期刊名称:História, Natureza e Espaço - Revista Eletrônica do Grupo de Pesquisa NIESBF
印刷版ISSN:2317-8361
出版年度:2017
卷号:6
期号:1
DOI:10.12957/hne.2017.31976
语种:Portuguese
出版社:Universidade do Estado do Rio de Janeiro
摘要:Aristóteles em seu livro sobre a física nos relata que aqueles, como os Eleatas: Xenófanes, Parmênides, Zenão e outros, que não reconheceram o movimento no mundo em nada podem discursar sobre a física, uma vez que, é evidente com a experiência humana a presença do movimento, assim é possível perceber no histórico ocidental uma faceta do conhecimento alusivo à dinâmica do mundo. E na perspectiva afro-brasileira? O que sabemos sobre e como é construída essa noção tão importante para entendermos a imanência da realidade? Pensar e falar sobre os discursos religiosos no campo da investigação filosófica só é atraente e saboreável quando assumimos uma posição de caráter hermenêutico mediante as palavras sagradas, sendo assim, neste trabalho de indagação filosófica discursiva iremos saudar abrindo possibilidades de interpretação um itàn (o que podemos traduzir como uma narrativa mítica) religioso referente ao orixá Exú (Èsù) que nos salienta uma concepção significativa para a formulação da nossa questão. O senhor das encruzas que abre caminhos para o movimento faz da sua traquinagem existencial o vir a ser sendo a marca da nossa vivência no àiyê (mundo dos humanos). Para conferir essa abordagem usaremos a narrativa do itàn que conta como Exú colocou a dinâmica no mundo quando trocou as posições dos seres mundanos de lugar causando um ressignificação dos signos e das tarefas do ser humano. Com essa escrita, além de pensar o discurso da cultura africana alusiva à transformação da realidade, terá também a tarefa de afirmar e reivindicar Exú como um orixá de extrema importância para o panteão africano, que nada tem a ver com a concepção ocidental maniqueísta em caracterizá-lo como um ser maléfico, já que, por ser um deus mensageiro que carrega o princípio e a transformação a sua ação é: o bem e o mal, o amor e o ódio, a ordenação e o caos, isto é, o tudo em tudo, Laroyê Exú!