摘要:O artigo analisa os diálogos e traduções culturais dos Franciscanos alemães, da Província de Santa Isabel, da Turíngia, em Mato Grosso. O exílio forçado pelas perseguições e a dispersão pelo mundo os colocou como sujeitos de diásporas. Como exilados, atravessavam fronteiras, rompiam com as barreiras do pensamento e da experiência. Os indivíduos nos entrelugares negociam, constroem-se e reconstroem-se o tempo todo. O Brasil era conhecido como um país “exótico”, pobre, abandonado, de atraso religioso, povoado por raças inferiores, de grande extensão territorial, que reunia inúmeras potencialidades econômicas e ainda era virgem. Nas autorrepresentações criadas acerca dos missionários, reforçavam-se as imagens de apátrida, de errante, daquele que atravessa fronteiras e torna as divisões do mundo em Estados Nacionais como contingentes e provisórias diante de outra comunidade global, a cristã. Seriam desbravadores destemidos dos sertões, das florestas bravias, do pantanal e das terras inóspitas. Eram eles que domesticariam os indígenas sem lei e Deus, a natureza, e civilizariam os matogrossenses.