Management control in hospitals/Controle de gestao em organizacoes hospitalares/Control de gestion en organizaciones hospitalarias.
de Souza, Antonio Artur ; Guerra, Mariana ; Lara, Cynthia Oliveira 等
1. INTRODUCAO
O governo brasileiro vem realizando acoes no sentido de oferecer
servicos de saude de qualidade para toda a populacao. Entretanto, apesar
dos esforcos, ainda ha diversos problemas nessa area. Alem disso, a
complexidade do ambiente no qual se inserem as organizacoes em geral
provoca uma demanda crescente por informacoes cada vez mais acuradas
para a tomada de decisao. Para que as organizacoes hospitalares possam
atuar nesse ambiente, e necessario que seus gestores busquem ferramentas
de gestao que tenham comprovada eficacia no meio empresarial (ALEMI;
SULLIVAN, 2007).
Dentre essas ferramentas, destacam-se as relacionadas ao controle
da gestao e a avaliacao de desempenho, que demandam o desenvolvimento de
uma gestao eficiente e o monitoramento de indicadores de desempenho
(GUPTILL, 2005). Nesse sentido, observa-se que a avaliacao de
indicadores hospitalares contribui significativamente para a eficiencia
da gestao, pois possibilita a associacao estrategica entre recursos
humanos, equipamentos e materia-prima para a prestacao de servicos de
saude de qualidade (SILVA, 2005).
A organizacao hospitalar foi definida pela Organizacao Mundial de
Saude (OMS) como parte integrante de um sistema coordenado de saude,
cuja funcao e prestar a sociedade completa assistencia no que se refere
a saude (OMS, 2008). No Brasil, as organizacoes desse setor vem
promovendo as mudancas necessarias para o desenvolvimento da funcao de
prestacao de servicos a sociedade e para promover a implementacao das
politicas de saude definidas na Constituicao Federal (CF) de 1988
(ARRETCHE, 2003).
Nesse sentido, Souza et al. (2008) defendem que, para atingir o
objetivo de prestacao de servicos de saude a sociedade, e necessario que
os gestores hospitalares realizem a avaliacao do desempenho
organizacional, a fim de mensurar a eficiencia da gestao. Assim, para a
avaliacao e o controle eficientes, os gestores das organizacoes, de
forma geral, necessitam de conhecimentos avancados e especificos sobre a
gestao e o custeamento das atividades operacionais e sobre as operacoes
de investimento e de financiamento (SHAW, 2003). Alem disso, e
necessario definir um conjunto de indicadores que possibilitem aos
gestores avaliar o desempenho da organizacao.
Segundo Schiesari e Kisil (2003), a avaliacao de desempenho de
hospitais no Brasil foi iniciada a partir da definicao do processo de
Acreditacao Hospitalar (AH). Nesse contexto, programas como os
desenvolvidos pela Secretaria de Estado de Saude do Governo de Minas
Gerais (SES/MG), especificamente o Programa de Fortalecimento e Melhoria
da Qualidade dos Hospitais do SUS/MG (Pro-Hosp), financiam acoes de
melhoria da qualidade em hospitais, tem grande significancia e facilitam
o processo para a AH. Assim, como processo complementar a avaliacao para
a AH, por meio do ProHosp, sao monitorados indicadores de desempenho da
gestao das organizacoes hospitalares (QUINTO NETO; GASTAL, 1997).
Este trabalho tem como foco o controle da gestao de hospitais e
apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo principal
analisar se os hospitais estudados apresentam informacoes que
possibilitam avaliar o desempenho de sua gestao. Por meio dessa analise,
foi possivel caracterizar o processo de gestao dos tres hospitais
estudados.
O texto esta estruturado em 7 secoes, incluindo esta introducao. Em
seguida, apresenta-se a revisao da literatura sobre a gestao de
organizacoes hospitalares (secao 2), sobre a eficiencia e eficacia na
gestao hospitalar (secao 3) e sobre o controle na gestao de hospitais
(secao 4), especificamente no que diz respeito ao processo de AH e ao
Pro-Hosp. A metodologia da pesquisa e descrita na secao 5; a analise dos
resultados dos estudos de caso, na secao 6; e as conclusoes, na secao 7,
seguidas das referencias bibliograficas.
2. A GESTAO DE ORGANIZACOES HOSPITALARES
Nos hospitais, a estrutura organizacional evidencia a maneira pela
qual a organizacao define e divide as funcoes e as atribuicoes, alem de
demonstrar como essas atribuicoes sao agrupadas e coordenadas (SOUZA et
al., 2008). Nesse sentido, segundo Mintzberg (1996), pode-se dimensionar
a estrutura organizacional em: (i) especializacao do trabalho, (ii)
departamentalizacao, (iii) cadeia de controle e (iv) centralizacao ou
descentralizacao da tomada de decisao. Segundo esse autor, essa
estrutura define a hierarquia da organizacao, as responsabilidades e a
autoridade dos individuos, e demonstra como ocorre a comunicacao e a
disponibilizacao de informacoes internas a organizacao.
De acordo com relatorio da OMS apud Borba (2006), um hospital e um
elemento de organizacao de carater medico-social, cuja funcao consiste
em assegurar uma assistencia medica completa, curativa e preventiva a
determinada populacao. Segundo Shaw (2003), as organizacoes hospitalares
tem as funcoes de: (a) prevenir doencas, oferecendo assistencia e
vigilancia a populacao, e contribuir para a educacao sanitaria e a
higiene no trabalho; (b) restaurar a saude, realizando diagnostico e
tratamento curativo de enfermidades em geral; e (c) promover a pesquisa
e o ensino de graduacao, posgraduacao e educacao continuada.
Nesse contexto, observa-se que o alcance de um desempenho eficiente
nas organizacoes hospitalares requer um controle de custos e a analise
de indicadores de desempenho. Segundo Heitger, Logan e Matulich (1992),
nao e possivel realizar uma avaliacao de desempenho adequada sem dispor
de informacoes sobre custos. Nesse sentido, o sistema de custeio baseado
em atividades (Activity-Based Costing--ABC) destaca-se como uma das
ferramentas comumente utilizadas para a gestao de custos. Esse sistema
visa alocar os custos dos recursos as atividades e, destas, aos
produtos/servicos, de modo a diminuir/eliminar as informacoes
distorcidas apresentadas pelos sistemas de custeio tradicionais (MOHAN;
PATIL, 2003). A maneira pela qual a organizacao utiliza os recursos
disponiveis para gerar receitas tambem e demonstrada pelo ABC, uma vez
que as informacoes geradas nao sao apenas informacoes operacionais, mas
tambem financeiras. Essas informacoes, operacionais e financeiras,
facilitam o controle do orcamento, ao mesmo tempo em que possibilitam a
gestao baseada em atividades (Activity-Based Management--ABM).
