摘要:O universo sociolinguístico da pessoa surda se caracteriza como um espaço fronteiriço entre línguas de base epistemologicamente visual, as línguas de sinais, e línguas de base oral, como o português. Essa fronteira sociolinguística é, ao mesmo tempo, bi/plurilíngue e multimodal e, por isso, as pessoas surdas estão imersas em constantes e contínuos processos de translinguajamento e transmodalidade, isto é, em trânsito entre línguas (sinais e orais) e entre modalidades linguísticas (visuoespacial e oral-auditiva). O objetivo desta discussão é refletir sobre as práticas linguísticas que pretendem normalizar (tornar normal) a pessoa surda por meio das práticas linguísticas expressas em português escrito, impondo, para isso, o padrão linguístico que tem como base a norma considerada culta do português falado por uma minoria de pessoas ouvintes. A partir disso, problematizar as concepções de linguagem e as ideologias linguísticas coloniais subjacentes ao exercício de poder, por meio da linguagem, dos povos historicamente subalternizados, especificamente, a comunidade surda. Verifica-se que as práticas sociolinguísticas translinguajadoras e transmodalizadoras das pessoas surdas rompem com a lógica do eurocentrismo científico de que a língua da pessoa surda é deficitária, possibilitando, assim, promover a decolonialidade do poder, do saber e da linguagem no processo de letramento em português para a comunidade surda e assegurar seus direitos linguísticos..
其他摘要:The sociolinguistic universe of the deaf person is characterized by a frontier space between languages with an epistemologically visual basis – sign languages – and those with an oral basis, like Portuguese. This sociolinguistic frontier is, at the same time, bi/plurilingual and multimodal, and, because of that, deaf people are immersed in constant and continuous processes of translinguaging and transmodality, that is, in transit between languages (signaled and oral) and between linguistic modalities (visual-spatial and oral-auditive). The goal of this discussion is to reflect on the linguistic practices that intend to normalize (make normal) the deaf person by means of linguistic practices expressed in written Portuguese, thus imposing a linguistic standard that is based on what is considered the norm in Portuguese, spoken by a minority of hearing people. From there, problematizing the conceptions of language and the colonial linguistic ideologies underlying the exercise of power, through language, over historically subalternized peoples, specifically the deaf community. It can be verified that translinguaging and transmodalizing sociolinguistic practices of deaf people break up with the logic of scientific eurocentrism that the language of the deaf person is deficitary, thus allowing the promotion of the decolonization of power, knowledge and language in the process of literacy in Portuguese for deaf community and ensure their linguistic rights.