O objetivo do presente artigo é apresentar, analisar e discutir a constituição do campo da Educação Especial, tendo como fonte os textos publicados pelo periódico Revista Brasileira de Educação Especial - RBEE, no período de 1992 até 2017. Por meio da fonte selecionada, foi possível elaborar balanço tendencial referente aos sujeitos que produzem os discursos disseminados pelo periódico, bem como os sujeitos e as políticas que essas narrativas produzem e a forma pela qual são produzidas. Para tanto, foram selecionados, dentre o total de textos publicados, aqueles que apresentavam discussão ampla sobre a Educação Especial, por meio de três eixos de entrada: quem produziu esses artigos, o que produziram e por quais meios produziram essas narrativas. Os dados colhidos foram organizados por meio de indicadores que alimentaram o banco de dados, permitindo a elaboração de tabelas e a análise das principais tendências dessa produção desde o seu lançamento até o ano de 2017, tendo como referencial teórico os estudos de Pierre Bourdieu, especificamente as noções de campo e linguagem. Destacam-se como resultados da análise a grande incidência de produções da região Sudeste do Brasil, de autores com título de doutores inseridos no campo acadêmico vinculados à educação, culminando com a análise dos termos que designam a população atendida pela Educação Especial e que expressam a disputa pela autoridade científica desse campo de investigação.