摘要:Para Borges (1982), a história é um rio interminável que “pasa y queda”, que a tudo conduz no seu movimento eterno. A leitura não é nova, obviamente vem da tradição grega, de Heráclito (citado por Borges). A ideia de que o mundo contemporâneo se constitui pelo fluxo de passagem, de que tudo o que é sólido se dissolve no ar e de que vivemos a constante crise dos referenciais de verdade, herdados pela tradição das luzes, é um traço marcante das poéticas da atualidade que traduzem os movimentos constantes e fragmentados − próprios dos modos de conhecimento estéticos da América Latina − o caráter de incerteza e transitoriedade das coisas, prefiguradas por niilismos, ilogismos, metamorfoses, antipassadismos, despersonalizações, sugestões, fragmentações, figurativismos, oxímoros e metáforas palimpsésticas, que buscam romper a unidade do discurso, dissolvendo os limites espaciais e temporais.