期刊名称:Pós: Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP
印刷版ISSN:1518-9554
电子版ISSN:2317-2762
出版年度:2013
卷号:20
期号:34
页码:110-125
DOI:10.11606/issn.2317-2762.v20i34p110-125
出版社:Universidade de São Paulo (USP)
摘要:Santa Rosa, capital da jovem província de La Pampa, Argentina, foi fundada em 1892, ao término das campanhas militares que exterminaram as populações indígenas e asseguraram o controle republicano sobre os territórios do sul, da região pampiana à Patagônia. Em 1955, a cidade promoveu um concurso público, para a construção do seu Centro Cívico. A tarefa colocada pelo concurso não correspondia a uma simples operação de preenchimento, destinada a renovar o centro urbano propriamente dito, com a elevação de uma nova fachada sobre um dos quatro lados da praça principal. Ao contrário, os competidores deveriam organizar um conjunto de novos edifícios e espaços públicos, sobre um terreno de nove hectares, excêntrico com relação ao core fundacional. Tratava-se de fazer, quase do zero, um pedaço novo de cidade, precisamente no limite entre a cidade existente e o imenso pampa que a circundava. A proposta de Clorindo Testa, vencedora, foi construí-lo como um pedaço de cidade moderna. Situado em meio ao pampa argentino, o Centro Cívico de Santa Rosa tem sido menos examinado que outros importantes edifícios de Clorindo Testa no mesmo período, como o Banco de Londres (1959) ou a Biblioteca Nacional (1962), ambos em Buenos Aires. A Casa de Governo, a Estação Terminal de Ônibus e a praça coberta se constroem antes de 1963. Testa finaliza o Palácio do Legislativo em 1976, e, ainda que em 2006 volte a construir em La Pampa, com a inclusão da pequena Biblioteca do Legislativo, a metade da área originalmente destinada ao Centro Cívico permanece livre. No entanto, como peça viva de um projeto moderno, talvez nunca concluído, instalado no extremo sul, o caso de La Pampa parece colocar questões urbanas relevantes. O artigo explora o caso em dois sentidos complementares. O primeiro focaliza o resultado do primeiro concurso, reconhecendo nele uma contribuição original para as relações entre modernidade, monumento e lugar. O segundo discute a condição inacabada do Centro Cívico como constitutiva da tradição moderna, no sentido intrinsecamente moderno da cidade mesma, como obra que jamais se completa.