摘要:Este artigo apresenta o resultado de uma pesquisa que busca compreender se ainda é sustentável
no mundo contemporâneo a hipótese de que é possível modelar a conduta humana por meio do
medo. Nesta pesquisa foi possível registrar uma infinidade de relatos de sujeitos no interior das
escolas sobre o medo contemporâneo. Foi desse movimento que surgiu o estudo de caso que será
analisado, no presente artigo. Trata-se das fontes do medo de uma escola no interior de Minas
Gerais que fora construída, em 1948, em um terreno que abrigara, no passado, um cemitério.
Sobre esse fato se construíram estórias e alegorias nas quais o medo dos mortos se misturava com
as relações e práticas escolares. Criavam-se imagens assustadoras de salas de reclusão para os
quais estudantes eram enviados, em caso de indisciplina e assim por diante. Mas criavam-se
também histórias divertidas que serviam de brincadeiras e jogos entre os estudantes. Além dos
documentos e atas de reuniões da escola entre 1950 e 1960, foram entrevistados ex-professoras e
ex-estudantes, do referido período, cujos dados foram analisados com o suporte da Teoria do
Discurso do Sujeito Coletivo. Por fim, o artigo finaliza com uma apreciação dos sujeitos
entrevistados sobre as suas representações sociais do medo nas escolas no mundo contemporâneo.