摘要:Este artigo tem como objetivo analisar a forma como a imprensa pernambucana representava as festas juninas num período consagrado pela historiografia como República “Velha”, mais precisamente nas primeiras décadas do século XX. A intenção é analisar quais os caminhos percorridos pelos profissionais das letras para divulgação da festa na capital do estado, visando compreender quem era o seu público de leitores, se havia mais de um perfil de consumidor e quais os efeitos de sentido provocados na sociedade após o consumo das manchetes e das notícias diárias. A análise da documentação coletada nos dois principais centros de documentação do Estado - o Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (APEJE) e a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) -, nos leva a perceber que os símbolos comuns à festa (balões, fogos de artifício, fogueiras, livros de sorte, comidas de milho), transitam no intervalo de tempo pesquisado, sem necessariamente serem apresentados de forma evolutiva e exclusivamente locais; pelo contrário, sendo incorporados à imagem nacional da festa (do litoral ao interior) e convivendo com as novas tendências criadas pelos deslocamentos da História. De maneira geral, podemos inferir que tais representações constroem elos com o passado rural, transfigurando o cenário urbano da festa com símbolos e personagens que remetem à vida nas fazendas e nos engenhos, difundindo traduções de pensamentos, opiniões, imagens e visões sobre como as festas juninas são e devem acontecer.