摘要:O estudo foi desenvolvido com o propósito de conhecer os princípios que organizam as tomadas de posição de integrantes de um grupo rural em frente às representações de rural e cidade, a partir da análise dos processos de ancoragem psicológica, social e psicossocial. Foram realizadas entrevistas individuais com 200 integrantes de uma comunidade rural, distribuídos em quatro gerações. O roteiro foi composto por questões que focalizavam: (1) dados sociodemográficos referentes ao sexo, idade, geração e se o participante já havia vivido em áreas urbanas; (2) experiência de preconceito, expectativa de vida na cidade para não migrados e recomendação para viver na cidade pelos participantes que já tinham vivido em território urbano; (3) valores sociais do rural; e (4) evocações livres associadas aos objetos de representação. Os resultados, sistematizados por meio da Análise de Conteúdo e processados por meio do software SPAD-T, indicaram a presença de três princípios organizadores dos significados vinculados aos objetos rural vs. cidade: mundo natural vs. mundo artificial, vida feliz vs. vida ruim e quase autossuficiente vs. centro dos recursos. As discussões focalizaram as funções das representações nos processos de elaboração da identidade social, destacando-se entre elas a de produzir equilíbrio e sustentar a defesa do espaço de pertencimento.