摘要:As políticas de acesso ao ensino superior brasileiro nos últimos 15 anos mudaram a composição da população brasileira que acessou às universidades públicas e privadas. O presente artigo analisa o perfil dos ingressantes por meio de um dos programas de acesso no âmbito da Universidade Estadual de Campinas. O acesso à universidade foi modificado com a criação do Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social em 2004, que incentiva o acesso dos estudantes da rede pública de ensino (EP), bem como de estudantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (PPI), com a adição de pontos à nota dos candidatos no vestibular. O método utilizado se pautou em pesquisa bibliográfica sobre políticas públicas de acesso ao ensino superior, além de analisar os dados do período de 2005 a 2018 disponíveis nas páginas eletrônicas da universidade. Como resultado, observa-se que a política apresenta dois momentos distintos, o primeiro até 2013 com uma modificação tímida na composição dos ingressantes EP e PPI. No segundo momento, há uma elevação no número de ingressantes provenientes de EP alcançando o percentual de 50% do número de ingressantes em 2017, em 2005 o percentual foi de 28%. Com relação aos estudantes PPI passou de 12% em 2005 para 24% em 2018, número que deverá crescer nos próximos anos, pois a Universidade aprovou o programa de cotas étnico-raciais que será implementado a partir de 2019. Apesar dos números favoráveis, o artigo discute os desafios colocados à Universidade para criar condições de permanência para jovens de famílias pobres de primeira geração na Universidade.