期刊名称:Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
印刷版ISSN:1809-5909
电子版ISSN:2179-7994
出版年度:2012
卷号:7
期号:1
页码:60
语种:Portuguese
出版社:Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC)
摘要:Introdução: Na medicina popular as plantas medicinais são utilizadas dentro de um contexto cultural e histórico, portanto, possuem suas representações simbólicas e um sistema teórico de explicação do processo de saúde/doença e na caracterização das enfermidades e dos doentes (araujo, 2002). Objetivos: Investigar o relato de queixas (reações adversas) ou satisfação no consumo de plantas medicinais (PMs), relatadas por consumidores em um ponto de comércio de PMs no município de diadema, sp. método: por meio de métodos e técnicas da etnografia (observação participante e entrevistas semi-estruturadas), aplicou-se uma ficha de dados para o registro das queixas ou satisfação no consumo de PMs em um tradicional ponto de comércio popular “ casa de ervas ” de diadema (Soares Neto, 2009). Os consumidores foram abordados aleatoriamente durante a compra das PMs. Resultados : Foram realizadas 100 entrevistas, das quais apenas cinco relataram queixas relacionadas ao consumo de PMs. A grande maioria dos relatos foi de satisfação com o uso de “ plantas medicinais ” . Alguns dos entrevistados diziam que tinham feito pouco uso das PM, mas com as informações dos benefícios vistos na televisão ou indicação de amigos e familiares sentiram-se motivados em consumi-las. Algumas das justificativas favoráveis mais marcantes foram: i) “ sempre usei planta s medicinais , e tem que acostumar as crianças desde pequena s . sempre tive resultados satisfatório s , e só vou ao médico quando não tem outro jeito. o remédio de farmácia ajuda por um lado, mas faz mal pelo outro ”. ii) “ faço pouco uso de planta s medicina is , e sempre fez o efeito esperado; os médicos mandam usar ”. iii) “ sempre uso planta s medicina is e também medicamentos , mas acho melhor usar planta medicinal; a gente confia que faz o efeito esperado ”. iv) “ um amigo indicou. nunca faz mal ; meu avô fazia ”. Conclusão: mesmo sendo uma área urbana, os resultados mostram a importância terapêutica e cultural das PMs e da medicina popular. Nesse contexto, podemos utilizar o conceito de risco das ciências sociais: “ o risco não como um ‘fato’ a ser compreendido, quantificado e gerenciado, mas como uma coisa construída socialmente ” (de seta et al ., 2006), portanto um campo para ações educacionais. Desta forma, é preciso desenvolver programas diferenciados junto à população e profissionais da saúde na construção de um diálogo entre os saberes sobre saúde, doença,PMs, medicamentos e da importância de comunicar casos de suspeitas de reações adversas por PMs.