dados foram coletados em artigos sobre pesquisas em Sistemas de Informacao que utilizaram o metodo de estudo de caso nos anais do ENANPAD publicados de 2003 a 2005 e em periodicos classificados no Qualis como Nacional A (Revista de Administracao da USP--RAUSP, Revista de Administracao Publica--RAP, Revista de Administracao Contemporanea--RAC, Revista de Administracao de Empresas--RAE, Organizacao & Sociedade--O&S). A Tabela 1 apresenta o numero de artigos analisados em relacao ao numero total de artigos na area e em cada publicacao nos tres anos considerados. A revista Organizacao & Sociedade (O&S) numero 35 do ano de 2005 e a Revista de Administracao Publica (RAP) numero 6 do ano de 2005 nao foram publicadas ate o momento da coleta dos dados, e por essa razao nao estao consideradas na Tabela 1.

Na analise dos artigos foram consideradas as variaveis apresentadas na secao 2 deste artigo. Em relacao ao planejamento, coleta e analise de dados, foram utilizados os elementos discutidos na secao 2 deste artigo, que sao:

a) planejamento--descritivo, exploratorio ou explanatorio (escolha de uma das opcoes); existencia de protocolo (sim ou nao); relacionar o protocolo com a obtencao de confiabilidade (sim ou nao); questao de pesquisa definida (sim ou nao); tipo de questao de pesquisa (o que, por que, como); apresentacao da teoria (sim ou nao); especificacao de constructos (sim ou nao); numero de casos (no); natureza do caso unico (critico, tipico, revelador, longitudinal); replicacao literal (sim ou nao); replicacao teorica (sim ou nao); validade externa (relaciona-se com a teoria para o caso unico ou com a logica da replicacao para o multiplo--sim ou nao); definicao da unidade de analise (sim ou nao); definicao da unidade incorporada de analise (sim ou nao); utilizacao de caso piloto (sim ou nao); numero de casos piloto (no); criterio para escolha do caso piloto (sim ou nao); local de conducao da pesquisa (sim ou nao); periodo no tempo (sim ou nao); coleta em diferentes momentos (sim ou nao); adequado acesso as informacoes (sim ou nao); tempo gasto no local (sim ou nao); periodo de coleta (durante os eventos ou posteriormente); uso de equipe (sim ou nao); numero de autores (no); definicao do papel dos investigadores (sim ou nao); desenho de pesquisa (sim ou nao);

b) coleta dos dados--descricao dos procedimentos de coleta de dados (sim ou nao); tipo de dados (qualitativos e quantitativos); multiplas fontes de evidencia (sim ou nao); entrevista (sim ou nao); documentos (sim ou nao); observacao (sim ou nao); outra tecnica de coleta (sim ou nao); triangulacao (sim ou nao); tipo de triangulacao (fonte, avaliadores, perspectiva, metodo--sim ou nao); base de dados (sim ou nao); validade do constructo (relaciona multiplas fontes de evidencia com a validade do constructo--sim ou nao);

c) analise dos dados--descricao dos procedimentos de analise (sim ou nao); anotacoes de campo (sim ou nao); esquema de codificacao (sim ou nao); flexibilidade (sim ou nao); encadeamento logico de evidencias (sim ou nao); comparacao dos casos (sim ou nao); proposicao teorica (sim ou nao); explanacao concorrente (sim ou nao); descricao do caso (sim ou nao); adequacao ao padrao (sim ou nao); construcao de explanacao (sim ou nao); analise de series temporais (sim ou nao); modelos logicos (sim ou nao); sintese de casos cruzados (sim ou nao); validade interna (sim ou nao); citacoes (sim ou nao); revisao do projeto (sim ou nao); comparacao dos resultados com a literatura (sim ou nao); validade do constructo (relaciona encadeamento logico de evidencias e informantechave com validade do constructo--sim ou nao).

