期刊名称:SOCIOPOÉTICA - REVISTA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO em LITERATURA E INTERCULTURALIDADE
印刷版ISSN:1980-7856
出版年度:2015
卷号:1
期号:12
语种:Portuguese
出版社:SOCIOPOÉTICA - REVISTA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO em LITERATURA E INTERCULTURALIDADE
摘要:APRESENTAÇÃO LITERATURA BRASILEIRA DO NORDESTE Luciano Barbosa Justino (PPGLI/UEPB) O dossiê da Revista Sociopoética que o leitor tem em mãos objetiva um olhar contemporâneo sobre o que no Programa de Pós-graduação em Literatura e Interculturaldiade estamos chamando de Literatura Brasileira do Nordeste. Um olhar contemporâneo que pressupõe dois modos de ler e duas buscas pelos objetos que têm o nordeste como locus: pelo viés da produção mais recente e pela escolha de abordar a tradição a partir de suas demandas no presente. Objetiva-se articular contribuições acadêmicas e resultados de pesquisa que reflitam sobre a pertinência de representações identitárias que têm como foco a regionalidade, bem como submeter tais representações a um diálogo teórico-crítico com as novas configurações dos localismos no estágio atual de um capitalismo que tanto ameaça pulverizar toda identidade quanto repropõe em outras bases as formas tradicionais de pertencimento, modo de vida e imagem de si, exigindo novas leituras de obras de outrora e aportes metodológicos capazes de lidar com as especificidades do narrar o presente. Em Grãos de poesia: sobre a lírica de Lenilde Freitas, José Hélder Pinheiro Alves (UFCG), compreende que a poesia de Lenilde Freitas é uma das produções mais significativas da lírica contemporânea brasileira. “Com nove livros publicados, a poetisa construiu um estilo peculiar marcado pela lucidez e pela concisão”. Neste artigo, além de apresentar rapidamente a poesia da autora paraibana, o autor se detém em alguns poemas de um de seus livros mais importantes, Grãos na eira (2001), com o objetivo de “apontar o valor desta poesia ainda bastante desconhecida do público e da crítica”. A destruição dos livros, o fim da escrita e a sociedade hiperespetacular: o futuro da obra de Jorge Amado, de Paula Sperb e João Claudio Arendt (UCS/UNIRITTER) tem como objeto a obra de Jorge Amado “considerando a problemática da queima de seus livros pelo Estado Novo, em 1937, e a relação disso com a destruição de livros ao longo da História”, à luz do conceito de sociedade do espetáculo de Guy Debord e de hiperespetáculo de Juremir Machado da Silva. Os autores se propõem “fazer uma reflexão sobre o futuro da obra de Jorge Amado e quem serão seus possíveis leitores, delegando à remediação um papel fundamental na perpetuação da obra amadiana”. Em Pereira da Silva e a poética do desalento, Geralda Medeiros Nóbrega (PPGLI/UEPB) traz a leitura da poesia pouco conhecida do poeta simbolista paraibano Pereira da Silva, mostrando seu estoicismo e sua emocionalidade contida, ocasião em discorre sobre seu modo de inserção no contexto da poesia brasileira dos finais do século XIX e inícios do século XX. No artigo A Amazônia de Abel Posse e William Ospina: uma via de acesso à américa, Marinete Souza compreende a cultura e a literatura amazônicas entendendo-as como uma multiplicidade fronteiriça, geográfica e cultural. “Trata-se de uma reflexão que aporta modos de pensar a literatura da e sobre a Amazônia a partir de uma relação entre as cartografias locais e as dos estado-nações ou pela sobreposição de cartografias históricas e míticas face as políticas”. Símbolos de nordeste no romance “A máquina”, de Adriana Falcão, de Mônica Grisi e Roberto Henrique Seidel (UNEB), trata, a partir da representação simbólica do nordeste feita pela escritora Adriana Falcão, “como ocorre a permanência e reiteração de uma ideia de região que cada vez mais é cristalizada por intermédio de discursos da cultura de massa contemporânea”. O romance “Terra de Caruaru”, de José Condé: reminiscências, de Edson Tavares Costa (UEPB) centra sua atenção na memória individual e coletiva a partir de “uma incursão no romance de José Condé, cujo tema é a narrativa de acontecimentos ficcionais, embora com fundo histórico, de um ano qualquer da década de vinte do século passado”, tomando como base teórico-metodológica Jaques Le Goff, Beatriz Sarlo e Peter Burke. Em “Esse é o homem”, de W. J. Solha: uma odisseia pós-moderna no espaço-tempo da cultura, Expedito Ferraz Jr. (UFPB) faz uma análise da obra “Esse é o Homem: Tractatus Poetico-philosoficus”, com o objetivo de articular as referências ao espaço físico e ao ambiente social nordestinos aos “questionamentos comuns à série histórico-filosófica da literatura de todos os tempos com o seu modo peculiar de lidar com a dicotomia local versus universal.” Em Literatura, o tema do nacional e desenvolvimento regional na obra de José Américo de Almeida, Nilvanda Dantas Brandão (UEPB), a partir do conceito reflexividade de Pierre Bourdieu, “parte da compreensão de que o pensamento de José Américo, ao se envolver nas discussões sobre o Brasil, põe em evidencia relevantes questões sobre a improvável relação de causa e efeito entre o desenvolvimento social e econômico e a miscigenação”. Acredito que os 7 artigos que compõem este número, na medida em que articular tradição e contemporaneidade, literatura e intermidialidade, hão de contribuir relevantemente para os estudos de literatura produzida no Nordeste e em relação com outras regiões do Brasil e de alhures. Boa leitura.