摘要:O presente artigo possui o objetivo de apresentar uma reflexão sobre os desafios metodológicos de uma pesquisa qualitativa, de natureza interdisciplinar e etnográfica, no campo das práticas do Ministério Publico. A partir de uma perspectiva antropológica, longe de estereótipos e homogeneidades, os autores almejam demonstrar como os procedimentos técnicos da etnografia (observação participante, diário de campo, entrevistas não-diretivas, análise documental, etc.) foram capazes de captar fragmentos, sensibilidades e humanidades que estavam invisíveis dentro dos processos judiciais e dos espaços públicos de uma Promotoria de Justiça. Nesse sentido, os “indivíduos”, vítimas de violações de direitos e anônimos dentro dos processos, assumem o status de “pessoas”, na acepção antropológica de Marcel Mauss, trazendo à superfície seus dramas, peregrinações e desconfianças sobre o Sistema de Justiça Brasileiro. Assim, ao decreverem quais caminhos metodológicos percorreram durante a pesquisa e como eles foram importantes para a produção do conhecimento interdisciplinar, os autores pretendem reafirmar a relevância do método para as pesquisas sociais e para futuros estudos no campo das práticas jurídicas.