Inicialmente, com o intuito de refinar o instrumento, os autores analisaram em conjunto dois artigos; apos os ajustes necessarios, o instrumento resultante dessas discussoes foi utilizado para classificar os demais artigos. Os demais artigos foram analisados por dois dos autores independentemente, e um consenso foi buscado para as diferencas encontradas, a fim de obter-se confiabilidade da analise de conteudo (KRIPPENDORFF, 1980).

Na analise dos dados utilizou-se a frequencia, descrevendo-se os resultados obtidos para os aspectos considerados. Os artigos foram analisados por meio da tecnica de analise de conteudo, que possibilitou identificar a presenca explicita ou nao das variaveis previamente definidas.

Em relacao aos limites desta pesquisa, destacamse tres aspectos. O primeiro consiste em ter-se analisado um numero de artigos da area de sistemas de informacao com metodo de estudo de caso disponiveis em periodicos, embora tenha sido utilizada a populacao. O segundo diz respeito ao criterio de coleta de dados adotado nesta pesquisa, ou seja, a verificacao apenas dos elementos citados pelos autores dos artigos. Isso e um limite por dois motivos: em alguns artigos, embora os autores citem o elemento metodologico, eles nao explicam como isso foi obtido; em outros artigos, os autores nao dizem ter utilizado o elemento metodologico, mas pode-se deduzir sua utilizacao em razao de outros elementos apresentados no texto. Justifica-se a opcao desta pesquisa de considerar a presenca do elemento metodologico apenas quando os autores o mencionam pelo fato de se ter como objetivo identificar a qualidade do conteudo do metodo e a preocupacao dos autores em explicitar suas decisoes metodologicas. O terceiro limite esta relacionado as tecnicas de coleta de dados, pois nao foram analisados os procedimentos relacionados aos instrumentos, como a validacao de conteudo e de face do instrumento de coleta de dados.

4. ANALISE DOS ASPECTOS METODOLOGICOS

Os aspectos adotados na conducao dos estudos de caso analisados sao apresentados segundo os grupos: planejamento (4.1); coleta de dados (4.2); e analise de dados (4.3).

4.1. Analise dos elementos do planejamento de um estudo de caso

A Tabela 2 apresenta um resumo dos resultados obtidos para os elementos associados ao planejamento do estudo de caso.

Um numero expressivo de artigos nao apresenta questao de pesquisa, dificultando o entendimento das contribuicoes da pesquisa. Entre os artigos que apresentaram questao de pesquisa, apenas um nao utilizou "como", "o que" ou "por que"; parte deles (8 artigos) possuia mais de uma questao de pesquisa, o que nos leva a refletir se sao realmente questoes de pesquisa.

O tipo de estudo de caso mais identificado foi o exploratorio (Tabela 3). Destaca-se tambem o alto numero de artigos que nao abordaram este elemento. Essa tendencia e observada tanto nos artigos publicados no Enanpad quanto nas revistas. No entanto, nas revistas foram identificados 3 estudos de caso explanatorios, enquanto no Enanpad constatou-se apenas 1. O estudo de caso e normalmente a opcao metodologica quando o conhecimento existente sobre o fenomeno e pequeno, o que naturalmente leva o pesquisador para o tipo exploratorio ou descritivo, ficando o explanatorio para situacoes mais particulares.

Alguns autores classificaram os seus artigos como exploratorios e descritivos (6 artigos no total) ou exploratorio e explanatorio (1 artigo no total). Isso e previsto na literatura, quando Yin (2005) afirma que existe uma sobreposicao entre os tipos. Um aspecto que chama a atencao e que nenhum artigo foi classificado como descritivo, embora 6 deles tenham sido classificados como exploratorios e descritivos. A partir dessa constatacao, levanta-se a seguinte questao para um estudo futuro: sera que e claro para os pesquisadores o entendimento sobre a diferenca entre o estudo de caso exploratorio e o descritivo?

