摘要:Quando pensamos em tradução e enfocamos em aspectos como "por que traduzir?" "quem será meu leitor?" "como abordar os aspectos das culturas?", certamente nos vem o nome da pesquisadora alemã Christiane Nord.No meio acadêmico dos Estudos da Tradução, dos últimos trinta anos, é provável que seu nome se faça presente como teórica importante nos cursos de tradução, na abordagem prática da formação de tradutores, enriquecendo discussões, formando perfis profissionais.Seu trabalho como teórica, professora e tradutora já trouxe um material bastante rico para pensar sobre os Estudos da Tradução e a Tarefa do Tradutor.Ela traz o funcionalismo alemão como uma teoria de tradução aplicável tanto no exercício profissional do tradutor, como na análise comparativa entre texto-fonte e texto-alvo em uma abordagem comunicativa eficiente e real.Nesta entrevista que Nord gentilmente proporcionou, recebendo-me em sua residência em Heidelberg, conversamos sobre algumas questões que aparecem em discussões com colegas que também usam a teoria funcionalista alemã para suas pesquisas e pensam em tradução enquanto teoria e prática.Nord, como lecionando uma de suas aulas, esclarece dúvidas sobre o uso da teoria na prática, sobre os primeiros passos do aprendiz em tradução até se tornar um profissional e sobre questões reais que circundam o mercado da tradução.Ela também traz algumas estratégias e técnicas que o tradutor pode adotar, dependendo do cliente e do leitor, sugerindo possíveis modos de relacionamento entre eles para que o trabalho seja satisfatório para todas as partes, defendendo o conceito de lealdade de sua teoria.A entrevistada também discute sobre a definição de convenções culturais, fazendo um paralelo ao conceito de normas (Toury, 1995) e pondera sobre seu significado, trazendo diversos exemplos reais como formas de encontrar as convenções de uma cultura.Também conversamos a respeito do conceito de “culturema”, trazido historicamente pela autora e atualmente muito discutido em outras composições teóricas e, ainda, sobre “referências culturais”, com casos específicos.Finalmente, nossa conversa encerra com uma breve reflexão sobre o uso do funcionalismo na língua de sinais, reforçando a atualidade da teoria.