摘要:A psicologia cultural é um ramo da psicologia que constitui fértil matriz interpretativa para sustentar o trânsito analítico entre o macrocontexto histórico-cultural e institucional, e o microcontexto das relações interpessoais, a fim de se compreender, desde uma perspectiva idiográfica, a configuração de trajetórias de desenvolvimento de adolescentes autores de ato infracional. Discutimos três estudos de caso decorrentes de nove meses de imersão etnográfica, durante a qual foram utilizados diferentes dispositivos metodológicos para favorecer a construção de narrativas e representações gráficas das trajetórias de vida. No presente artigo, exploraremos um dos instrumentos, denominado Radar de Relações Interpessoais (RRI). Os resultados produzidos pelo RRI apontam que as medidas socioeducativas não promovem a ressocialização dos jovens, despreparam-nos para a participação social e contribuem para afastá-los das redes significativas previamente existentes. Por outro lado, o apoio recebido de diferentes atores institucionais foi percebido como promovendo tênue proteção, que deixa de existir quando são liberados. A existência de Outros significativos, catalisadores de trajetórias saudáveis e da projeção de futuros possíveis dentro e fora da internação, foi percebido como importante para o alcance de trajetórias de desenvolvimento desvinculadas da infração..
其他摘要:Cultural psychology is a branch of general psychology and it represents an important interpretative matrix that supports the analytical transit between the historical-cultural/institutional macro-context and the micro-context of interpersonal relations, in order to understand, from an idiographic perspective, the (trans)formation of developmental trajectories of juvenile offenders in the flux of irreversible time. We discuss in this article three case studies analyzed during nine months of ethnographic immersion, in which participants used different methods to evoke narratives and graphic representations of life trajectories. We explore here the Interpersonal Relations Radar (RRI). The results produced by the RRI indicate that, against the legal proposition, socio-educational measures do not (re)socialize young people, they also turn them unprepared for social participation and reduce significant networks previously existing around them. On the other hand, participants perceived the support provided bydifferent institutional actors as a source of protection, yet a weak one, which ceases to exist when the offenders are released. Thus, the existence of significant others that are seen as sources of social identification, leading the young people towards healthy trajectories and the projection of different futures, was something perceived as important for the achievement of developmental trajectories distant from the infraction.