摘要：Resumo : Pretende-se nesse artigo articular as noções de ética e política às noções do Dizer e do Dito, em uma perspectiva muito sutil apresentada por Emmanuel Levinas, para demonstrar como o sentido do humano se inicia na ética e necessariamente se dirige à política, uma vez que, para esse autor, a filosofia tem que ir ao fato social. Essa articulação se torna possível pela noção de justiça presente em dois momentos do humano: o momento inicial do frente a frente do Eu e do Outro ou ética e o momento em que a pluralidade se torna real pela presença do Terceiro, ou política. A preocupação levinasiana é, não só a de afirmar a primazia da ética em relação à política, no que diz respeito à ordem do acontecimento, mas também de demonstrar que a presença do Dizer original do frente a frente que se inscreve como exigência de justificativas para um Eu absoluto, deve permanecer na relação política, quando em sua impostação institucional a partir da Lei e do Estado pretenderem absolutizar-se em relação as demandantes da própria justiça. Assim, o Dito da Lei está sob os auspícios de um novo Dizer que pode destituir a razoabilidade daquele, exatamente pela presença de Terceiros, diferentes e não incluídos na ordem jurídica. A ordem politico-jurídica que em sua demora tem feições ontológicas, quando não se abre para o Dizer perene, pode tornar-se ordem violenta, tal qual a ordem que prepondera no fenômeno da guerra. O sentido do humano, segundo Levinas está na démarche da relação dual do frente a frente à multiplicidade das relações políticas alicerçadas na noção de justiça como exigência de justificação para a ação. Palavras-chave : Ética; Ontologia; Justiça; Lévinas. Abstract : In this article is intended to articulate the notions of ethics and politics to the notions of the Saying and the Said, in a very subtle perspective presented by Emmanuel Levinas, to demonstrate how the human’s meaning begins in the ethics e necessarily addresses to the politics, since, to this author, the philosophy must point to the social fact. This articulation is possible through the notion of justice present in two moments of human life: the initial moment of the front to front of the Me and the Other, or ethics, and the moment when the plurality becomes real because of the presence of the Third, or politics. The levinasian concern is not only to affirm the ethics primacy regarding politics, with respect to the order of the happening, but also to demonstrate that the presence of the original Saying of the front to front, which appear as a demanding of justifications to an absolute Me, must subsist in the politics relation, when its institutional impostor from the Law and the State tend to absolutize itselves in relation to the justice demands. Therefore, the Said of the Law is under the auspices from a new Saying that can deprives the reasonability of that, exactly because of the presence of Thirds, different and not included in the legal order. The political-legal order, that in its delay has ontological features when it does not open itself to the perennial Saying, can become a violent order, as the order that preponderates in the war phenomenon. The human meaning, to Levinas, is present in the démarche of the dual relation of the front to front to de multiplicity of the political relations grounded on the notion of justice as demanding of justifications for the actions. Keywords : Ethics, Ontology, Justice, Lévinas.
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