Por sua vez, a ABM possibilita avaliar o papel (valor) de cada
atividade, o que pode levar a implementacao de mudancas na forma de
realizar os trabalhos (procedimentos) operacionais e administrativos.
Alem disso, tais informacoes permitem integrar o sistema de custeio aos
demais sistemas da organizacao, como o sistema de producao, tornando o
processo de gestao empresarial dinamico e voltado para a eficiencia dos
resultados (COKINS, 1998; MISHRA; VAYSMAN, 2001). A ABM segue alguns
principios, tambem contemplados pelo ABC, tais como: (a) foco na
realizacao das atividades para as quais sao consumidos recursos, e nao
na mensuracao dos custos de recursos utilizados no desenvolvimento das
atividades; (b) deve-se buscar a reducao de desperdicios, eliminando-se
atividades que nao agregam valor ao servico; (c) as atividades devem ser
realizadas com continua melhoria de desempenho; e (d) o servico deve
atender as expectativas do cliente para que a satisfacao deste gere os
resultados esperados pela administracao (HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004).
Nos hospitais, as habilidades e a formacao da forca de trabalho, a
estrutura organizacional complexa e a especificidade dos servicos
prestados tornam efetivamente dificil o gerenciamento e o controle das
atividades. Conforme Castelar, Mordelet e Grabois (2003), a combinacao
otima dos recursos humanos, tecnologicos e financeiros deve ser um dos
objetivos da organizacao, a fim de possibilitar o alcance de uma gestao
eficiente e a prestacao de servicos de qualidade. E necessaria tambem a
profissionalizacao da gestao hospitalar, qualificando-se os gestores
dessas organizacoes como articuladores dos diferentes fatores que
influenciam as atividades desenvolvidas, sejam estes internos (medicos,
pessoal de enfermagem, pessoal administrativo, etc.), sejam externos (a
comunidade, outras unidades de saude, politicos, etc.) (GUPTILL, 2005).
Nesse sentido, observa-se que, atualmente, a avaliacao do
desempenho dessas organizacoes e uma das principais preocupacoes do
setor (SCHIESARI; KISIL, 2003). Ressalta-se que a analise dos resultados
e uma das principais ferramentas que possibilitam a avaliacao da gestao
hospitalar. As comparacoes entre organizacoes tambem integram os
processos avaliativos, uma vez que planos de melhoria podem ser
desenvolvidos a partir de contribuicoes advindas de parcerias entre
organizacoes e do estabelecimento de benchmarking (SILVA, 2005). Assim,
um gestor hospitalar deve monitorar diversos indicadores, tais como:
taxa de ocupacao, relacao enfermeiro-leito, leitos disponiveis na
enfermaria, leitos disponiveis na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Entretanto, deve-se observar que esses indicadores sao volateis e
modificam-se de acordo com variadas circunstancias endemicas,
epidemicas, climaticas, de poder aquisitivo, etc.
Moraes (1994) defende que os indicadores hospitalares devem ser
monitorados em conjunto, para possibilitar que as informacoes
disponibilizadas sejam contextualizadas no ambiente organizacional.
Dessa forma, observa-se que a analise de indicadores hospitalares e
fundamental a tomada de decisao eficiente pelo gestor hospitalar. Ainda
segundo o autor supracitado, os resultados do processo de avaliacao por
meio de indicadores sao informacoes utilizadas para o planejamento e
controle da gestao organizacional. Assim, a avaliacao dessas informacoes
destaca-se como a finalidade central da utilizacao dos indicadores.
3. EFICIENCIA E EFICACIA NA GESTAO HOSPITALAR
Situados no nivel economico terciario, os hospitais operam por meio
de processos internos que apresentam grande complexidade e
interdependencia. Devido a esse fato, as organizacoes hospitalares
dependem de profissionais altamente especializados (SOUZA et al., 2008).
A fim de garantir a qualidade dos servicos de saude prestados pelos
hospitais, e necessario estabelecer padroes e criterios de qualidade,
alem de indicadores de desempenho, para cada um dos processos internos
(ROONEY; OSTENBERG, 1999).
Segundo Bittar (2000), os padroes e os criterios de qualidade podem
estar baseados em normas de certificacao ISO 9000, aplicaveis a
organizacoes de qualquer area de negocios, ou em normas de AH,
aplicaveis especificamente a organizacoes hospitalares. Por meio do
processo de certificacao ISO 9000, possibilita-se o reconhecimento do
sistema de qualidade da organizacao sem que haja obrigatoriedade de
estabelecimento de padroes e de criterios de qualidade para todos os
processos internos da organizacao. A AH, por sua vez, para conferir uma
certificacao, exige que todas as areas abrangidas na atividade do
hospital estejam no mesmo nivel de qualidade (SCHIESARI; KISIL, 2003).
Criada pelo Ministerio da Saude em maio de 1999, a Organizacao
Nacional de Acreditacao (ONA) tem o objetivo de coordenar e promover a
Acreditacao na area de saude no Brasil. A AH considera um conceito
especifico de qualidade, o qual integra as tematicas de seguranca, etica
profissional, responsabilidade e qualidade do atendimento (SILVA, 2005).
No processo de Acreditacao, uma organizacao credenciada pela ONA
certifica a qualidade de uma agencia, servico ou grupo operacional no
fornecimento de servicos especificos, avaliando os seguintes quesitos:
instalacoes, objetividade, integridade, capacitacao e competencia.
Nestes dois ultimos quesitos, a ONA avalia tanto os profissionais quanto a organizacao. O processo de Acreditacao e sistemico e avalia toda a
organizacao, de acordo com normas aplicadas igualmente a todos os
hospitais de mesma categoria (ANVISA, 2004).
Para a Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria (ANVISA, 2004), a
metodologia de Acreditacao no Brasil apresenta vantagens tais como
melhoria do gerenciamento da unidade e melhoria da qualidade da
assistencia ao paciente. O processo de AH e voluntario e pode ser
desenvolvido pelo proprio hospital, depois de realizado um diagnostico
preliminar desenvolvido por uma organizacao independente--a organizacao
acreditadora, credenciada pela ONA. Ao final do processo, devem ser
atendidos os padroes de qualidade definidos para cada area de trabalho.
