摘要:O artigo apresenta os dados e conclusões obtidos a partir da análise da cobertura do caso do assassinato da jornalista Sandra Gomide pelo também jornalista e ex-chefe, Pimenta Neves. Encarado enquanto incidente crítico, o crime envolveu jornalistas no papel de vítima e réu, problematizando não apenas a questão do distanciamento pressuposto para a prática de uma cobertura imparcial, bem como expondo hierarquias e relações de gênero presentes dentro das redações brasileiras. Para tanto foi realizada uma análise de enquadramento do conteúdo dos primeiros dezesseis dias da cobertura do caso pela Folha Online , cujos corpus é composto por 229 matérias. Os enquadramentos que predominaram apontaram para a humanização do assassino, reforçando uma posição patriarcal e hierárquica superior; enquanto que se enfatizou a subordinação e culpabilização da vítima em relação ao crime que lhe tirou a vida.