摘要:Relacionar gênero, infância e cinema neste artigo, apresenta-se como possibilidade de desconstrução, deslocamentos possíveis, movimentos reflexivos e o desafio da criação/invenção de um “outro lugar” para pesquisar e compreender as crianças. A partir dos filmes O sonho de Wadja (2012) e E quando Buda desabou de vergonha (2007), busca-se a interlocução entre a Sociologia da Infância, Estudos de gênero e Estudos Feministas para refinarmos nossas lentes, problematizando o nosso olhar adultocêntrico e androcêntrico. Dessa forma, este artigo traz fragmentos das infâncias cinematográficas de Baktay e Wadjda , as aventuras e os desafios a serem enfrentados por essas meninas para alcançarem seus sonhos e desejos, permeados de significados de gênero e reveladores de muitas questões sobre as infâncias, os lugares das infâncias, as meninas e os meninos, as transgressões e resistências das crianças. Na perspectiva de provocar reflexões sobre metodologias de pesquisa e criação com as crianças, a experiência cinematográfica é proposta como possibilidade de formação estética, na busca por refinar nossas lentes, afinar nossos olhares de adultos/as e nossa escuta com as infâncias e suas múltiplas relações. A busca por construir outros olhares para a infância aproxima da linguagem cinematográfica e permite diferentes possibilidades de vislumbrar suas múltiplas dimensões permeadas nas relações entre as crianças. O cinema como experiência, arte da memória no presente e como emergência histórica, apresenta-se como importante ferramenta teórico-metodológica para construir caminhos para uma educação emancipatória. Cinema, transgression and gender: the childhoods of Baktay e Wadja Abstract Relating gender, childhood and cinema, this article is a deconstruction possibility, a possible displacements, a reflexive movements and a challenge of creation/invention of “another place” to research and understand children. Based in movies, Wadja’s dream (2012) and When Buddha collapsed in shame (2007), we seek the dialogue among sociology of childhood, studies of gender, and feminist studies to revise our lenses, questioning our androcentric and adult look. We bring in this article fragments of cinematic childhoods of Wadja and Baktay, the adventures and challenges to be faced for this kids to achieve their dreams and wishes, permeated with meanings of gender and revealing many questions about the childhoods, the places of childhoods, girls and boys, children’s transgressions and resistances. In the prospect of provoking reflections about methods of research and creation with children, the cinematic experience is proposed as possibility of aesthetic education, in the search for refine our lenses, adjust our looks from adults and our listening with childhoods and their multiple relationships. The search for building other looks to childhood bring us closer of cinematic language and allows different possibilities to glimpse its multiple dimensions permeated by the relationships between children. The cinema as experience, art of memory and as historically emergency, presents itself as an important theoretical and methodological tool to build paths for an emancipatory education.