摘要:O objetivo do presente artigo é discutir os principais fatores operacionais e institucionais que dificultam o acesso dos agricultores familiares ao crédito rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) na região Nordeste do Brasil. Para tanto, foi realizada uma pesquisa empírica no município de São Miguel/RN. Verifica-se que o PRONAF apresenta um caráter seletivo e excludente, calcado em uma lógica produtivista, que idealiza um “tipo ideal” de agricultor familiar a ser incentivado no país, excluindo todos os demais produtores “incapazes” de se enquadrarem em seus preceitos. Este trabalho conclui que a aplicação indiscriminada dos critérios nacionais do Programa, em parceria com a atuação insuficiente e “descoordenada” dos atores sociais encarregados de realizar sua implantação e operacionalização no âmbito local (sindicato de trabalhadores rurais, órgão de extensão rural e agente financeiro), são os principais elementos responsáveis pelo desempenho sofrível dessa política pública no município pesquisado. Sendo assim, caso esses obstáculos não sejam removidos, a tendência é que esta situação perpetue-se ao longo dos anos.