摘要:A clínica do trabalho vem se fortalecendo pela diversidade de formas e abordagens. No Brasil, seu desenvolvimento acompanhou, principalmente, a divulgação do enfoque teórico e metodológico da Psicodinâmica do Trabalho. A condução clínica no trabalho tem como propósito a emancipação e a construção de laços afetivos, além do desejo de resgatar a capacidade de pensar sobre o sofrimento no trabalho e seu compartilhamento com o coletivo de trabalhadores. No entanto, o contexto de trabalho pautado nos modelos de gestão neotayloristas ensina que não se fale o que se sente ou se vivencia. Existem angústias difíceis de nomear no ambiente laboral, e isso se deve à impossibilidade de sua expressão. Este artigo tem como objetivo discutir o poder da fala na clínica do trabalho como instrumento político, bem como refletir sobre o papel e a posição do clínico do trabalho. A palavra tem um poder de inscrever no simbólico o que escapa ao controle e permite, assim, a elaboração-perlaboração dos eventos; dessa forma, fundamenta-se que a palavra provoca afeto e desbanaliza as injustiças, bem como possibilita a elaboração do que faz sofrer. Destaca-se, ainda, que tal processo é viabilizado pela posição do clínico, que deve estar preparado para receber o que lhe vai ser depositado pelo sujeito. Palavras-chave: clínica psicodinâmica, trabalho, escuta qualificada.
其他摘要:The Work Clinic has been strengthened by the diversity of forms and approaches. In Brazil, its development followed mainly the dissemination of the theoretical and methodological approach to Psychodynamics of Work. The work clinic in the work environment aims for emancipation and building of emotional ties beyond the desire to rescue workers’ ability to think about the suffering in the workplace and sharing it with the collective of workers. However, the work context guided by neoTaylorists management models teaches that one shall not verbalize what they feel or experience. There are kinds of anguish that are difficult to denominate in the work environment due to the impossibility of their verbalization. This article aims to discuss the power of speech in the Work Clinic as a political instrument and to reflect on the role and position of the work clinicians. The word has the power to inscribe what escapes control in the symbolic and thus allows the elaboration-perlaboration of events; hence, we believe that the word generates affection and debanalizes injustice as well as allows the elaboration of what causes suffering. It is also noteworthy that this process is enabled by the position of the clinician, who must be prepared to receive what will be deposited onto him by the subject. Keywords: Work Psychodynamic, clinic, qualified listening.