摘要:O artigo trata das relações entre turismo e pobreza, processos originados pelo desenvolvimento do capitalismo industrial, mais precisamente do processo em que a paisagem da pobreza se torna mercadoria turística. O surgimento do turismo de massa, nos moldes da produção fordista se deu através da ‘commodificação’ do turismo, ou seja, a criação das mercadorias turísticas, consubstanciadas nos pacotes turísticos e na oferta de hotelaria padronizada. No entanto, o modelo fordista hegemônico vem abrindo espaço para novas dinâmicas de turismo, inseridas na modernidade líquida ou pós-fordista , que parecem estar ligadas à busca de pertencimento, segurança e autenticidade, fora dos pacotes e dos hotéis de bandeira internacional. Assim, surgem novas demandas de experiências turísticas, como aquelas em espaços urbanos pobres e ambientalmente degradados, como as favelas do Rio de Janeiro. O turismo, de fato, comercializa as paisagens, entretanto o turismo em favelas se diferencia, pois a paisagem não é atrativa pela sua pobreza e degradação ambiental. Este trabalho aborda duas destas formas novas de consumo turístico que se dão no ambiente de favelas: o turismo comunitário e o chamado favela- tour . O primeiro se refere a comunidades que se organizam para receber turistas, o segundo se refere à prática conhecida de tours em favelas do Rio de Janeiro e que não tem ligação direta com a comunidade local. O objetivo principal deste artigo é debater a existência de dois diferentes tipos de turismo que se dão no espaço-favela , mostrando suas diferenças principais e sua relação com a comunidade autóctone e seu ambiente.