出版社:Centro de Psicologia Aplicada ao Trabalho do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
摘要:Este artigo tem como objetivo analisar o entrelaçamento das categorias trabalho, gênero e raça, visibilizando os arranjos sociais responsáveis pela criação de um não lugar destinado a mulheres, negros e, particularmente, às mulheres negras. Para cumprir esta finalidade utilizamos dados quantitativos e qualitativos produzidos por institutos de pesquisas brasileiros e por pesquisadores da temática étnico-racial. A análise desses indicadores sociais reitera que o ambiente do trabalho é um espaço adverso à diversidade. Percebe-se haver um reforçamento mútuo entre o racismo e o sexismo na medida em que se nota a existência de um cenário em que grupos não-dominantes parecem circular por territórios de outrem. Assim, gênero e raça são variáveis que interagem produzindo oportunidades desiguais para sujeitos diferentes. Diante dessa realidade, buscou-se destacar algumas formas como os grupos marginalizados tecem estratégias de enfrentamento para superar as discriminações, afinal não se deve apressar juízos que atrelem esses atores ao local da aceitação e da passividade. Apontamos, contudo, que uma análise consistente deve partir da realidade dos grupos, fugindo de generalizações precipitadas e sem incorrer em um raciocínio "se, logo", que atrele necessariamente desigualdade a enfrentamento. Ressaltamos a importância da ação de movimentos sociais antirracistas e antissexistas bem como de Políticas Públicas que promovam a igualdade racial e de gênero.
其他摘要:This papers aimed to analyze the intertwining of three categories: work, gender and race, exposing, through quantitative and qualitative data produced by researchers of racial thematic, the social arrangements that are responsible for the creation of a displacement or non-placement of women, Black and, especially, Black women as social actors in the workplace. The analysis of social indicators reaffirms that the work environment is not complacent to diversity. Differences in relation to the "pattern" individual - that is, White males - generate subaltern conditions in work insertion and in day-to-day dealings. We noted that there is a mutual reinforcement between racism and sexism, in the sense that there is a synergy between ethnic-racial domination and gender domination. This creates a scene in which nondominant groups seem to be circulating in territories belonging to other individuals, therefore, being displaced as actors. This to say that gender and race are elements that interact, producing unequal opportunities to different individuals. We intended to point out some strategies created by marginalized groups to fight discrimination, since we should not assume that these actors are necessarily passive and receptive to their given condition. Beyond the personal and collective strategies to confront discrimination, it is important to point out the indispensable role of anti-racist and anti-sexist social movements, as well as the role of public policies that promote race and gender equality in this matter.