Nesse contexto, observa-se que a avaliacao de desempenho dos
hospitais e atualmente uma exigencia para a continuidade das atividades
da organizacao (ROONEY; OSTENBERG, 1999). Segundo Azevedo (1993), a
importancia dos indicadores hospitalares pode ser atribuida ao fato de
que a avaliacao de resultados possibilita definir a eficiencia de uma
gestao organizacional, assim como a aplicacao adequada de recursos. Alem
disso, sabe-se que informacoes sobre o desempenho da organizacao podem
gerar vantagem competitiva e produtiva aos hospitais.
Shaw (2003) defende que os conhecimentos decorrentes da utilizacao
de indicadores hospitalares podem influenciar os diversos niveis e areas
organizacionais, tais como: atendimento, financas, recursos humanos,
tratamento, etc. Alem disso, segundo Mohan e Patil (2003), o
conhecimento sobre o desempenho da organizacao, de forma geral, pode
disponibilizar informacoes para um desenvolvimento gerencial eficiente
por meio da utilizacao de sistemas de informacoes. Nesse sentido,
observa-se que o objetivo principal dos indicadores hospitalares e
disponibilizar informacoes uteis de diversas areas e de niveis
organizacionais, a fim de auxiliar os gestores no processo decisorio.
4. CONTROLE NA GESTAO HOSPITALAR
Segundo Mishra e Vaysman (2001), informacoes sobre a gestao de
organizacoes sao um fator critico para a avaliacao do planejamento e
para o controle operacional, alem de subsidiar o processo decisorio.
Entretanto, a utilizacao de ferramentas para a gestao em hospitais
requer cuidados adicionais e algumas adaptacoes, em razao da
especificidade da prestacao de servicos relacionados a promocao da saude
e do bem-estar dos pacientes (EVANS III; HWANG; NAGARAJAN, 2001).
Nesse contexto, destacam-se dois modelos que possibilitam a
avaliacao do controle da gestao em organizacoes hospitalares: o processo
de avaliacao para a AH e o monitoramento de indicadores definidos no
ProHosp. Apesar da tendencia atual de valorizacao da melhoria da
qualidade nos servicos de saude (SOUZA et al., 2008), observa-se que os
hospitais brasileiros enfrentam pressoes financeiras que dificultam o
investimento de recursos no processo de melhoria geral para AH. De
acordo com o Ministerio da Saude (RIPSA, 2002), o total dos gastos
publicos federais na area de saude tem sido reduzido. Dessa forma,
programas como o Pro-Hosp, que financiam acoes de melhoria da qualidade
em hospitais, tem grande significancia e facilitam o processo para a AH
(BITTAR, 2000).
O processo de AH foi iniciado no Brasil no final dos anos 80,
quando a Organizacao Pan-americana da Saude (OPAS) estabeleceu uma serie
de padroes para os servicos hospitalares da America Latina (ANVISA,
2004). Posteriormente, em 1990, a OMS realizou um convenio com a OPAS,
com a Federacao LatinoAmericana de Hospitais e com o Ministerio da
Saude, para elaboracao do Manual de Padroes de Acreditacao para America
Latina (FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005). Nesse periodo, observou-se que a
Acreditacao passou a ser considerada um elemento estrategico para
desencadear e apoiar iniciativas de qualidade nos servicos de saude.
Em 1997, o Ministerio da Saude decidiu desenvolver o modelo
brasileiro de Acreditacao. Para isso, formou-se uma comissao nacional de
especialistas, que elaborou a primeira edicao do Manual Brasileiro de
Acreditacao Hospitalar, publicada em 1998 (ANVISA, 2004). No ano de 1999
foi constituida juridicamente a ONA, cuja atribuicao e coordenar e
promover a Acreditacao na area de saude no Brasil (SILVA, 2005).
Assim, o Sistema Brasileiro de Acreditacao foi reconhecido
oficialmente pela ANVISA em 2002, por meio da Resolucao n[degrees]
921/02, e passou a integrar a sua programacao (SCHIESARI; KISIL, 2003;
ANVISA, 2004). Segundo Quinto Neto e Gastal (1997), no processo de
acreditacao exige-se dos hospitais que as avaliacoes integrem todas as
areas da organizacao, o que impossibilita a implementacao do processo
por subareas. As avaliacoes sao baseadas em acoes controlaveis, que
devem ser obrigatoriamente documentadas em papel, em instrumentos como:
regulamentos, regimentos, rotinas, atas e relatorios operacionais
(ROONEY; OSTENBERG, 1999; ANVISA, 2004).
Segundo a ANVISA (2004), o certificado de Acreditacao esta
escalonado em tres niveis: simples (nivel 1), pleno (nivel 2) e de
excelencia (nivel 3). O nivel desejado deve ser alcancado por todas as
areas da organizacao em conjunto, para que esta obtenha o certificado de
AH. Dessa forma, observa-se que, se uma area e classificada no nivel 1 e
as demais no nivel 3, a organizacao sera categorizada no nivel 1. Os
padroes estabelecidos para Acreditacao sao correlacionados e de
complexidade crescente. Sendo assim, para se alcancar um nivel de
qualidade superior, os niveis anteriores devem ser atendidos (SCHIESARI;
KISIL, 2003).
Cumpre salientar que, considerando-se as limitacoes dos hospitais
brasileiros conveniados com o Sistema Unico de Saude (SUS),
especialmente no que diz respeito a recursos financeiros e de pessoal
tecnicamente qualificado em gestao, principalmente em hospitais publicos
e filantropicos, torna-se necessaria a analise de indicadores
especificos para verificar o desempenho das organizacoes de saude (SOUZA
et al., 2008). Por meio da analise desses indicadores e possivel
apresentar os quesitos necessarios para o alcance de qualidade,
requeridos no processo de AH e no Pro-Hosp.
Coordenado pela Secretaria de Estado de Saude do Governo de Minas
Gerais (SES/MG) e iniciado em 2003, o Pro-Hosp tem como objetivos
fortalecer a gestao das organizacoes prestadoras de servicos de saude e
melhorar a qualidade da assistencia hospitalar nos polos macro e
microrregionais do Estado de Minas Gerais. Por meio do Pro-Hosp sao
monitorados indicadores de desempenho da gestao das organizacoes
hospitalares (BITTAR, 2000; QUINTO NETO; GASTAL, 1997).
