摘要:Este artigo tem como proposta discutir as contribuições da Neurolinguística Discursiva para repensarmos os efeitos que perspectivas estritamente biológicas têm construído sobre a relação entre linguagem e pobreza. Analisamos criticamente como a pobreza tem sido interpretada como sinal de fracasso, ou mesmo como doença (distúrbios de linguagem e cognitivos, por exemplo), em vários estudos, principalmente nas neurociências. No que diz respeito à linguagem, os procedimentos descontextualizados objetificam os sujeitos, lhes retiram sua voz, seus discursos, desconsideram violentamente as diferentes práticas de linguagem nas quais estão inseridos e transformam dificuldades, por vezes próprias da exclusão social, em déficits. Apontamos como os estudos da ND, especialmente aqueles desenvolvidos por Maria Irma Hadler Coudry desde seu trabalho pioneiro em Diário de Narciso: discurso e afasia, podem contribuir para desconstruir visões preconceituosas sobre linguagem, sujeito e pobreza.