摘要:Este ensaio analisa alguns dos textos escritos por Euclides da Cunha sobre a região amazônica na primeira década do século XX. Encarregado de chefiar a Comissão de Reconhecimento do Alto Purus, durante seis meses e meio, o engenheiro percorre os rios Purus e Acre, e esboça suas interpretações sobre as terras "à margem da história". Nessas interpretações, instaura-se uma permanente tensão entre as possibilidades de concretização de grandes projetos e as ameaças de fracasso e abandono promovidas por uma natureza conspirativa e por poderes públicos omissos. Entre o otimismo e a fatalidade, Euclides oferece a sua particular visão da utopia, uma utopia antinômica, questionada no momento mesmo de ser enunciada, sempre possível e sempre incerta.