摘要:Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE A União do Vegetal apresentou-se a nós como instigante oportunidade de pesquisa no campo dos estudos de gênero e da oralidade, devido à beleza plástica de seus rituais, sejam os religiosos, propriamente ditos, sejam os festivos. Nesses rituais percebemos que a palavra falada, os conselhos e as chamadas (cânticos e orações) ocupam lugar privilegiado na transmissão dos conhecimentos doutrinários, sendo proibido o registro escrito desses ensinamentos. A responsabilidade pela transmissão oral desses conhecimentos repousa, sobretudo, nos fiéis do sexo masculino, uma vez que determinados conhecimentos e o posto de mestre só são acessíveis aos homens. Diante da constatação, indagamo-nos sobre qual seria o papel e o lugar da mulher na União do Vegetal, que argumentos seriam utilizados para justificar a proeminência masculina dentro da religião e se haveriaconflitos de gênero. Na busca por essas e outras respostas, empreendemos uma pesquisa de abordagem qualitativa, baseada na metodologia da História Oral (MEIHY, 2005), englobando os processos de Transcrição, Textualização e Transcriação (CALDAS, 1999). O recorte empírico da pesquisa foi a unidade Caminho do Mestre, na zona rural de Porto Velho, e os critérios de seleção da amostra pautaram-se no critério faixa etária, sendo entrevistados homens e mulheres entre 25 e 60 anos, por se encontrarem nessas faixas etárias a maioria dos associados.