摘要:Este artigo analisa a experiência de convivência das populações do Vale do Itajaí com enchentes, ao longo do último século e meio, mostrando como o processo de ocupação do território forjou situações que hoje explicam o porquê das tragédias ocasionadas pelas chuvas e enchentes.Identifica que desde o século XIX a possibilidade em carrear recursos financeiros para resolver problemas imediatos decorrentes dos processos naturais foi uma solução paliativa, encontrada pelas autoridades, cujos benefícios políticos parecem ter sido tão significativos que até hoje este tipo de solução é priorizada.A partir da memória de moradores e registros escritos, os autores concluem que se pode pensar em uma "indústria das enchentes", que se alimenta dos desastres e não envolve políticas efetivas de prevenção, onde se impõe a necessidade de rever os modelos de planejamento urbano e de uso do território, transferindo à população, notadamente a mais pobre, a responsabilidade da mitigação dos danos e perdas.