A teoria foi o elemento mais presente nos artigos. Apenas 2 (17%) artigos publicados nas revistas e 3 (7%) no Enanpad nao apresentaram a teoria utilizada no estudo de caso, embora apresentassem uma secao de fundamentacao teorica. No entanto, nao se deu o mesmo com a especificacao dos constructos--apenas 5 (42%) artigos publicados nas revistas e 23 (53%) publicados no Enanpad trataram explicitamente deste elemento. A especificacao dos constructos pode auxiliar no momento da analise dos resultados obtidos com a pesquisa.

O desenho de pesquisa foi apresentado em apenas 2 artigos publicados em revistas, o que pode ser explicado pelo limite de tamanho dos artigos determinado pelas publicacoes. E uma informacao util para a visualizacao da pesquisa como um todo; no entanto, repete as informacoes tratadas no texto, sendo um elemento dispensavel para um artigo cujo numero de paginas e reduzido.

Em relacao ao numero de casos, verifica-se uma predominancia do estudo de caso unico, sem justificativa do tipo em que ele se enquadraria. Observa-se, ao ler os artigos, um cuidado em descrever os criterios para a escolha do caso, mas nao em justificar o fato de ser um caso unico, coisa que somente 2 artigos fizeram. Ja em relacao aos estudos de caso multiplo, o numero de casos variou de 2 a 50. No caso do artigo com 50 casos, fica o questionamento sobre se o enquadramento como estudo de caso foi adequado, pois o objetivo do estudo de caso e analisar poucos elementos a partir de multiplas fontes de dados.

A opcao pela replicacao literal ou teorica nao e um aspecto explorado pelos artigos que apresentam estudo de caso multiplo, pois apenas 4 (21%) deles mencionam este aspecto, que poderia valorizar o trabalho metodologicamente por determinar a validade externa. Isso leva ao questionamento sobre como realmente ocorre a escolha dos casos e se o acesso ao caso tem sido o principal criterio de selecao.

A definicao explicita da unidade de analise e apresentada por apenas 13 (24%) artigos, 4 dos quais possuem unidade de analise incorporada. O estudo de caso piloto pode auxiliar na correta identificacao da unidade de analise e tambem no refinamento dos instrumentos de coleta de dados. No entanto, o estudo de caso piloto foi citado em apenas 4 (7%) artigos, um dos quais apresentava somente o resultado do estudo piloto. Apenas 1 artigo apresentou criterios para a escolha do estudo piloto, o que pode ter ocorrido pelo fato de que normalmente o criterio de escolha do caso piloto e a conveniencia, em razao de o objetivo dessa escolha ser um aprendizado para o pesquisador e nao propriamente os resultados obtidos com o caso.

Entre os elementos considerados na analise do contexto, apenas o local da conducao e o periodo no tempo foram contemplados em cerca de metade dos artigos. Esses elementos sao importantes para que o leitor entenda as condicoes em que as informacoes foram obtidas.

A equipe que desenvolveu a pesquisa e um aspecto citado em somente 3 (6%) artigos, sem que o papel de cada investigador tenha sido descrito. Por outro lado, a maioria dos artigos foi redigida por 2 ou mais autores, o que significa que esses 47 (85%) artigos deveriam ter mencionado o papel dos investigadores.

A existencia de um protocolo foi citada em somente 8 (14%) artigos, mas ele nao foi anexado ao artigo, muito provavelmente por limites de tamanho do artigo. A associacao do protocolo a obtencao de confiabilidade foi mencionada em apenas 4 artigos.

Os artigos analisados contemplaram poucos dos elementos recomendados pela literatura para o planejamento de um estudo de caso; somente 5 elementos (tipo de estudo de caso, teoria, especificacao dos constructos, numero de casos e local de conducao da pesquisa) estiveram presentes em mais de 50% dos artigos considerados nesta pesquisa.

4.2. Analise dos elementos da coleta de dados de um estudo de caso

A Tabela 4 apresenta um resumo dos resultados obtidos para os elementos associados a coleta de dados do estudo de caso.

Os procedimentos de coleta de dados foram relatados em 58% dos artigos. No entanto, este e um aspecto que deveria estar presente em todos os artigos por ser a base para o entendimento e credibilidade dos resultados obtidos.

