摘要:Ainda que não se trate de uma tradução intersemiótica, o longa Mais estranho que a ficção (Stranger than Fiction, 2006), dirigido por Marc Forster, traz à luz das discussões sobre a Teoria da Adaptação um exemplo interessante a respeito do que André Gaudreault denominou meganarrador cinematográfico: uma entidade extradiegética que administra a narrativa. Na obra, a personagem Karen Eiffel escreve um romance sobre a vida de um homem chamado Harold Crick, sem saber que ele realmente existe. A personagem adquire uma voz narrativa diferente quando dentro da diegese primária, por acontecer com Harold tudo aquilo que ela datilografa de sua história. Esse fato é marcado, na película, pelo momento em que a personagem passa a ouvir a voz de sua autora a narrar, prescritiva e descritivamente, as ações do seu dia. Essa estrutura narrativa rende uma aproximação entre o método narrativo da literatura com as recorrentes narrativas cinematográficas, gerando uma problemática acerca das faculdades discursivas de cada uma das linguagens, foco deste trabalho.