Aborda o debate estabelecido entre Sérgio Buarque e Gilberto Freyre, reconhecidos como ensaístas nos anos 1930, e a forma como se posicionaram sobre o tema no suplemento literário do Diário de Notícias. De uma parte, Holanda reverbera os debates desenvolvidos nos meios universitários e se alinha em defesa dos estudos acadêmicos, com o argumento de que eles renovavam a vida intelectual do país e rompiam com o ensaísmo. Por outro lado, ao defender seu projeto intelectual inaugurado com Casa Grande & Senzala, Freyre prossegue defendendo a forma ensaística como um padrão de cientificidade legítimo, bem como sugere que ela poderia inclusive renovar os estudos acadêmicos realizados em outros países. O artigo investiga o debate de modo a reconstruir as formas que ele ganhou no seu presente, buscando elaborar uma reconstrução genealógica da categoria ensaio exatamente no momento em que se constituía em critério de classificação negativo das narrativas sobre o Brasil.