摘要:Na segunda metade do século XVIII se verifica uma coincidência nos interesses dos pintores de paisagem e os dos naturalistas empíricos. O anseio comum de uma observação naturalista minuciosa e a necessidade de apreender a geografia de países estranhos conduziram à colaboração e redundou numa influência recíproca. Durante as viagens, cientistas e artistas enfrentavam a tarefa de apropriar-se em palavras e imagens das vistas exóticas. Segundo pretende demonstrar este artigo, no final do século XVIII e inícios do XIX, a percepção dos espaços geográficos desconhecidos se encontra em íntima relação com o desenvolvimento de novos meios de representação visual. A apreensão estética do espaço desempenhou um papel central nas viagens, mas também na recepção do Panorama, entendido como sucedâneo da vivência da paisagem e substituto das viagens.