摘要:O presente ensaio visa expor os resultados de um estudo sobre as expropriações de comunidades tradicionais no Brasil, com destaque para o papel do Estado nestes processos, tomando como referência empírica o Complexo Industrial e Portuário de Suape em Pernambuco. A categoria expropriação, originalmente exposta por Marx, tem chamado a atenção de pesquisadores dada a sua força heurística, contribuindo para o desvelamento de processos de migrações forçadas como parte das contratendências engendradas pelo capital para escapar à sua crise estrutural. Neste ensaio destacamos os mecanismos pelos quais o Estado contribui para as expropriações violentas do produtor direto dos seus meios de produzir. Trata-se de pesquisa bibliográfica e documental. O processo investigativo nos evidenciou que o Estado atua historicamente na garantia das expropriações das comunidades que possuem uma troca metabólica fundada no autoconsumo, expropriações estas que se mantêm e se aprofundam no capitalismo contemporâneo desenvolvendo múltiplas formas de violência.