摘要:O objetivo deste artigo é investigar possíveis contribuições da filósofa belga Isabelle Stengers para a construção do pesquisarCOM, um modo de fazer psicologia proposto por Moraes (2010). Partindo-se das noções de subjetividade e meso-política, afirmadas pela filósofa, o artigo indica que uma psicologia não moderna se torna possível se compreendermos o dispositivo de pesquisa não como um arranjo, que separa sujeito e objeto, mas como uma prática que não cessa de agenciar elementos heterogêneos. Investindo na meso-política, como uma política de vínculos, o artigo assevera que o pesquisarCOM é uma prática meso-política. FazerCOM o outro a pesquisa em psicologia é um modo de pôr em cena uma psicologia não moderna, isto é, uma psicologia cujas práticas passam ao largo das clássicas separações entre sujeito e objeto, pesquisador e pesquisado. O artigo conclui com um exemplo de uma Oficina de Experimentação Corporal com pessoas cegas e com baixa visão, inscritos numa instituição de reabilitação para pessoas com deficiência visual, insistindo que pesquisar é transformar-se no encontro com o outro, é fazer proliferar um mundo mais denso, que não estava dado de antemão, um mundo inantecipável, tecido de elementos heterogêneos, díspares, humanos, não humanos, ciborgues.