A maioria dos artigos utilizou dados qualitativos, o que e pertinente, pois a principal tecnica de coleta de dados de um estudo de caso e a entrevista. Cerca de 18% dos artigos combinaram dados qualitativos e quantitativos, o que tambem e pertinente ao metodo de pesquisa. O curioso e 2 artigos terem apenas dados quantitativos para uma pesquisa de carater qualitativo, alem do fato de o numero de casos utilizados ser 25 e 50.

Aproximadamente 69% (38) dos artigos mencionaram ter utilizado multiplas fontes de evidencia. A entrevista foi adotada por 48 (87%) pesquisas, seguida da analise de documentos, presente em 35 (64%) artigos, e da observacao, adotada por 16 (29%) artigos. Alem dessas, o questionario, a analise de artefatos e a analise de websites e de arquivos tambem foram mencionados como tecnicas de coleta de dados.

A triangulacao, que torna o estudo de caso robusto, foi adotada por apenas 6 (11%) artigos, dos quais 5 (9%) mencionaram que ela se deu em relacao a fonte dos dados.

A base de dados, elemento que auxilia na obtencao da confiabilidade, foi mencionada em 4 (7%) artigos. A validade do constructo foi citada em apenas 3 (5%) artigos. Por estar relacionada a utilizacao de multiplas fontes de evidencia, certamente poderia ter sido explicitada nos artigos, pois 69% deles citaram o uso de multiplas fontes de evidencia.

Os artigos publicados nas revistas e no Enanpad apresentaram a mesma tendencia em relacao a descricao dos elementos metodologicos. A descricao dos elementos relacionados a coleta de dados, por exemplo, foi mais detalhada que a dos elementos do planejamento.

4.3. Analise dos elementos da analise de dados de um estudo de caso

A Tabela 5 apresenta um resumo dos resultados obtidos para os elementos associados a analise de dados do estudo de caso.

A descricao dos procedimentos de analise dos dados (16 artigos--29%) foi menos citada que a dos procedimentos para coleta dos dados (32 artigos 58%) nos artigos analisados. Ja o esquema de codificacao esteve presente em apenas 1 artigo analisado, elemento importante para a compreensao da forma pela qual os resultados foram obtidos.

Itens como anotacoes de campo e flexibilidade nao sao adequados para identificar se o metodo de estudo de caso foi bem desenvolvido, mas o sao para relatar alteracoes que existiram e as condicoes em que os resultados foram obtidos, servindo de aprendizado para outros pesquisadores. Nos artigos analisados, estes elementos foram pouco evidenciados.

As tecnicas de analise de dados e o encadeamento de evidencias nao foram mencionados na maioria dos artigos, mas podem ter sido descritos. Como o criterio de analise neste artigo foi o elemento ter sido citado ou nao, a conclusao deste artigo pode nao refletir totalmente o conteudo dos artigos analisados.

As citacoes que auxiliam a corroborar os resultados foram utilizadas em 6 (11%) artigos. Em parte, o uso de citacoes pode ter sido tambem prejudicado pelo limite de espaco para redacao dos artigos. Como este elemento nao acrescenta nova ideia, mas corrobora a ideia do pesquisador, pode ser suprimido para que outras informacoes sejam incluidas; no entanto, o seu uso pode contribuir para que o leitor julgue independentemente a adequacao da analise realizada pelo pesquisador (YIN, 2005).

A revisao por informante-chave das informacoes coletadas foi mencionada somente por 3 (5%) artigos. Segundo Yin (2005), Riege (2003) e Dube e Pare (2003), este elemento auxilia na validade do constructo, aspecto tambem pouco mencionado nos artigos analisados nesta pesquisa.

Os elementos referentes a analise dos dados no estudo de caso foram os menos tratados nos artigos analisados. A comparacao dos resultados com a literatura (50 artigos -91%) foi o elemento mais presente nos artigos. Considerando-se os 19 artigos que apresentaram estudos de caso multiplos, a comparacao dos casos foi realizada em 11 artigos (58%). A validade interna foi citada em 4 artigos, resultado que esta associado ao numero de estudos de caso explanatorios.