Segundo o Manual do Pro-Hosp (MINAS GERAIS, 2007), os indicadores
de desempenho a serem monitorados pelas organizacoes participantes do
ProHosp foram classificados em cinco areas tematicas: gestao, processos,
resultados, relacao com os usuarios e a comunidade, e estrutura. Essas
areas apresentam uma logica, estabelecida na literatura especializada,
que propoe avaliar a qualidade do cuidado hospitalar segundo a
estrutura, o processo e o resultado. Ressalta-se que a selecao das areas
tematicas e os indicadores definidos nao pretendem ser exaustivos em
relacao a complexidade do cuidado hospitalar e as varias dimensoes da
qualidade da assistencia (MINAS GERAIS, 2008).
Especificamente, os indicadores de estrutura incluem os recursos ou
insumos utilizados na prestacao dos servicos de saude, que podem ser
classificados em humanos, materiais e financeiros (MINAS GERAIS, 2007).
Os indicadores de processo, por sua vez, mensuram as atividades e os
procedimentos envolvidos nessa prestacao de servicos. Por fim, os
indicadores de resultados incluem as respostas da populacao beneficiada
pelas intervencoes. Segundo Santos Filho (2007), este ultimo grupo de
indicadores--de resultados, efeitos ou impactos--e utilizado
tradicionalmente em estudos epidemiologicos, que avaliam as mudancas na
saude da populacao relacionadas a mortalidade e a morbidade.
Ressalta-se que, na avaliacao de impactos, ha dificuldades em
demonstrar os resultados do processo de avaliacao, uma vez que estes
estao relacionados a diversos aspectos, como a intervencao politica na
area da saude (MORAES, 1994). Dessa forma, observa-se que alguns
indicadores sao mais sensiveis as mudancas no contexto da prestacao de
servicos especificos (SHAW, 2003). Segundo Santos Filho (2007), esse
fato deve servir de criterio orientador para a selecao de indicadores
mais adequados a realidade de cada organizacao.
Lenz e Kuhn (2004) afirmam que os indicadores possibilitam a
obtencao de informacoes sobre as medidas relacionadas a um produto, um
processo ou um sistema, ao longo do tempo. Os indicadores apresentam uma
concepcao de quantificacao de informacoes, e foram desenvolvidos com
essa finalidade. Dessa forma, criterios de confiabilidade e de validade
devem ser considerados tambem na selecao de indicadores. Nesse sentido,
observa-se que a aplicacao pratica de indicadores adequados a realidade
da organizacao e ao objeto especifico a ser mensurado gera informacoes
confiaveis que possibilitam analises mais acuradas.
Segundo Santos Filho (2007), o monitoramento de indicadores deve
contribuir para um aprimoramento da qualidade dos servicos prestados.
Para Escrivao Jr. e Carro (2002), e desejavel tambem que os indicadores
possam ser facilmente analisados e interpretados, e que sejam
compreensiveis pelos usuarios da informacao. Esses fatores tambem sao
considerados na apresentacao dos indicadores do Pro-Hosp (MINAS GERAIS,
2007). Segundo Shaw (2003), no que se refere a construcao/definicao de
um indicador, sobressai a importancia das propriedades de seus
componentes, muitas vezes restritos a numeradores e denominadores.
Por fim, assinala-se que, considerando-se essas dimensoes, que
visam assegurar a qualidade da analise e possibilitar uma avaliacao
objetiva dos resultados, o indicador pode ser visto como um instrumento
fundamental para a gestao organizacional e para a avaliacao de
desempenho (LENZ; KUHN, 2004; BERNET; ROSKO; VALDMANIS, 2008).
5. METODOLOGIA
O metodo de pesquisa adotado foi o estudo de caso multiplo. De
acordo com Yin (2005), o estudo de caso e uma estrategia de pesquisa que
contribui para a compreensao dos fenomenos individuais, organizacionais,
sociais e politicos complexos, mediante uma investigacao ex post facto
de eventos reais. A pesquisa qualitativa, de acordo com Denzin e Lincoln (2005), enfatiza a verificacao de teorias ja existentes, com a vantagem
de possibilitar a investigacao em profundidade do evento em estudo por
meio de entrevistas e de observacoes in loco. Alem disso, essa
modalidade de pesquisa permite identificar variaveis que se
complementam, confirmam ou contrastam. A pesquisa descrita neste artigo
caracteriza-se como sendo de natureza qualitativa, tendo o estudo de
caso como estrategia de pesquisa. Foram estudados tres hospitais
situados na cidade de Belo Horizonte--MG: Hospital I (com fins
lucrativos), Hospital II (filantropico e participante do Pro-Hosp) e
Hospital III (universitario).
Os dados primarios foram obtidos de visitas in loco, realizadas ao
longo do ano de 2008, de entrevistas e de observacao nao participante.
Dados secundarios foram coletados por meio de consulta a arquivos e a
documentos dos hospitais, bem como de pesquisa bibliografica em livros,
artigos, dissertacoes, teses e materiais disponiveis em sitios. As
entrevistas, principal fonte de dados da pesquisa empirica, foram
complementadas e/ou confirmadas pela pesquisa documental e pela
observacao direta nao participante. Como sugerido por Yin (2005), tambem
foi utilizado o protocolo de pesquisa, que e um instrumento importante
para facilitar a conducao do estudo de caso e aumentar a sua
confiabilidade, principalmente quando se trata de dois ou mais casos.
Em relacao as variaveis para a analise da gestao dos hospitais,
foram considerados os indicadores propostos no item Sistema de
Monitoramento do Pro-Hosp, do Manual do Pro-Hosp (MINAS GERAIS, 2007).
Apos estudos realizados, o Pro-Hosp definiu o conjunto de indicadores
hospitalares que podem ser utilizados tambem para o processo de AH. A
fim de facilitar a coleta e a analise de dados, o Pro-Hosp estabeleceu
areas e subareas para grupos de indicadores especificos (SILVA, 2005).
Para a realizacao do presente estudo, foram selecionadas algumas dessas
areas e subareas, conforme os objetivos da pesquisa.
