摘要:Introdução: O desenvolvimento da agricultura brasileira não garantiu a exclusão da fome e da miséria da maioria da população rural. Ao contrário, acentuou a pobreza, a desnutrição, a degradação da base dos recursos naturais e a perda da qualidade de vida no meio rural. É premente, pois, a necessidade da inserção da racionalidade ecológica na produção agropecuária, e da reforma agrária, para minimizar o quadro de crise sócio-ambiental que se abate no rural contemporâneo brasileiro. Objetivos: Procurar as formas de inserção da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA/UNESP) com o Programa de Residência Agrária (PNATER) do Ministério do Desenvolvimento Agrário, etapa Estágio de Vivência, para estabelecer a interligação entre a política de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e os fundamentos da agroecologia, enquanto suporte teórico para as agriculturas familiares de base ecológica e os processos participativos, que conduzam à construção de um novo modelo de desenvolvimento para o rural brasileiro. Métodos: O estágio foi realizado de agosto a outubro de 2006, com treze estudantes-estagiários (recém formados) que foram capacitados com cursos e oficinas, interagiram com agricultores na vivência propriamente dita (assentamentos Pirituba, Zumbi dos Palmares e Santo Antônio, 623 famílias), participaram de congressos e seminários, e elaboraram o Relatório Final do Estágio, consolidando a proposta do Plano de Trabalho a ser executado na etapa de Especialização e Extensão Agroecológica. Resultados: O principal resultado consistiu na capacitação propriamente dita dos estudantes-estagiários, integrando a FCA com o PNATER. Além disso, os ganhos dessa capacitação superaram as expectativas iniciais de preparar o estudante para atuar como extensionista agroecológico ao mostrar-lhe as várias facetas da realidade dos assentamentos rurais e do desenvolvimento rural como um todo, e permitir um aprofundamento do relacionamento com a comunidade local. No entanto, percebeu-se que, se o Programa abre uma grande expectativa para os estudantes e assentados, também precisa ser fortalecido institucionalmente, no MDA, INCRA, Instituições de Ensino Superior (IES), Movimentos Sociais e outros Órgãos da Administração Direta do Estado, para promover sua consolidação enquanto política pública, incentivando sua ampliação e difusão para outras regiões e IES ainda não participantes.