5. CONCLUSOES

O framework desenvolvido nesta pesquisa e util para quem vai utilizar o estudo de caso como metodo de pesquisa, assim como para quem vai avaliar artigos para revistas cientificas. De um modo geral, os artigos analisados nesta pesquisa contemplaram poucos dos elementos privilegiados no framework proposto. Nao foram observadas evidencias significativas de que houve diferenca nos elementos metodologicos abordados nos artigos publicados nas revistas em relacao aos publicados no Enanpad. Cabe ressaltar que o framework resultante deste estudo foi elaborado segundo a visao epistemologica positivista, a de maior aceitacao e utilizacao na area de sistemas de informacao.

Nos artigos analisados, deve-se considerar que o fato de os elementos nao terem sido citados nao significa que as pesquisas nao os utilizaram. No entanto, nao basta fazer, e preciso relatar o que foi realizado, pois esta e a unica forma de o leitor realmente entender os resultados obtidos com a pesquisa e a sua aplicabilidade, alem de dar credibilidade aos resultados. A secao do metodo em artigos, assim como o capitulo em teses e dissertacoes, necessita de um consideravel espaco para que seja possivel detalhar todas as informacoes pertinentes a ele. Os editores de revistas e os organizadores de congressos devem refletir sobre a necessidade de maior espaco para a descricao detalhada do metodo.

Em relacao ao planejamento, os elementos mais contemplados foram o tipo de estudo de caso, a teoria, a especificacao dos constructos, o numero de casos e o local de conducao da pesquisa. Os elementos relacionados a coleta de dados foram mais detalhados que os do planejamento e analise dos dados, o que nao significa que importantes elementos tenham sido mencionados, como a validade do constructo e a triangulacao. Os elementos referentes a analise dos dados foram os mais negligenciados nos artigos, o que faz com que exista uma lacuna entre a coleta e os resultados que precisa ser tratada pelos pesquisadores no relato de suas pesquisas.

Em relacao ao tipo de estudo de caso, ficam alguns questionamentos a serem investigados em pesquisas futuras: por que nenhuma pesquisa foi classificada como descritiva? por que ha um maior numero de estudos exploratorios? por que um numero tao elevado de artigos nao explicitou o tipo de estudo de caso adotado? sera que a classificacao apresentada e adequada aos resultados obtidos com a pesquisa?

Na sequencia desta pesquisa pretende-se discutir nao so a presenca dos elementos do metodo, mas tambem a qualidade com que esses elementos foram abordados nos artigos. Isso porque em alguns artigos foi observado que o pesquisador menciona o elemento, mas nao apresenta subsidios para o leitor entender como esse elemento foi considerado ou desenvolvido na pesquisa.

Recebido em: 02/07/2008

Aprovado em: 03/02/2009

6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Mirian Oliveira

Doutora em Administracao. Professora Titular e Pesquisadora da FACE/PUCRS

E-mail: miriano@pucrs.br

Antonio Carlos Gastaud Macada

Doutor em Administracao. Professor e Pesquisador da EA/UFRGS

E-mail: acgmacada@ea.ufrgs.br

Vanessa Goldoni

Mestre em Administracao pela Pontificia Universidade Catolica do Rio Grande do Sul

E-mail: vanessa.goldoni@terra.com.br
Tabela 1: Artigos na area de tecnologia da informacao (TI) que
utilizaram estudo de caso (EC)

Enanpad Rausp Rac Ano

 625 33 52 No total artigos
 32 4 8 No total artigos - TI 2003
 16 1 2 No total artigos - TI/EC
 790 32 48 No total artigos
 38 2 6 No total artigos - TI 2004
 13 0 1 No total artigos - TI/EC
 778 29 45 No total artigos
 25 4 5 No total artigos - TI 2005
 14 2 1 No total artigos - TI/EC
 2193 94 145 No total artigos
 95 10 19 No total artigos - TI Total
 43 3 4 No total artigos - TI/EC