Alem disso, a pesquisa baseou-se em resultados de um trabalho
desenvolvido por Lima et al. (2004). Esses autores desenvolveram um
estudo quantitativo descritivo sobre hospitais filantropicos, que
resultou na categorizacao do "nivel de desenvolvimento
gerencial" desse tipo de organizacao. Foram identificados niveis
gerenciais distintos, e uma parcela de 83% desses hospitais prestadores
de servicos ao SUS com menos de 599 leitos foi classificada como
incipiente. Os autores utilizaram, especificamente, indicadores
relacionados as informacoes de custos, de contabilidade e de orcamento.
A presente pesquisa tambem utiliza alguns indicadores citados no
trabalho desses autores para avaliacao.
De forma geral, o Quadro 1 apresenta os indicadores escolhidos para
a realizacao dos estudos de caso, os quais foram selecionados a partir
de variaveis definidas no ProHosp e no trabalho desenvolvido por Lima et
al. (2004). Para cada dimensao avaliada, os hospitais foram
classificados em tres categoriais, de acordo com as informacoes
disponibilizadas e com o nivel de desenvolvimento observado. As
categoriais de classificacao foram: (i) incipiente, para as variaveis
desenvolvidas de forma nao satisfatoria, ou seja, nos casos em que as
atividades e o controle dos processos sao deficientemente realizados;
(ii) em desenvolvimento, quando se observa a utilizacao de ferramentas e
demais recursos para desenvolver os processos e as atividades de forma
mais eficiente; (iii) avancado, quando se desenvolve o controle dos
processos realizados e ha informacoes suficientes para classificar a
variavel como eficiente.
6. ANALISE DOS RESULTADOS
6.1. Hospital I
O Hospital I e uma organizacao com fins lucrativos. Em relacao a
sua estrutura economico-financeira, ressaltase a utilizacao de planilhas
do software Microsoft [R] Excel como ferramenta de controle de gestao em
alguns setores. Por meio dessas planilhas, o hospital elabora um
Orcamento anual, a fim de estimar e controlar os gastos e as receitas da
organizacao. Os conceitos para elaboracao e monitoramento desse
Orcamento, porem, foram recentemente padronizados, e este instrumento
passou a ser utilizado ha pouco tempo. Dessa forma, observa-se que o
controle orcamentario ainda esta em desenvolvimento.
No Hospital I, para cada servico prestado a despesa e
individualizada e informada por paciente. Alem disso, para o controle de
materiais consumidos utiliza-se um leitor de codigo de barras, o que
caracteriza a variavel de gestao de materiais e suprimentos como
avancada. Realizam-se tambem o controle dos custos e a avaliacao da
gestao por centros de custos definidos. Ha criterios de rateio
padronizados, e os custos dos servicos prestados sao alocados por
centros de custos, mensalmente, inclusive para os setores terceirizados.
Dessa forma, observa-se que a variavel sistema de apropriacao de custos
no Hospital I tambem pode ser caracterizada como avancada.
A fim de avaliar o desempenho da organizacao, os gestores do
Hospital I realizam o monitoramento de alguns indicadores, tais como:
(a) os setores mais produtivos; (b) os setores em que mais ocorrem
problemas; (c) o setor com maior despesa e receita; (d) o numero de
cirurgias por mes; e (e) a produtividade de cada funcionario. Esses
indicadores disponibilizam informacoes que podem ser utilizadas para o
planejamento das atividades e para a avaliacao do Orcamento. Salienta-se
ainda que o Hospital I conta com Plano de Contas proprio e que a
apuracao e a divulgacao de Balancetes/Balancos sao realizadas de forma
eficaz e em tempo habil. Assim, de maneira geral, observa-se que as
variaveis Balanco fechado, Balancete em ate 60 dias e Balancete
periodico do patrimonio podem ser classificadas como avancadas.
Em relacao a estrutura logistica, observa-se que o Hospital I
utiliza a tecnica de controle de estoque denominada Curva ABC.
Entretanto, apenas a partir do ano de 2008, com a implantacao de um novo
sistema de informacoes, foi possivel a utilizacao dessa tecnica. Alem
disso, para o controle dos fornecedores, o Hospital I apresenta um
cadastro especifico de aproximadamente 2.000 empresas. Por meio do
sistema de informacoes utilizado realiza-se a revisao desse cadastro, a
partir de registros de informacoes sobre as condicoes e formas de
pagamento e sobre a relacao hospital-fornecedor, o que caracteriza esse
cadastro como avancado.
Quanto ao material medico-cirurgico, verifica-se que a organizacao
nao exige a padronizacao dos instrumentos a serem utilizados nos
procedimentos cirurgicos. Dessa forma, observa-se que a gerencia do
hospital realiza um controle incipiente desse instrumental, pois permite
que os medicos utilizem material proprio para a realizacao de cirurgias.
Para o setor de Manutencao, que realiza atividades nas diversas
unidades da organizacao, nao ha separacao dos servicos em predial e em
equipamentos. Entretanto, em razao das especificidades de determinados
equipamentos, ha setores em que os servicos prestados sao efetuados por
funcionarios especializados. Dessa forma, o sistema de controle dos
servicos de manutencao apresenta-se em desenvolvimento.
No que se refere a estrutura de tecnologia da informacao do
Hospital I, a variavel metas e indicadores especificos pode ser
classificada como avancada. Como mencionado anteriormente, o hospital
realiza o monitoramento de alguns indicadores, a fim de avaliar o
planejamento e o desempenho da organizacao. Alem disso, no setor
Farmacia, as compras sao controladas via sistema e as informacoes sao
integradas, excetuando-se as compras de generos alimenticios. Dessa
forma, o sistema de registro eletronico da Farmacia pode ser
caracterizado como avancado. Destaca-se ainda que, por meio desse
sistema, e possivel realizar o controle das metas e dos indicadores
especificos dos servicos prestados por esse setor.
Em relacao aos sistemas de informacao implantados, o hospital
utiliza um sistema que possibilita a integracao das informacoes entre os
diversos setores da organizacao. Entretanto, em razao da ausencia de
pessoal administrativo qualificado, as informacoes disponibilizadas nao
sao eficientemente utilizadas. Destaca-se que, quando o paciente e
admitido no hospital, realiza-se um cadastro via sistema integrado, para
disponibilizacao de informacoes uteis ao controle e ao planejamento das
atividades de prestacao de servicos.
