摘要:Neste trabalho argumenta-se que o juízo do principal historiador da imprensa periódica portuguesa, José Tengarrinha (1989), sobre a feição propagandística do primeiro periódico português, a Gazeta alcunhada “da Restauração” (1641-1647), está correto. Embora não se possa reduzir o papel deste periódico noticioso à propaganda da restauração da independência de Portugal, depois de 60 anos sob a monarquia dual com Castela (1580-1640), e da nova casa reinante, a de Bragança, não é menos certo que, simbolicamente, os seus redatores batalharam para legitimar aos olhos dos leitores a aclamação de D. João IV como rei de Portugal. A propaganda da restauração da independência ocorre diretamente (por exemplo, através dos elogios a D. João IV) ou indiretamente (por exemplo, através do rebaixamento de Castela, do seu rei e dos seus aliados e pela colocação em evidência da sua alegada perfídia).