出版社:Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília (PPGHIS/UnB)
摘要:Abrindo a nossa observação etno-histórica dos lugares da memória dos índios Potiguara, seus símbolos, práticas tradicionais e festas colectivas, percebemos que esses lugares da memória são o que nos chega, fica, seleciona o passado. Os rituais que os Potiguara apresentam como museus e mostruários da sua cultura singular, remetem imediatamente para a formação dessa outra comunicação tão primária na formação de culturas colectivas que é o do som e da música que se vai, depois, verter em festa. Não existindo documentação histórica e evidências etnográficas suficientes para investigar com rigor a formação cultural da música e das festas tradicionais entre os Potiguara, não existe outro caminho a não ser o de procurar observar densamente os grandes festivais colectivos que os Potiguara continuam a oferecer como tradicionais e representativos da sua cultura, dando destaque neste estudo aos rituais dos cocos que devem ter entrado nos espaços indígenas litorais do Brasil com a colonização económica da cana-de-açúcar que, entre os séculos XVII e XIX, se foi alimentando da massiva importação de mão-de-obra escrava africana, espalhando-se com colonizações, missionações e transformações das festas regionais e locais dos espaços rurais brasileiros.
其他摘要:Abrindo a nossa observação etno-histórica dos lugares da memória dos índios Potiguara, seus símbolos, práticas tradicionais e festas colectivas, percebemos que esses lugares da memória são o que nos chega, fica, seleciona o passado. Os rituais que os Potiguara apresentam como museus e mostruários da sua cultura singular, remetem imediatamente para a formação dessa outra comunicação tão primária na formação de culturas colectivas que é o do som e da música que se vai, depois, verter em festa. Não existindo documentação histórica e evidências etnográficas suficientes para investigar com rigor a formação cultural da música e das festas tradicionais entre os Potiguara, não existe outro caminho a não ser o de procurar observar densamente os grandes festivais colectivos que os Potiguara continuam a oferecer como tradicionais e representativos da sua cultura, dando destaque neste estudo aos rituais dos cocos que devem ter entrado nos espaços indígenas litorais do Brasil com a colonização económica da cana-de-açúcar que, entre os séculos XVII e XIX, se foi alimentando da massiva importação de mão-de-obra escrava africana, espalhando-se com colonizações, missionações e transformações das festas regionais e locais dos espaços rurais brasileiros.