6.2. Hospital II
O Hospital II e um hospital-maternidade prestador de servicos ao
SUS. Essa organizacao recebe auxilio do ProHosp e, portanto, deve
procurar atingir algumas metas estabelecidas por esse Programa. Em
relacao a estrutura economico-financeira, destaca-se que o setor
Orcamento e Contabilidade desse hospital desenvolve atividades de
controle e de divulgacao de informacoes sobre as receitas e as despesas
realizadas (balancetes e balanco). Entretanto, essas atividades sao
desenvolvidas de forma incipiente. Alem disso, esse setor desenvolve um
controle incipiente dos itens patrimoniais, uma vez que nao ha registro
e controle de todos os equipamentos e maquinas pertencentes a
organizacao.
Ressalta-se que esse setor normalmente disponibiliza relatorio de
receita e de despesa todos os meses. Entretanto, as informacoes
disponibilizadas pelas demonstracoes contabeis e pelos relatorios de
gestao sao apresentadas de forma incipiente, em decorrencia das
limitacoes no controle e no planejamento do setor Orcamento e
Contabilidade. Em virtude desse fato, o Hospital II contratou
recentemente uma empresa que presta servicos de consultoria de custos.
No entanto, ainda desenvolve de forma incipiente o controle dos recursos
por centro de custos.
Observa-se que o Hospital II, a fim de realizar o controle dos
servicos prestados, faz o planejamento financeiro por meio de um
Orcamento anual. Entretanto, nao ha uma avaliacao dos resultados
orcamentarios, ou seja, o Hospital II nao analisa os valores orcados e
os realizados em cada periodo. Dessa forma, a variavel de avaliacao de
desvio orcamentario dessa organizacao caracteriza-se como incipiente.
Apesar disso, o Hospital II utiliza relatorios para subsidiar o processo
de decisao. Solicitados periodicamente pela Diretoria, esses relatorios
sao desenvolvidos por meio de planilhas do software Microsof [R] Excel.
Essa ferramenta tem sido utilizada para a gestao de materiais e de
suprimentos, e para o controle dos custos dos servicos prestados. Dessa
forma, no Hospital II o sistema de gestao de materiais e suprimentos
encontra-se em desenvolvimento. Cumpre salientar que nao foram
disponibilizadas informacoes sobre o Plano de Contas da organizacao, o
que impossibilitou classificar o Hospital II em relacao a essa variavel.
No que se refere a estrutura logistica, o cadastro de fornecedores
encontra-se em desenvolvimento, disponibilizando informacoes de cerca de
100 empresas. Alem disso, ressalta-se que o controle do estoque e
realizado por meio de um sistema de informacoes, sem uso, entretanto, da
tecnica Curva ABC. Relativamente aos servicos de manutencao, o Hospital
II conta com funcionarios especificos para a manutencao geral e de
emergencia. A manutencao de equipamentos e a manutencao preventiva, no
entanto, sao terceirizadas. Dessa forma, em relacao a variavel de
separacao da manutencao em predial e em equipamentos, o Hospital II
encontra-se em desenvolvimento.
A respeito do controle das despesas, o lancamento e o registro de
contas/faturamento nao sao individualizados por paciente. A despesa e
controlada apenas por unidade de prestacao de servicos e nao sao
disponibilizadas informacoes sobre o custo por paciente e/ou
procedimento. Cumpre salientar, por fim, que nao foram disponibilizadas
informacoes sobre a padronizacao do material medico utilizado nos
procedimentos cirurgicos. Para fins de analise, considera-se que essas
informacoes devem ser disponibilizadas de forma clara para os
funcionarios da organizacao. Em razao da ausencia de informacoes a
respeito dessa padronizacao, o Hospital II foi classificado como
incipiente nessa variavel.
Em relacao a estrutura de tecnologia da informacao, destaca-se que
os sistemas de informacao utilizados, apesar de ainda nao terem sido
implantados em todos os setores do hospital, encontram-se integrados as
diversas unidades e sao utilizados para o controle das atividades
desenvolvidas pelo setor Financeiro. Alem disso, o hospital utiliza um
sistema disponibilizado pelo SUS, em que sao registradas as informacoes
relacionadas aos atendimentos realizados. Entretanto, as solicitacoes de
produtos/insumos pelos setores operacionais do hospital sao realizadas
normalmente por meio de formularios manuais. No caso do setor Farmacia,
por exemplo, as prescricoes de medicamentos nao sao solicitadas via
sistema. Ademais, realiza-se o controle de saida de materiais apenas
pelo nome do produto e pelo setor solicitante, e o sistema de codigo de
barras esta implantado atualmente somente para o controle de
medicamentos fracionados. Dessa forma, o sistema de registro eletronico
para o setor Farmacia e o sistema de gestao de materiais e de
suprimentos da organizacao encontram-se em desenvolvimento.
Apesar das limitacoes e das falhas durante o processo de sua
utilizacao, o software utilizado pela organizacao apresenta um baixo
custo de implantacao e de manutencao. Alem desse software, o Hospital II
utiliza os sistemas SPData e SGHWindows. Esses sistemas possibilitam o
registro e o cadastro de pacientes (o que classifica a variavel admissao
de pacientes como avancada), o controle de estoque, a emissao e a baixa
de notas fiscais e o registro de entrada de materiais e de saida de
pacientes. Esses sistemas tambem possibilitam o controle de faturamento
e de caixa, e o registro de contas a pagar e a receber. Destaca-se ainda
que o Hospital II nao possui indicador individual dos recursos
consumidos por paciente e do tempo total dos procedimentos realizados.
Alem disso, apesar de o Hospital II estar vinculado ao Pro-Hosp, nao e
possivel observar se os indicadores definidos estao sendo analisados e
monitorados de forma efetiva. Dessa forma, houve certa limitacao na
verificacao das melhorias decorrentes dos auxilios oferecidos pelo
Pro-Hosp.
6.3. Hospital III
O Hospital III e uma organizacao hospitalar universitaria,
administrada por uma fundacao educacional. Em relacao a estrutura
economicofinanceira, especialmente aos instrumentos de planejamento,
observa-se que e elaborado um Orcamento anual. Entretanto, nao se
realiza a avaliacao dos resultados desse planejamento, o que caracteriza
o controle das variacoes orcamentarias como incipiente. Para a
elaboracao e a divulgacao de balancetes mensais, de relatorios de gestao
e de informacoes sobre a movimentacao de caixa, o Hospital III utiliza o
software Microsoft [R] Excel. Por meio desse software, sao
disponibilizadas tambem informacoes que possibilitam o calculo de
indicadores financeiros. Contudo, nao sao disponibilizadas informacoes
sobre o controle dos ativos do hospital nesses relatorios de gestao.
