出版社:APOENA - Grupo de Estudos Schopenhauer-Nietzsche
摘要:Intro - O dia dos namorados é geralmente um dia de festa, um dia de celebração do amor, não de se refletir sobre o amor2. Parece até que aquele famoso lugar-comum, cantado por tantos outros, mas também por Lulu Santos, tem algum ar de verdade: “são duas casas totalmente separadas/ as do desejo e da razão” [Fogo de Palha, 1999]. Tudo se passa como se muita racionalidade inviabilizasse os sentimentos, como se reinasse uma completa incompatibilidade entre pensar e amar. Minha proposta aqui hoje é, ao contrário, celebrar o amor através do pensamento, pois como disse certa vez Emanuel Lévinas (1906-1995) em uma entrevista: « Le problème de L'Éros est philosophique et concerne l'alterité» [o problema de eros é filosófico e concerne à alteridade]3. Pensar o amor implica em refletir sobre a nossa relação com o outro, ou melhor, com a alteridade em geral. Ainda mais radicalmente, sobre a alteridade que está presente também em nós mesmos.