摘要:Nos últimos anos, a expansão de empreendimentos hidrelétricos no Brasil, em especial na Região Norte, vem acarretando perdas irreversíveis para as populações ribeirinhas em virtude do deslocamento compulsório que resulta na ruptura dos laços de vizinhança das comunidades atingidas. Os objetivos da pesquisa foram registrar as perdas simbólicas e os “saberes tradicionais” da comunidade ribeirinha do rio Tocantins, no entorno do município de Porto Nacional (TO), uma década depois da formação do reservatório da UHE Luís Eduardo Magalhães (Lajeado), analisando a trajetória de deslocamento e reassentamento de algumas famílias e buscando compreender a dinâmica das populações ribeirinhas com o rio e o que essa população qualifica como perdas simbólicas. Utilizou-se pesquisa bibliográfica, documental e pesquisa de campo para a coleta de dados, com entrevistas semiestruturadas em História Oral. Através da coleta e análise dos dados, constatou-se que as perdas, tanto materiais quanto simbólicas, foram suficientes para deixar as comunidades ribeirinhas em condições socioeconômicas precárias, pois perderam meios e modos de vida, suas relações de vizinhança e laços familiares, o lugar vivido e construído socialmente e a paisagem cultural construída ao longo da convivência com o rio. Numa perspectiva humanista, entende-se que é preciso priorizar os saberes tradicionais e o modo de vida dessas populações.
其他摘要:In recent years, the expansion of hydroelectric projects in Brazil, especially in the Northern Region, has led to irreversible losses to the riverine populations due to the compulsory displacement, which results in the rupture of the neighborhood ties of the affected communities. The aims of the research were to record the symbolic losses and "traditional knowledge" of the riverine community from Tocantins river, near the municipality of Porto Nacional (TO), a decade after the formation of the Luis Eduardo Magalhães HPP reservoir (Lajeado), analyzing the trajectory of displacement and resettlement of some families and seeking to understand the dynamics of riverine populations with the river and what this population qualifies as symbolic losses. We used bibliographic, documentary and field research to collect data, with semi-structured interviews in Oral History. Through the data collection and analysis, it was verified that both material and symbolic losses were enough to leave the riverine communities in precarious socioeconomic conditions, since they lost means and ways of life, their neighborhood relationships and family ties, the place they lived and socially built and the cultural landscape built along the coexistence with the river. From a humanist perspective, it is understood that it is necessary to prioritize the traditional knowledge and way of life of these populations.