Dessa forma, nao e possivel observar se o hospital realiza o controle
periodico dos itens patrimoniais pertencentes a organizacao.
Ainda sobre a estrutura economico-financeira, os custos dos
procedimentos medicos realizados pelo hospital sao controlados por meio
de um Plano de Contas proprio e de direcionadores de custos
estabelecidos. Essas ferramentas possibilitam a alocacao dos custos por
centro de custos. Apesar disso, observa-se a dificuldade em alocar
alguns custos, como os valores de depreciacoes, que sao alocados a um
unico centro de custos, o que caracteriza o sistema de apropriacao de
custos do hospital como em desenvolvimento. Em relacao as despesas
realizadas, sao disponibilizadas informacoes sobre os valores dos
servicos prestados por paciente ou por procedimento de forma
individualizada. Entretanto, para o controle dos recursos consumidos nos
procedimentos realizados, nao e utilizado o sistema de codigo de barras,
enquanto para o registro dos materiais medicos utilizados registra-se
apenas o nome de cada item no sistema. Dessa forma, observa-se que a
gestao de materiais e suprimentos do hospital pode ser classificada como
incipiente.
Em relacao as variaveis para avaliacao da estrutura logistica,
identificou-se que o estoque do Hospital III e dividido entre alguns
setores da organizacao. Estes realizam o controle do estoque especifico
da unidade, que e independente dos demais setores. Observa-se que essa
divisao dificulta o controle dos produtos e dos materiais, e, portanto,
ocorrem problemas decorrentes de transferencia de produtos sem registro
entre os estoques. Ressalta-se ainda que a tecnica de controle de
estoque denominada Curva ABC nao e utilizada neste hospital.
Para o setor Manutencao do Hospital III, ha separacao entre
manutencao predial, realizada pelo setor de Manutencoes Gerais, e
manutencao de equipamentos biomedicos, realizada pelo setor de
Engenharia Clinica. Essas duas unidades realizam manutencao emergencial,
preventiva e preditiva, o que possibilita a classificacao dessa variavel
como avancada. Entretanto, em relacao a padronizacao dos materiais
medicos cirurgicos, o hospital e classificado como incipiente, pois
permite que os medicos utilizem instrumental proprio.
Observa-se que as requisicoes de compra de materiais do hospital
sao centralizadas no setor Compras. Para tanto, essa unidade possui um
cadastro de 86 fornecedores. Por meio das informacoes disponibilizadas
nesse banco de dados, sao cotados no minimo tres precos para a
realizacao das compras, com excecao dos produtos alimenticios
pereciveis. Neste caso, as compras sao de responsabilidade de outro setor, portanto os procedimentos nao sao os mesmos. Devido a essa
divisao de responsabilidades, a variavel cadastro de fornecedores para o
Hospital III pode ser classificada como em desenvolvimento.
Em relacao a estrutura de tecnologia da informacao, observa-se que
o sistema de informacoes utilizado pelo hospital nao contem ferramentas
que possibilitam o calculo de indicadores especificos. Dessa forma, a
variavel avaliacao de metas para os servicos assistenciais,
administrativos e logisticos pode ser classificada como incipiente.
Observa-se ainda que o Hospital III nao utiliza um sistema integrado as
diversas unidades da organizacao. Devido a esse fato, ha casos em que o
mesmo paciente apresenta um cadastro no sistema utilizado pelo setor
Recepcao e outro cadastro no sistema do setor Faturamento. Portanto,
pode-se caracterizar o sistema de registro eletronico na admissao de
pacientes como incipiente.
Por fim, cumpre salientar que o sistema de informacoes utilizado no
Hospital III possibilita o registro eletronico dos medicamentos e dos
materiais das farmacias. Entretanto, esse registro e realizado apenas
pelo nome do produto. Alem disso, em relacao ao estoque da Farmacia, o
sistema utilizado possibilita que apenas os setores Diretoria,
Almoxarifado e Farmacia Central visualizem todos os itens em estoque. Ha
unidades que nao possuem informacoes integradas sobre a disponibilidade
de todos os produtos, o que caracteriza o sistema de registro eletronico
da Farmacia como em desenvolvimento.
7. CONCLUSOES
Um hospital e uma organizacao que presta servicos especializados e
que apresenta funcoes diferenciadas, caracterizando-se, portanto, como
uma organizacao bastante complexa. Ademais, em razao do desenvolvimento
de acoes que oferecam servicos de qualidade para a populacao, os
gestores dessas organizacoes necessitam de ferramentas gerenciais que
possibilitem a avaliacao dessas acoes. Por meio dessas ferramentas as
organizacoes devem analisar tambem o desempenho da gestao dos recursos
utilizados na consecucao das atividades de prestacao de servicos.
Conforme apresentado no estudo de Lima et al. (2004), quando se
relaciona o nivel de complexidade assistencial com o numero de leitos e
o porte financeiro das organizacoes, observa-se que a quase totalidade
dos hospitais filantropicos brasileiros de baixa e media complexidade
(no que se refere aos servicos prestados) apresenta um desenvolvimento
gerencial incipiente. Dessa forma, parece que alguns aspectos, tais como
controle e eficiencia na gestao, sistemas de informacoes, acompanhamento
e avaliacao do desempenho, entre outros, que compreendem a gestao
contabil-financeira, nao sao observados pelas organizacoes hospitalares
brasileiras de forma geral. Especificamente sobre o controle da gestao,
ha evidencias de que essas organizacoes necessitam de ferramentas que
disponibilizem, no minimo, sistemas e modelos de monitoramento e de
avaliacao dos resultados, informacoes sobre o custeamento e a
precificacao dos servicos prestados, e informacoes gerenciais que
subsidiem o processo de tomada de decisao.
Desse modo, sistemas de controle de gestao e de avaliacao de
desempenho parecem ser ferramentas adequadas para auxiliar as
organizacoes hospitalares. Este trabalho buscou avaliar, por meio de
estudos de casos, variaveis referentes as dimensoes estrutura
economico-financeira, estrutura logistica e estrutura de tecnologia de
informacao de organizacoes hospitalares. Conforme apresentado na analise
dos resultados, os tres hospitais apresentam pelo menos uma variavel
avaliada como incipiente em pelo menos uma das tres dimensoes
consideradas. Assim, de maneira geral, a gestao dos hospitais
pesquisados pode ser avaliada como incipiente.
