摘要:Essa escrita trata da contribuição do estudo dos romances espíritas para o entendimento histórico das relações raciais no espiritismo brasileiro de matriz francesa. Analisamos essa literatura como espaço para construção de sentidos sobre o negro que merecem ser tensionados pelo historiador para que os discursos, não obstante suas identificações doutrinárias, não sejam naturalizados, nem apartados do social. Para tanto, realizamos considerações sobre o papel do romance espírita no Brasil pontuando como, a partir de 1990, aumenta esse tipo de publicação com temas relacionados ao negro. Entretanto, um romance publicado em 1976 parece ter sido o primeiro a abordar a questão. Sobre seu conteúdo nos detemos na segunda parte do artigo, analisando os significados sobre o negro e a escravidão negra, dispostos na obra. No segmento final, indicamos como esse tipo de publicação pode ser explorado para problematizar a questão da escrita sobre o negro no espiritismo, campo vasto à pesquisa e reflexão.