摘要:http://dx.doi.org/10.5007/2175-8026.2017v70n2p83 As obras O vendedor de Passados e Teoria geral do Esquecimento , de José Eduardo Agualusa, apresentam personagens animais e relações entre humanos e animais não-humanos que contrariam as teorias filosóficas e interpretativas tradicionais, possibilitando leituras que rompem com as noções preestabelecidas pelas teorias de matriz estruturalista e cartesiana. Como sugeriu Donna Haraway, o ciborgue aparece como mito precisamente onde a fronteira entre o humano e o animal é transgredida, como se passa nas zonas de indiscernibilidade das personagens de Agualusa, que estabelecem uma (po)ética animal e, portanto, ciborgue. Este artigo tem como intuito trazer à discussão algumas dessas ocorrências animais – ou animots – nas duas obras em questão.