Rae Rap O&S Total Ano

37 62 29 838 No total artigos
 1 5 1 51 No total artigos - TI 2003
 0 2 0 21 No total artigos - TI/EC
36 50 33 989 No total artigos
 0 3 3 52 No total artigos - TI 2004
 0 1 2 17 No total artigos - TI/EC
33 46 26 957 No total artigos
 2 3 0 39 No total artigos - TI 2005
 0 0 0 17 No total artigos - TI/EC
106 158 88 2778 No total artigos
 3 11 4 140 No total artigos - TI Total
 0 3 2 55 No total artigos - TI/EC

Fonte: os Autores.

Tabela 2: Presenca dos elementos do planejamento nos estudos de
caso

Elementos Artigos em Revista

Questao de pesquisa 5
Tipo de questao de pesquisa Como/por que--3
 Que/por que--1
 Por que--1

Tipo de estudo de caso Exploratorio-4
 Explanatorio-3
 2 tipos-1
Teoria 10
Especificacao de constructos 5
Desenho de pesquisa 2
Caso unico 7
Natureza do caso unico 0
Caso Multiplo 5
Replicacao literal 0

Replicacao teorica 1
Validade externa 4
Unidade de analise 3
Unidade de analise incorporada 2
Estudo de caso piloto 0
Numero de casos piloto = 1 0
Criterios para selecao do piloto 0
Local de conducao da pesquisa 9
Periodo no tempo 4
Coleta em diferentes momentos 1
Adequado acesso 3
Tempo gasto no local 0
Periodo de coleta 0
Equipe 1
Papel dos investigadores 0
Numero de autores 1 autor = 3
 2 autores = 6
 3 autores = 2
 4 autores = 1
 5 autores = 0
Protocolo 2
Confiabilidade 1

Elementos Artigos no
 Enanpad

Questao de pesquisa 16
Tipo de questao de pesquisa Como--6
 Que--5
 Como/que--4
 Outra--1

Tipo de estudo de caso Exploratorio-20
 Explanatorio-1
 2 tipos-6
Teoria 40
Especificacao de constructos 23
Desenho de pesquisa 0
Caso unico 29
Natureza do caso unico 2
Caso Multiplo 14
Replicacao literal 1

Replicacao teorica 2
Validade externa 2
Unidade de analise 10
Unidade de analise incorporada 2
Estudo de caso piloto 4
Numero de casos piloto = 1 4
Criterios para selecao do piloto 1
Local de conducao da pesquisa 23
Periodo no tempo 20
Coleta em diferentes momentos 4
Adequado acesso 1
Tempo gasto no local 6
Periodo de coleta 1
Equipe 2
Papel dos investigadores 0
Numero de autores 1 autor = 5
 2 autores = 31
 3 autores = 4
 4 autores = 2
 5 autores = 1
Protocolo 6
Confiabilidade 3

Elementos Total de artigos

Questao de pesquisa 21 (38%)
Tipo de questao de pesquisa Como--6
 Que--5
 Como/que--4
 Outra--1
 Como/por que--3
 Que/por que--1
 Por que--1
Tipo de estudo de caso 35 (64%)

Teoria 50 (91%)
Especificacao de constructos 28 (51%)
Desenho de pesquisa 2 (4%)
Caso unico 36 (65%)
Natureza do caso unico 2 (6%)
Caso Multiplo 19 (34%)
Replicacao literal 1 (5%)

Replicacao teorica 3 (16%)
Validade externa 6 (11%)
Unidade de analise 13 (24%)
Unidade de analise incorporada 4 (7%)
Estudo de caso piloto 4 (7%)
Numero de casos piloto = 1 4 (100%)
Criterios para selecao do piloto 1 (25%)
Local de conducao da pesquisa 32 (58%)
Periodo no tempo 24 (44%)
Coleta em diferentes momentos 5 (9%)
Adequado acesso 4 (7%)
Tempo gasto no local 6 (11%)
Periodo de coleta 1 (2%)
Equipe 3 (5%)
Papel dos investigadores 0 (0%)
Numero de autores 1 autor = 8 (14%)
 2 autores = 37 (67%)
 3 autores = 6 (11%)
 4 autores = 3 (5%)
 5 autores = 1 (2%)
Protocolo 8 (14%)
Confiabilidade 4 (7%)

Fonte: os Autores.