Analisando-se os indicadores financeiros e de desempenho de gestao
dos hospitais estudados, observase que o Hospital II, especificamente,
apresenta o maior numero de variaveis de estrutura economico-financeira
avaliadas como incipientes. O Hospital III, por sua vez, apresenta a
maioria das variaveis avaliadas para a estrutura economico-financeira
classificadas como avancadas. Nessa organizacao, entretanto, ha algumas
variaveis relevantes para a analise da gestao que foram classificadas
como incipientes. Alem disso, nao foi possivel observar se no Hospital
II realiza-se o controle periodico dos itens patrimoniais.
Diferentemente, o Hospital I apresenta, em geral, nivel satisfatorio de
desempenho de sua gestao organizacional. A maioria das variaveis de
estrutura economico-financeira avaliadas para esse hospital foi
classificada como avancada, enquanto apenas as variaveis relacionadas ao
controle orcamentario foram classificadas como em desenvolvimento.
Dessa forma, por meio dos estudos de caso realizados, observa-se
que a avaliacao da gestao hospitalar revela-se uma exigencia para as
organizacoes hospitalares brasileiras. Verifica-se que o conhecimento e
o controle dos procedimentos realizados sao necessarios a continuidade e
ao desenvolvimento dessas organizacoes. Analisar o custo dos processos
necessarios a prestacao de servicos medico-hospitalares de qualidade, ou
seja, controlar o sistema de gestao hospitalar, e essencial a
competitividade de qualquer organizacao hospitalar (CARTER; MASSA;
POWER, 1997).
A adocao de ferramentas adequadas de gestao e de avaliacao de
desempenho pode representar, para os hospitais privados, filantropicos e
universitarios, uma significativa racionalizacao nos processos de
prestacao de servicos, com economia de recursos ja reconhecidamente
escassos. Para os hospitais privados, em particular, pode proporcionar
um melhor resultado financeiro, traduzido no aumento da capacidade de
investimento de capital e em qualificacao (qualidade) do atendimento aos
pacientes.
A certificacao da avaliacao hospitalar pelo processo de Acreditacao
aponta para uma melhoria da assistencia aos pacientes, bem como
estabelece niveis crescentes de qualidade. Alem disso, como processo
complementar, ressalta-se que, por meio do Pro-Hosp, sao monitorados
indicadores de desempenho da gestao das organizacoes hospitalares.
Entretanto, nao foi possivel observar no estudo de caso do Hospital II,
que e uma organizacao participante do Pro-Hosp, se os indicadores
definidos nesse Programa de assistencia a organizacoes hospitalares
estao sendo analisados e acompanhados de forma efetiva. Dessa forma,
destaca-se como limitacao deste estudo a dificuldade de verificar se
houve melhorias decorrentes dos auxilios oferecidos pelo Programa.
Nesse sentido, como sugestao para pesquisas futuras, ressalta-se a
possibilidade de realizacao de estudos sobre o desempenho da gestao de
organizacoes hospitalares vinculadas ao Pro-Hosp e que pretendam ser
certificadas pelo processo de Acreditacao. Um estudo comparativo de
organizacoes participantes desse Programa e que estao sendo avaliadas
para a Acreditacao pode disponibilizar informacoes mais acuradas sobre o
processo de gestao de hospitais brasileiros. Destaca-se ainda que um dos
fatores limitantes do presente estudo refere-se a coleta de dados e de
informacoes especificas para responder as variaveis avaliadas.
Recebido em: 19/5/2009
Aprovado em: 3/7/2009
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Antonio Artur de Souza
Graduacao em Ciencias Contabeis e Mestrado em Engenharia de
Producao pela Universidade Federal de Santa Catarina Doutorado (Ph.D.)
em Management Science pela University of Lancaster/UK Professor Adjunto
III da Universidade Federal de Minas Gerais E-mail: artur@face.ufmg.br
Mariana Guerra
Mestranda em Ciencias Contabeis na Universidade Federal de Minas
Gerais Integrante do Nucleo de Estudos Gerenciais e Contabeis (NEGEC)
E-mail: mariguerra@face.ufmg.br
Cynthia oliveira Lara
Graduacao em Ciencias Atuariais pela Universidade Federal de Minas
Gerais Graduanda em Ciencias Contabeis na Universidade Federal de Minas
Gerais Integrante do Nucleo de Estudos Gerenciais e Contabeis (NEGEC)
E-mail: cynthiaolara@yahoo.com.br
Pedro Lucio Rodrigues Gomide
Graduando em Ciencias Contabeis na Universidade Federal de Minas
Gerais Graduando em Administracao Publica na Fundacao Joao Pinheiro
Integrante do Nucleo de Estudos Gerenciais e Contabeis (NEGEC)
E-mail: pedrolgomide@hotmail.com
Carolina Moreira Pereira
Graduanda em Ciencias Contabeis na Universidade Federal de Minas
Gerais Integrante do Nucleo de Estudos Gerenciais e Contabeis (NEGEC)
E-mail: karolmope@yahoo.com.br
Deyse Aguilar Freitas
Graduanda em Ciencias Contabeis na Universidade Federal de Minas
Gerais Integrante do Nucleo de Estudos Gerenciais e Contabeis (NEGEC)
E-mail: deaguilarf@yahoo.com.br
Quadro 1: Dimensoes e variaveis utilizadas no estudo de caso
Dimensoes Variaveis
Estrutura economico- Sistema de apropriacao de custos implantado
financeira Gestao de materiais e de suprimentos
Balanco patrimonial fechado
Balancete apresentado em ate 60 dias, apos
encerramento do periodo
Balancete periodico dos itens patrimoniais
Plano de contas proprio
Despesa por paciente ou por procedimento
Orcamento anual
Avaliacao da realizacao do orcamento
Estrutura logistica Cadastro de fornecedores
Controle de estoque por meio da tecnica
Curva ABC
Material medico-cirurgico padronizado
Manutencao (separacao de area predial,
de equipamento, etc.)
Estrutura de Registro eletronico na admissao de pacientes
tecnologia de Registro eletronico para o controle dos
informacoes materiais do setor Farmacia
Metas e indicadores especificos para os
servicos assistenciais, administrativos e
logisticos (sistemas integrados ou
isolados)
Fonte: Baseado em MINAS GERAIS, 2007 e em LIMA et al., 2004.