摘要:Resumo Profissionais de saúde mental vêm observando aumento do uso problemático de drogas entre pessoas em tratamento psiquiátrico. Este artigo teve como objetivo analisar o cuidado oferecido a estas pessoas, usuárias de uma rede de atenção psicossocial de uma cidade do estado de São Paulo. Pesquisa qualitativa realizada em três serviços comunitários, sendo produzidas notas de campo a partir da observação participante e de entrevistas semiestruturadas com usuários dos serviços identificados com uso de drogas associado ao diagnóstico de transtornos mentais. Buscou-se identificar percursos de tratamento, compreensões acerca destes na ótica dos envolvidos, delineando o acolhimento dessa demanda na rede e verificando posicionamentos atribuídos aos usuários. O cuidado dirigido aos usuários dos serviços foi feito de acordo com as possibilidades da rede existente, sendo influenciado por construções de sentido sobre drogas e por ideologias clínicas presentes nas práticas dos serviços. Verificou-se que os serviços de saúde mental tinham alguma tolerância para drogas lícitas, mas encaminhavam todos os usuários de drogas ilícitas. Isso promoveu descrições dos usuários dos serviços como “paciente de saúde mental” ou “usuário de drogas”, exclusivamente, posicionando-os diferentemente no tratamento oferecido, o que, reciprocamente, influenciou a escuta de outras versões das experiências de consumo e sofrimento.
其他摘要:Abstract Mental health professionals are facing increased problem drug use among people undergoing psychiatric treatment. This article aimed to analyze the care offered to these people, users of a psychosocial care network in a city in the state of São Paulo. Qualitative research conducted in three community services, producing field notes based on participant observation and semi-structured interviews with users of services identified with drug use associated with the diagnosis of mental disorders. We sought to identify treatment paths, understandings about them from the perspective of those involved, delineating the reception of this demand in the network and verifying the positions assigned to the users. The care directed to the users of the services was made according to the possibilities of the existing network, being influenced by constructions of sense about drugs and by clinical ideologies in the practices of the services. It was found that mental health services had some tolerance for licit drugs but directed all users of illicit drugs. This promoted descriptions of service users as a "mental health patient" or "drug user", exclusively, positioning them differently in the treatment offered, which, conversely, influenced the listening of other versions of the experiences of consumption and suffering.