摘要:O humor, não raras vezes, é considerado um mero instrumento de fazer rir, sem sentido político ou ideológico. Entretanto, se considerarmos o poder das palavras, como constituintes não só de sentidos, mas também de subjetividades, a piada e o deboche podem assumir contornos sérios, com reper-cussões capazes de conter ou estimular a transformação. As integrantes dos movimentos feministas de segunda onda no Brasil conheceram como ninguém os alcances da zombaria quando o assunto é a desestabilização das ex-pectativas de gênero. Millôr Fernandes, jornalista, chargista e humorista, costuma ser o nome mais lembrado nesse pouco honroso hall da fama em que jornalistas atuantes nos mais va-riados impressos durante a ditadura civil-militar são acusados de sexistas e misóginos. Desejando extrapolar essas críticas já conhecidas, o presente artigo tem como objetivo refletir sobre o papel de Millôr no combate e também na divulgação dos feminismos brasilei-ros, a partir de pesquisas já elaboradas n’ O Pasquim e a partir de excertos da revista Veja, que são articulados ainda a um compêndio em que o jornalista ocupa-se de dissertar sobre o feminismo. Palavras-chave: Ditadura civil-militar. Humor. Movimentos feministas