摘要:Na metade do século XIX, o denominado “guano” das ilhas caribenhas de Mona e Monito tinha penetrado no imaginário científico e popular de Espanha como a penácea para potenciar a produção agrícola e diversificar seus cultivos, e como uma saída à crise do açúcar que manifestava-se com particular crueza nos domínios de Cuba e Porto Rico. O acréscimo da demanda do guano nos mercados internacionais e a ausência de estudos científicos para determinar sua importância como fator de desenvolvimento econômico, obrigou ao governo de Espanha a financiar várias expedições nas ilhas Mona e Monito, sob a jurisdição administrativa de Puerto Rico, com a finalidade de determinar seu valor no mercado e poder empreender sua exploração sistemática. O resultado final foi definitivo. Não era guano mas um mineral com rico conteúdo de cal-fosfato, que estava sendo utilizado com múltiplas aplicações na agricultura e na indústria química e farmacêutica de alguns dos países europeus e nos Estados Unidos. O anterior foi suficiente para que o governo outorgara concessões oficiais a empresários e companhias com o interesse de extrair e comercializar a terra mineral existente em grandes quantidades de Mona e Monito. A documentação existente sobre esta indústria, também denominada mineradora, deixa ver a rentabilidade que teve sua exploração, em termos de custo-benefício, entre 1877 e os primeiros anos do século XX. Porém, sua exploração resultou ao final uma atividade com pouco valor agregado, que utilizou mão de obra barata das ilhas próximas de Guadalupe e Bahamas, e que pouco deixou à economia local e sua população. Nas décadas de 1920 e 1930, a indústria química com fertilizantes sintéticos provocou o abandono das minas porque sua extração era muito cara.