摘要:Este artigo é resultado de pesquisa realizada no estágio Pós-Doutoral, na Universidade Estadual do
Oeste do Paraná, Campus Francisco Beltrão, cujo objetivo foi analisar a forma como, através do
protagonismo de mulheres negras, quilombolas e educadoras, seria possível ampliar a matriz
teórico-conceitual de pensamentos femininos e negros. Para tanto, valeu-se da pluralidade de
experiências femininas presentes em territórios quilombolas do Norte a Sul do Brasil. Por meio de
entrevistas semiestruturadas, explicitam-se mecanismos acerca de como elas se constituíram
lideranças em suas comunidades, o impacto desse movimento político nas suas docências e as
narrativas do que significa a luta das mulheres. Essa luta tem como princípio, quase hegemônico, o
fato de que seus fazeres e agires convergem com um sentido de dignidade contido nas reivindicações
do movimento de mulheres negras em geral, no entanto, com metodologias de enfrentamento
concernentes com o tempo e espaço sociocultural e político nos quais se constituíram
individualidades e coletividades ao longo de suas vidas. Tal estudo procurou aprofundar o
pensamento teórico-conceitual, principalmente, de intelectuais brasileiras, latino-americanas e
daquelas cujas perspectivas, ao não cindirem as opressões de gênero, raça/etnia, classe social e
geracional, constroem uma diversidade de conhecimentos sistemáticos à descolonização do saberpoder:
as mulheres negras e quilombolas. O adjetivo inquietação se constituiu um elemento forte
para demarcar o modo como elas, coletivamente, se (re)constroem individualmente e como grupo,
obstante suas diversidades.