Tabela 3: Classificacao dos artigos segundo o tipo de estudo de caso

Ano Exploratorio Explanatorio Explorat. / Descritivo
 (Explor.) (Explan.) Rev.--Enanpad
 Rev.--Enanpad Rev.--Enanpad

2003 2 - 9 1 - 1 1 - 0
2004 2 - 6 1 - 0 0 - 3
2005 0 - 5 1 - 0 0 - 2
Todos 4 - 20 3 - 1 1 - 5

Ano Explor./ Explan. Nao
 cita
 Rev. Enanpad Rev. Enanpad

2003 0 - 0 1 - 6
2004 0 - 0 1 - 5
2005 0 - 1 2 - 5
Todos 0 - 1 4 - 16

Fonte: os Autores.

Tabela 4: Presenca dos elementos da coleta de dados nos estudos de caso

Elementos Artigos em Artigos no
 Revista Enanpad

Descricao dos procedimentos 6 26
Tipo de dados Qualitativo-6 Qualitativo-26
 Quantitativo-1 Quantitativo-1
 Ambos-4 Ambos-6
 Nenhum-1 Nenhum-10
Multiplas fontes de evidencia 9 29
Entrevista 11 37
Documentos 10 25
Observacao 3 13
Outra tecnica de coleta de dados 2 17
Triangulacao 3 3
Tipo de triangulacao 3 2
Base de dados 2 2
Validade do constructo 1 2

Elementos Total de artigos

Descricao dos procedimentos 32 (58%)
Tipo de dados Qualitativo-32 (58%)
 Quantitativo-2 (4%)
 Ambos-10 (18%)
 Nenhum-11 (20%)
Multiplas fontes de evidencia 38 (69%)
Entrevista 48 (87%)
Documentos 35 (64%)
Observacao 16 (29%)
Outra tecnica de coleta de dados 19 (34%)
Triangulacao 6 (11%)
Tipo de triangulacao 5 (9%)
Base de dados 4 (7%)
Validade do constructo 3 (5%)

Fonte: os Autores.

Tabela 5: Presenca dos elementos da analise de dados nos estudos de caso

Elementos Artigos em Revista Artigos no
 Enanpad

Descricao dos procedimentos 4 12
Anotacoes de campo 0 0
Esquema de codificacao 1 0
Flexibilidade 1 3
Encadeamento de evidencias 3 4
Comparacao dos casos 3 8
Proposicao teorica 1 2
Explanacao concorrente 1 0
Descricao do caso 10 0
Adequacao ao padrao 2 1
Construcao de explanacao 1 1
Analise de series temporais 1 1
Modelos logicos 1 0
Sintese de casos cruzados 3 6
Validade interna 2 2
Citacoes 0 6
Revisao do projeto 1 2
Comparacao com a literatura 11 39
Validade do constructo 1 2

Elementos Total de artigos

Descricao dos procedimentos 16 (29%)
Anotacoes de campo 0 (0%)
Esquema de codificacao 1 (2%)
Flexibilidade 4 (7%)
Encadeamento de evidencias 7 (13%)
Comparacao dos casos 11 (58%)
Proposicao teorica 3 (5%)
Explanacao concorrente 1 (2%)
Descricao do caso 10 (18%)
Adequacao ao padrao 2 (4%)
Construcao de explanacao 2 (4%)
Analise de series temporais 2 (4%)
Modelos logicos 1 (2%)
Sintese de casos cruzados 9 (16%)
Validade interna 4 (7%)
Citacoes 6 (11%)
Revisao do projeto 3 (5%)
Comparacao com a literatura 50 (91%)
Validade do constructo 3 (5%)

Fonte: os Autores.
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