摘要:A Lesão medular constitui-se em uma doença crônica das mais incapacitantes, cujos danos físicos são permanentes e irreversíveis, acarretando em interferências biopsicossociais para a vida do indivíduo acometido. Por meio desta pesquisa, buscou-se descrever como são vivenciadas as alterações no cotidiano destas pessoas, identificar quais são as expectativas de adultos e jovens com lesão medular traumática, descrever as formas de lidar com o estigma instalado a partir da deficiência física e investigar a condição de saúde mental desses sujeitos. Para isso realizou-se uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo, com seis pessoas de faixa etária de 21 a 50 anos, com lesão de diferentes níveis e graus de comprometimento, pacientes de uma Clínica Escola de Fisioterapia de uma Universidade do Meio Oeste Catarinense. A obtenção dos dados deu-se por meio de entrevista semi-estruturada e aplicação de teste psicométrico, as Escalas Beck, versão em português (CUNHA, 2001). Os resultados indicam que quanto à questão da dependência àqueles que obtiveram autonomia para essas necessidades conseguem ter uma visão mais positiva quanto a sua situação. Os resultados do teste psicológico não apontaram comprometimentos maiores na saúde mental, embora os relatos possibilitaram a percepção de que o estado emocional sofre sim interferências diretas, intensas e recorrentes dessa transformação abrupta de vida. Conclui-se que, como era previsto, houve transformações extremamente significativas na vida dessas pessoas a partir da lesão medular com alterações bruscas e impactantes na maneira de viver o cotidiano, percebendo-se como um novo indivíduo, principalmente na sua maneira de interação com o meio. Palavras-chave: Lesão medular. Deficiência. Estigma. Saúde mental. Psicologia.